Manhã de sol e chá

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Os raios do sol atravessavam entre os espaços das árvores, iluminando as mesas com tecidos em cor branca e formato circular entre vasos de plantas e pessoas, e em uma dessas e observando o céu azul e vendo o tempo passar, estava Florence Welch, esperando o momento de sua xícara de chá chegar em sua mesa e acompanhada pelos biscoitos favoritos.

A mulher de madeixas e ruivas, mundialmente conhecida e vocalista da Florence and the Machine, estava apenas passando tempo, como sempre fazia quando não existiam compromissos a serem realizados e muito menos shows.

Ela gostava de viver a vida simples antes da fama, e prezava por cada segundo, e isso incluía uma cafetaria londrina ao lado de sua casa ou na companhia de um de seus mais valiosos livros.

Mas o que deveria ser uma manhã como outra qualquer, até mesmo com autógrafos para fãs, se mostrou muito mais inesperada para a mulher de intensos olhos verdes ao olhar em direção a porta do estabelecimento que estava e ver um homem muito familiar entrando e usando um short preto folgado, camisa branca e simples e tomada pelo suor, óculos de sol, tênis esportivo em preto e branco, fones de ouvido bluetooth e um imenso sorriso desenhado nos lábios, lembrando-se do homem que encontrou a dois dias atrás enquanto saia do local de mais uma apresentação.

Florence ficou observando cada movimento do mesmo, desde a hora que chegou, sentou-se, tomou café, conversou com o funcionário, pagou a conta e saiu, demonstrando estar seguindo caminho para mais uma maratona de exercícios. E tudo isso foi feito sem ele perceber que ela estava ali. E assim que o garçom voltou na mesa que a mulher estava para pedir a conta, Florence recebeu um bilhete do mesmo, estranhando de imediato e lendo:

"Queria poder lhe desejar bom dia, mas me vi simplesmente fugindo como um covarde.

Ass. Fernando"

Welch sorriu como uma menina boba, mas ao mesmo tempo estranhou a atitude e levou suas atenções ao funcionários que estava ao seu lado e perguntou:

- O homem que lhe deu esse bilhete, já frequenta o estabelecimento há muito tempo?

- Sim, senhora. Vai fazer quase um mês.

- Nossa! - estranha - Nunca o vi por aqui.

- Falta de sorte, acredito. Não por sua parte, mas pela dele. - fala tímido - Com licença e...

- Pode ficar com o troco - sorri, mesmo sabendo que a quantia seria muito maior do que o produto comprado - Com licença!

A mulher alta, madeixas ruivas e olhos verdes, usando um vestido florido e elegante, se levantou e começou a caminhar em direção a saída do estabelecimento, abrindo a porta e conseguindo ver a alguns metros sua casa. Então seguiu em direção a ela, mas antes iria passar em uma livraria e comprar alguns livros novos para sua vasta coleção.

Seus passos calmos e delicados, seguiam e sua visão conseguia ver cada sorriso lançado em direção a ela, enquanto pessoas lhe desejavam bom dia e jovens lhe pediam fotos, até o momento em que estava se aproximando da livraria.

Florence passou em frente a uma rua estreita e não olhou em direção a ela, e só parou quando sentiu alguém a acertando no ombro com força o suficiente para lhe jogar para o lado, mas também sentiu mãos a segurando rapidamente e a girando no ar, sendo o corpo da pessoa seu amortecedor.

Roberth demonstrava no rosto uma expressão de dor, enquanto sentia a costa batendo na calçada de cimento e quente, além de Florence caindo sobre ele e somando seu corpo na queda.

A mulher se afastou rapidamente e ficou preocupada com o forte tropeço e ter caído sobre seu peito.

- Você está bem?? - pergunta, enquanto se ajoelhava ao lado do mesmo e estava com as mãos inquietas para tocá-lo e ao mesmo tempo não - Porque correu assim?? - o toca, vendo-o sorrindo e com dor ao mesmo tempo.

