CAPÍTULO 9

178 27 27
                                    

Estou adorando os comentários! E me dei conta de que Augustus não foi apresentado, então, vamos lá!
E é claro que vou escrever as histórias de todos os casais, vocês estão escolhendo as desse primeiro volume, ok?

Violet olhou na direção do rosnando e arregalou os olhos. Um macho nu, até aí nada demais, mas esse macho não era alguém comum. Algo dentro dela se agitou quando os olhos dele se encontraram. Olhos violetas! Totalmente violetas ou lilases escuros. Da cor da flor que tinha lhe dado o nome, era um grande coincidência.
É claro que os olhos dela não se concentraram apenas nos olhos dele, havia muito para se admirar. O corpo perfeito bronzeado, musculoso, os cabelos loiros bem claros que iam até o meio das costas. O pênis...
"Terminou?" Ele perguntou com insolência, Violet baixou os olhos.
"Pai." Annabeth disse, ele suavizou a severidade no olhar, mas disse de forma autoritária.
"Há caça lá fora, vá ajudar." A filhote sorriu e saiu da caverna correndo.
"Augustus, que tal se vestir, meu filho?" O Nova Espécie que até agora Violet não sabia o nome sugeriu. Filho? Eles não se pareciam em nada tirando o fato de serem caninos.
Augustus foi até a estrutura de madeira e vestiu uma bermuda jeans que num passado distante teria sido uma calça e só. Quando ele se voltou para ela, os olhos de Violet foram para sua virilha, devia ser desconfortável vestir jeans sem cueca, ainda mais quando ele era bem dotado.
"O quê? Não estou vestido o suficiente?" Ele perguntou, Violet desviou os olhos. Ela o achou muito arrogante.
"Por que essa animosidade toda, filho? Já faz tanto tempo que não temos uma convidada! E meu nome é Lazarus." O parecido com o Tio V. disse com um sorriso. Ele estaria zombando de Augustus?
"Ela não é uma convidada e tem de ir embora. A ajude a chegar na estrada e a deixe lá." Augustus disse e saiu da caverna.
Violet se levantou com dificuldade e só então percebeu que vestia apenas uma camiseta grande.
"Sua roupa estava muito suja de sangue, você sangrou muito, espero que me perdoe por ter trocado sua roupa com você inconsciente." Lazarus disse, Violet fez um sinal com a mão descartando as desculpas.
"Sem problema. Eu estou muito tonta ainda e minha cabeça parece que vai explodir, mas se ligar para meus afilhados..." Ela olhou em volta procurando seu celular.
"Onde está meu celular?" Ela perguntou, Lazarus deu de ombros.
"Eu só trouxe você, deve ter caído. Mas você não vai embora por agora, você está fraca." Ele disse.
"Diga isso ao lobo mau lá fora então."
"O que disse?" Lazarus a encarou, Violet riu.
"O lobo mau das histórias sempre parece mais mau do que é." Ela explicou, Lazarus balançou a cabeça.
"Ele não gosta de brincadeiras." Violet assentiu e foi até uma cadeira de armar. Ela se deixou cair sentada na cadeira, sua cabeça girou.
"Tome, comer também ajuda." Ele estendeu um prato para ela, Violet começou a comer e engoliu com esforço, ele riu.
"Minha comida não é muito boa, desculpe." Violet começou a rir.
"A comida do Tio V. é horrível também." Ele riu.
Violet comeu toda a carne, mas ainda sentia tontura e dor de cabeça. Ela voltou para o colchão inflável e fechou os olhos.
"Não durma. Os pesadelos." Lazarus a lembrou.
"Me conta a sua história?" Violet pediu, ele se sentou no chão a frente do colchão dela.
"Ok. Eu nasci há muito tempo atrás, querida, nem saberia te dizer quantos anos exatamente eu tenho e não me importo muito com isso."
"Você viu as guerras mundiais?" Ele sorriu.
"Sim, embora no meio do mato não se falava muito disso. A grande depressão, aquilo sim foi muito pior que a guerra."
"Deve ser legal ter visto tanta coisa." Ele balançou a cabeça.
"Não vi tanta coisa assim, eu sempre me escondi."
"Você fugiu das instalações?"
"O quê? Eu não fugi de lugar nenhum."
"Mas o Tio V, a mãe dele, o pai, eles estavam numa instalação, como você não?" Violet se ajeitou, seu braço doía e seu ombro também.
"Eu nasci nessa terra, eu sou daqui, do Alasca. Nós perambulamos pelos Estados Unidos e Canadá, mas sou daqui, do Alasca."
"Mas como? Você é Nova Espécie!"
"É, eu sou." Violet se enrolou no cobertor, ele a ajudou colocando travesseiros atrás das costas dela, ela sorriu agradecendo.
"Por que ela ainda não está na estrada?" Augustus apareceu todo sujo de sangue, Violet ficou olhando ele encher um balde de água do poço, tirar a bermuda e jogar a água em sua cabeça e corpo. Lazarus a olhou, Violet baixou os olhos embaraçada.
Augustus se secou e vestiu outra bermuda, essa bem surrada e rasgada. Ele parecia não saber que existia uma coisa chamada cueca.
"Eu não tenho por que usar cueca." Ele disse com a cara fechada, Violet arregalou os olhos. Ela tinha pensado alto. Lazarus riu.
"Eu vou ter de jogar ela no ombro e fazer eu mesmo?" Ele perguntou cruzando os braços.
"Ela está fraca e tonta e ainda há os pesadelos. Quando estiver melhor eu a levarei."
"Nós iremos embora amanhã, tem até lá para melhorar, Violet." Ele disse, Violet estremeceu com a voz dele dizendo o nome dela. Uma voz baixa, muito grave e meio rouca.
Lazarus o ignorou e perguntou:
"Onde estávamos, ah, sim, eu nunca estive numa instalação, o que quer que seja isso."
"Foi onde meu pai nasceu. Ele foi criado, ele não tem pai ou mãe. Foi onde Tio V nasceu também, quer dizer, não foi na mesma. Mas Tio V tem pai. E teve mãe, mas ela não estava em nenhuma das instalações invadidas quando Mercille caiu." Lazarus assentiu.
"Então esse tal tio V é seu irmão, pai?" Augustus perguntou.
"É possível. Ela chegou a me confundir com ele ou com um... Como você chamou?"
"Com um clone dele."
"O que é um clone?" Augustus perguntou firmando seus olhos incríveis em Violet. Ela o encarou e esqueceu de responder.
"Um clone é uma réplica, não é? Eu já vi isso num filme." Lazarus disse.
"É. É isso mesmo."
"E por que alguém faria uma réplica do irmão do meu pai? O que ele tem de especial?" Violet sorriu com carinho. Seu Tio V era muito especial, ele era o melhor dos tios.
"É uma história muito complicada, meu irmão Joe iria adorar te explicar. Resumindo, os cientistas não conseguiram fazer embriões viáveis, mas um médico chamado Michael Marshall conseguiu fazê-los usando material genético do meu Tio V. E com esses embriões, outro cientista, chamado Bishop, fez os clones. O Tio V foi escolhido por seus olhos."
"E são três? Iguaizinhos a Vengeance?" Lazarus perguntou.
Augustus começou a mexer no fogareiro, Violet assentiu sem tirar os olhos dele. A bermuda surrada estava colada a sua bunda e pernas.
"Como você pode nunca ter estado numa instalação? Você é de segunda geração, é isso?"
"Eu não sei de que geração eu sou. Minha mãe me teve e quando eu tinha uns três anos e já sabia me esconder e me alimentar, ela sumiu. Eu acredito que Vengeance pode ser filho dela, ou neto, já que eu sou muito parecido a ela."
"Faz sentido. Kevin é neto do Tio Dusky, mas parece filhote dele. E o pai dele é humano. A mãe, Minerva, companheira de meu irmão Pride, não se parece nem com Dusky, ou com Kevin, exceto pelos olhos."
"Seu irmão Pride é o que tem filhos com a filha de Vengeance?" Lazarus perguntou.
"Sim, ele mesmo."
"E o seu pai?"
"Humano. Um humano pequeno e frágil. Mamãe costumava bater na cabeça dele quando ele não queria trabalhar." Violet e Lazarus riram muito.
"Ele pegou uma doença e morreu." Lazarus disse depois de rirem bastante. Violet ficou triste por ele.
"Eu sinto muito."
"Já faz muito tempo. Ele sempre foi um pouco doente. Mamãe costumava dizer que se não fosse ela ele teria vivido muito menos."
"Acha que ela foi capturada? Se fosse assim, eles a teriam colocado com Wide e aí ela engravidou do meu Tio."
"É possível." Augustus disse colocando um prato no colo dela.
"Para tirar o gosto." Ele disse, Violet riu, ele deu um sorrisinho de lado, e voltou a sair. O coração dela acelerou.
Lazarus sorriu.
"Ele é muito cabeça dura. Você tem de ser forte, querida." Violet abriu a boca para responder, mas Lazarus mudou de assunto.
"Eu não sei quem foi o pai da minha mãe. Ou a mãe dela. Ela também não sabia. E ela não me deixaria, eu era só um menininho." Ele disse num tom de voz triste.
"Há uma história. Do primeiro Nova Espécie. Ele foi encontrado e dele vieram todos os outros. Os cientistas usaram os genes dele e criaram meu pai e os outros. Talvez ele seja seu avô." Lazarus torceu os lábios pensando.
"Você é muito inteligente, querida. E persistente. Se não tivesse ficado no nosso rastro por tanto tempo eu não teria permitido que você se aproximasse." Ele disse.
"Mas eu quase morri. Eu só vim dar a vocês uma opção. Nossa Reserva tem caça, tem muitas terras, vocês podem se estabelecer lá e morarem depois das terras do Tio Lash. Podem construir cercas e colocar um portão se não quiserem interagir conosco. Há muitos machos que vivem sozinhos e não gostam que invadam suas terras. Nós respeitaríamos."
Ele sorriu um sorriso cansado.
"Não. Nós temos nosso próprio espaço querida. Estamos em vias de acabar e é como deve ser."
Violet não entendeu, mas ela começou a sentir muito sono, então se ajeitou no colchão e fechou os olhos.
Não era para ela dormir, mas acabou dormindo.
E sonhou. Um sonho delicioso onde ela e Augustus nadavam nus num lago onde havia uma cachoeira. Eles jogavam água um no outro, tentavam afogar um ao outro, tudo em meio a muito riso e alegria. Ele a abraçou e a olhou de forma quente, Violet fechou os olhos e esticou os lábios os oferecendo. Mas ao invés de beijá-la, Augustus baixou a cabeça dela na água e Violet achou que se tratava de uma brincadeira.
Não era assim. Ela começou a se debater, e nisso ela foi engolindo água, muita água. Seus pulmões começaram a arder, ela se debateu, usou toda a sua força, mas ele continuou segurando Violet debaixo da água, ela tentava emergir e respirar, mas não era possível. Até que ela morreu. O espírito dela saiu de seu corpo e flutuou por sobre o lago. Augustus virou Violet, o corpo dela boiava, seus olhos e boca estavam muito abertos.
"Tinha de ser assim." Augustus disse, Violet voou por sobre o lago, foi subindo mas em certa altura, ela não subiu mais. O espírito de Violet ficou suspenso, entre o céu e a terra, sem poder descer ou subir. Uma angústia sem tamanho a tomou e ela gritou a plenos pulmões o nome dele.
"Violet? Violet? Acorda!"
Violet abriu os olhos, os olhos de Augustus brilhavam na escuridão, ela gritou o nome dele mais algumas vezes até que ele a abraçou com força. Ela parou de gritar e se deixou abraçar. A pele dele era quente.
"Já passou. Foi só um pesadelo. Só isso."
"Foi... Você estava lá. Você me matou." Violet se afastou, ele se levantou do colchão dela.
"Foi um pesadelo. Você é irritante, mas não é tanto assim. Durma."
Violet tentou se levantar, mas seu braço e ombros doíam como o inferno.
"Onde está Lazarus?"
"Lá fora. Precisa de ajuda?" Ele perguntou, Violet fez que sim. Ela precisava muito ir ao banheiro.
"Banheiro." Ele a ajudou a se levantar e só aí é que ela notou que ele estava nu.
"O que você tem contra roupas?" Ele torceu a boca, foi até as roupas penduradas e vestiu uma bermuda. Outra bem velha e surrada.
"Vem."
Ele a levou para fora, não havia ninguém ali, Violet achou estranho. Onde estavam as outras pessoas que ela viu de cima da árvore?
Ele a guiou até uma tenda, ela entrou e viu que havia uma privada. Ela se sentou e fez xixi. Havia também um balde grande com água e um menor. Ela encheu o menor e jogou água na privada. Tudo muito rudimentar, mas eficaz. Deviam ter cavado uma fossa debaixo da privada.
Ela voltou para a entrada da caverna, examinando o lugar, mas só havia um varal com roupas secando e algumas pilhas de suprimentos. Uma mesa cheia de caixas térmicas estava a um canto. Rudimentar e espartano.
"Onde estão os outros?" Ela perguntou.
"Caçando." Ele disse, ela assentiu.
Eles voltaram para a caverna, ela voltou a se deitar.
"Você disse que amanhã irão embora. Para onde?" Violet perguntou tentando se ajeitar, mas tinha se deitado sobre as cobertas.
Augustus a ajudou a se ajeitar, a cobriu e disse:
"Para casa."
Violet não queria dormir, ela estava com muito medo dos pesadelos, mas seus olhos estavam pesados.
"Eu não posso dormir." Ela disse baixinho.
Augustus bufou.
"Posso me deitar com você, minha presença vai afastar os sonhos maus, mas eu odeio me deitar vestido." Ele disse, Violet arregalou os olhos.
"Não vou dormir debaixo da sua coberta. Vou usar essa. Quer?" Ele disse mostrando uma manta.
"Sim. Qualquer coisa para não sonhar mais."
Ele não disse nada, tirou a bermuda e se deitou com ela no colchão. Violet tentou fingir que não reparou na ereção dele.
Ela fechou os olhos, ele rosnou.


FILHOTESOnde histórias criam vida. Descubra agora