- Esqueci... Esqueci minha bolsa na cafeteria - deita de lado, sentindo o impacto na costa - Tem dinheiro lá dentro - a olha, percebendo o verde ainda mais claro devido ao sol e o ruivo mais atraente - Machuquei você?

- Bem, não! Eu que deveria estar preocupada com você, já que cai em cima de você. Você está realmente bem?

- Sim, sim. - sorri e a vê ficando de pé e lhe ajudando, tocando em sua pele pela primeira vez e sentindo a maciez e delicadeza, além do olhar preocupado - Estou bem sim.

- Que susto... - respira aliviada ao vê-lo de pé - Obrigada pelo bilhete.

- Louco! Mando um bilhete e tropeço em você minutos depois - ri e a vê ri e concordar.

A horas dali, S/N caminhava pelas calçadas de um quarteirão de onde tudo estava acontecendo devido sua galeria de artes, e assim que vai se aproximando, percebe sua cliente fiel, Florence Welch conversando com um homem forte e musculoso, mas que não era possível ver o rosto, pois estava de costas. Mas a mulher de madeixas escuras percebia ser alguém próximo, pois o sorriso nos lábios da cantora se mantinham, enquanto ela parecia arrumar as roupas por alguma razão e o homem também.

A cena fofa, foi deixada para trás assim que S/N abriu a porta do enorme lugar, vendo seus quadros depois de meses afastada e reclusa na mansão de Adele, tanto por medo de Roberth, quanto por pedido da própria cantora. Mas era o momento de enfrentar tudo e seguir a vida, mesmo S/N sabendo que sua convivência com o homem estava longe do fim, por mais que pagasse a quantia que fosse pelo silêncio e não divulgação das fotografias.

Caminhando por um imenso tapete vermelho e aveludado, rodeado por poltrona pelas e com estofados da mesma cor, estava Adele olhando o imenso teatro em Londres e onde iria passar a cantar no passar dos dias.

Seu retorno era naquele mesmo dia e os ingressos já estavam esgotados com horas de lançamento.

Adele olhava os lustres de cristal com suas luzes acesas, trazendo muito mais elegância para seu show, mas acima de tudo, ordens e descrição perfeita de Roberth para cada segurança em pontos específicos do lugar, para pegá-lo e prendê-lo em uma sala longe de tudo e todos e fazer ele sentir na pele cada sofrimento de S/N.

A mulher de madeixas douradas, não se importava com o que poderia acontecer com Roberth, ela queria apenas demonstrar que não sentia medo.

A passagem de som ecoava entre as paredes, e Adele caminhava em direção ao palco com o microfone em mãos e cantando trechos de suas músicas para testar a limpeza do áudio, para que horas depois, conseguisse cantar e caminhar entre seus fãs sem nenhuma surpresa que lhe estragasse seu retorno.

- Perfeito, gente! - afirma ela, enquanto subia no imenso palco com suas roupas largas e simples - Novamente?

- Sim! - fala um membro de sua equipe.

- Mas essa é a quarta vez! - faz uma expressão fofa de choro - Tá!

Adele volta a descer as escadas e caminhar para onde estava a metros de distância do palco, refazendo todo o percurso novamente e cantando a primeira música que vinha em sua mente, sendo uma delas da banda Florence and the Machine, No light, No Light, onde os agudos e graves eram constantes, e isso a fez receber elogios e se gabar por isso, mesmo que em forma de brincadeira.

Chegando em frente em sua casa, Florence era acompanhada por Roberth, que se apresentava como Fernando e mantinha sempre uma palavra engraçada e que o tornava um "homem perfeito" diante dos olhos da mulher simples e romântica, mas tímida e com poucas palavras.

- Foi um imenso prazer conhecer um pouco da Florence fora dos holofotes - fala Roberth, vendo um sorriso meigo surgir nos lábios da mulher em sua frente.

- O prazer foi meu! Com licença e uma excelente corrida, e cuidado para não esbarrar em alguém pelo caminho - ri, dando as costas para o mesmo e abrindo a porta de sua casa, porém a fechando mantendo contato com o mesmo.

Eu sinto você! - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora