Cheiro de pão. Como os que a senhora Melvis assava na casa dela às vezes. Um Nova Espécie inspira antes de abrir os olhos quando acorda se sentindo desconfortável e com Violet não foi diferente. A dor a tomou, uma fincada poderosa em sua nuca, ela finalmente abriu os olhos. E se deparou com um telhado aparente. Ela estava numa casa?
Violet piscou, sua cabeça doía muito, ela não quis mexê-la. Mas a curiosidade foi maior, então Violet se sentou. A dor aumentou, ela fechou os olhos com força. Quando os abriu uma fêmea loira a olhava. Violet reparou no cabelo curto, nos olhos violetas. Ela lhe estendeu uma caneca.
"Sem pesadelos?" Ela perguntou, Violet ia negar com a cabeça, mas se lembrou a tempo e disse:
"Sim. Sem pesadelos." A fêmea assentiu. Violet tomou todo o conteúdo do copo, o gosto era horrível como da outra vez.
"Eu sou Angela. Coloquei umas ervas analgésicas, vai ajudar com a dor." Violet olhou em volta, era um grande cômodo, como se fosse uma cabana. A cama ficava num canto, do outro lado havia um fogão, uma pia e uma geladeira. Uma tv e um guarda roupas ficavam a direita. Os móveis eram antigos, estavam limpos e em bom estado. À esquerda ficava uma grande lareira que devia ser a responsável por aquecer a casa, embora eles pareciam não se importar muito com o frio.
"Você mora aqui?" Violet perguntou.
Ela acenou com a cabeça.
A filhote, Annabeth abriu a porta, viu Violet e sorriu.
"Você está viva! De novo." Violet sorriu.
"Sim. Eu escapei de novo."
Tudo voltou a Violet, a última conversa com Lazarus, a morte da humana. Os atiradores, os lobos. Violet sentiu as lágrimas vindo, a culpa. Ela devia ter pedido carona ao terceiro carro, telefonado para seus afilhados e voltado para casa. Mas ela perdeu o terceiro carro, a humana morreu, Lazarus e os dois lobos morreram. Ela tentou segurar o choro, mas era muita coisa, não conseguiu. Violet chorou por um tempo, a filhote se sentou na cama e lhe segurou a mão. A fêmea foi até o fogão abriu o forno, retirou o pão de lá, alheia às lágrimas e ao choro de Violet.
Ela pegou um prato, colocou algumas fatias de pão, pedaços de carne e regou tudo com bastante caldo grosso. Violet enxugou o rosto e aceitou a comida. Estava delicioso.
"Mamãe, posso ir lá fora de novo? Só para buscar uma flor para ela?" Annabeth perguntou, Violet engoliu com um pouco de dificuldade. Aquela fêmea era a companheira de Augustus! Augustus que dormiu com ela, nu, com apenas uma manta fina os separando.
"Quais são as regras?" A fêmea respondeu com outra pergunta, seu rosto severo fez a filhotinha baixar os olhos.
"Não sair da casa à noite." Ela respondeu.
"Não precisa pegar uma flor para mim, basta me dar um sorriso." Violet disse, a filhote sorriu, um lindo sorriso que lhe iluminou os olhos violetas.
"Coma, Anna." A fêmea comandou, a filhote correu para pegar comida no fogão. A fêmea abriu uma mesa de armar que estava desmontada num canto e Violet não reparou, ela e a filhote se sentaram nuns tamboretes e comeram em silêncio. A filhote tentou conversar algumas vezes, a fêmea rosnou alguns monossílabos mostrando que não queria conversa, a filhote parou de tentar. Violet comeu, Anna pegou o prato dela com um sorriso, Violet estava encantada com ela.
A fêmea desmontou a mesa e a colocou para fora da casa, Anna começou a lavar a louça. Quando tudo estava no lugar, a fêmea puxou um colchão de debaixo da cama, ela e Annabeth se deitaram em silêncio. Violet voltou a se deitar, a fêmea não queria conversa, ela tinha muitas perguntas, então achou melhor tentar dormir de novo. E conseguiu.
No dia seguinte, Violet acordou e era Augustus que estava sentado a mesa comendo.
Violet se sentou, ele a encarou em silêncio.
"Onde estão Angela e Annabeth?" Ela perguntou, ele a encarou com os olhos queimando. Violet sentiu medo da fúria que viu nos olhos dele. Mas o que ela poderia dizer? 'Me desculpe por ter sido responsável pela morte do seu pai?' Não ajudaria em nada.
"Lá fora. Como está se sentindo?"
Violet mexeu a cabeça e estralou o pescoço. Sem dor. Seu estômago era outra história, roncou alto.
"Estou bem." Ele encheu um prato com a carne ensopada foi até a cama e colocou o prato no colo dela, Violet lhe segurou o braço.
"Augustus..."
"Não me toque." Ele disse, Violet o soltou. Ele saiu da casa sem olhar para trás, Violet ficou olhando as costas fortes e os cabelos loiros. Ele só usava uma bermuda.
Ela comeu e se levantou. Estava um pouco tonta, mas era só isso. Precisava muito ir no banheiro, e como vestia um vestido esquisito mas comportado, saiu pela porta. E foi como viajar para o passado.
Várias casas de tijolos e telhados aparentes feitas de troncos. Carros antigos, hortas em todas as casas. Um riacho cortava o lugar e algumas fêmeas lavavam roupas num dique de madeira. Não haviam crianças correndo, só isso faltou na opinião de Violet.
Angela estava do lado de um carro, alguém estava mexendo no motor, Violet foi até ela.
"Está andando, isso é bom." Ela disse a título de bom dia, Violet assentiu. É claro que era bom, significava que ela iria embora logo.
"Onde fica o banheiro?" Violet perguntou.
"Vê se dá um jeito nisso, Bob. Vem." Ela pegou na mão de Violet e voltaram para a casa.
"Há banheiro aqui. Nessa porta." Ela abriu a porta, Violet sorriu sem graça. Bastava ter inspirado e sentiria o cheiro do sabonete, mas ela ainda estava fraca.
Violet usou o sanitário se surpreendendo por ter descarga. Tudo ali parecia antigo. Não havia chuveiro o que ela achou uma pena, seria ótimo tomar um banho.
Ela saiu do banheiro, Angela estava lavando os pratos que ela e Augustus usaram.
"Pode deixar, eu..."
"Você tem coisas mais sérias para se preocupar do que um prato sujo. Augustus mandou que você fosse na casa dele.
"Ele não mora aqui?" Violet perguntou. Ele não dormiu lá, mas poderia ser por que Violet estava na cama deles.
"Por que ele moraria aqui?" Angela lhe cravou os olhos violetas e Violet percebeu. Ela arregalou os olhos, não deu para evitar.
"É, somos irmãos. E vai isso se repetindo por aqui, então pare de arregalar os olhos." Angela disse, Violet só acenou.
"Onde é a casa dele?" Ela iria enfrentar o que tivesse de enfrentar com a cabeça erguida. Nunca passou pela cabeça dela que perder o terceiro carro fosse desatar numa tragédia daquele tamanho.
"A última antes da montanha. Siga em linha reta pela estrada." Angela disse e foi arrumar a cama, Violet lamentou não ter arrumado.
Ela saiu, Annabeth veio correndo e a abraçou, Violet a abraçou de volta.
"Que bom que você está bem!" Violet lhe beijou o rosto.
"Vou falar com Phil. Ele disse que dessa vez você não ia escapar!" Ela correu pelas casas se afastando.
Violet foi andando pela estradinha, era apenas uma trilha no meio da grama. Haviam árvores, plantas, tudo de forma desordenada, era como se tivessem construído casas num bosque e só tivessem derrubado o que estava no caminho, deixando o resto.
Ela continuou na trilha, aquilo não era uma estrada, e depois de um tempo a casa dele apontou. Exatamente como as outras. Violet inspirou e não sentiu o cheiro dele, sentiu o cheiro do...
Violet deu meia volta e correu, mesmo sabendo que não deveria estar sendo rápida, mas ela tinha de ficar a salvo do lobo branco. O lobo porém não a perseguiu, correu para a montanha, Violet parou para recuperar o fôlego.
"Augie te deu uma corrida?" Alguém disse, Violet deu um passo para trás. Um macho muito parecido com o tio V lhe sorria. Os olhos, no entanto eram violetas, é claro que seria um filhote de Lazarus.
"Eu..." Violet tinha tantas desculpas a pedir! Ela nem sabia como começar.
"Tudo bem, papai estava estranho, agora eu sei por quê. Ele não iria querer que ficássemos tristes. Ele sempre disse isso." Violet assentiu, as lágrimas queriam descer pelo rosto dela, mas ela segurou. Não era hora de ficar chorando, ela precisava voltar para casa.
O macho lhe tocou o rosto, ela viu que os cabelos dele tinham alguns fios brancos entre os pretos. Seriam uma marca de idade como os humanos?
"Você parece bem perdida, Augustus não lhe contou nada, não é?"
"Não. Nem Angela." Ele riu.
"Angela é pior que ele se quer saber minha opinião."
"Você chamou Lazarus de papai, mas Augustus também. Ele era como um pai para todos vocês?" Ela perguntou, o macho começou a andar na direção da casa de Augustus. Violet o seguiu, ele abriu a porta da casa, esperou ela entrar e entrou também.
A casa era como a de Angela. Móveis antigos, uma lareira e uma porta que deveria ser o banheiro.
"Qual é o seu nome? E onde está Augustus?" Violet inspirou e não sentiu o cheiro dele.
"Eu sou Bob, estava arrumando o carro de Angela, você não me viu?" Violet balançou a cabeça negando.
"Desculpe." Ele sorriu.
"Tudo bem. E por que pergunta por Augustus?" Violet não entendeu a pergunta.
"Angela disse que era para eu vir. Ela me indicou o caminho." Ele ficou pensativo.
"Entendi." Ele disse simplesmente, Violet suspirou.
"Onde fica esse lugar? Isso é como se fosse a Reserva, só que com coisas antigas." Ele riu.
"E coloque antigas nisso. Mas servem bem aos seus propósitos." Violet cruzou os braços, ali era bem frio. Bob acendeu a lareira, ela foi se sentar no tapete a frente do fogo.
"Seus cabelos." Ele disse, ela virou a cabeça.
"São da cor do fogo." Ela sorriu.
"Igual ao meu pai. E por falar em cabelos, você e Augustus são irmãos? De sangue? Por que ele chamava Lazarus de pai, mas você é que se parece com ele."
"Augustus se parece com nossa mãe. E todos somos parentes. Irmãos, primos e por aí vai."
"Vocês são quantos?" Violet perguntou.
"Trinta e duas pessoas. Trinta adultos e duas crianças. Você conheceu Annabeth, não é?" Violet disse que sim.
"Só duas crianças?" Ele assentiu, seu rosto ficando sério, duro.
"Só." Ele disse encerrando o assunto e se mostrando igual ao pai dele e por tabela igual ao tio V.
"Vocês têm telefone?" Ela perguntou, ele fez que não com a cabeça.
"Internet?" Ele sorriu dessa vez. Não, então.
"O carro que você estava consertando, é para me levar?" Ela perguntou, ele deu de ombros.
"Isso é algo que só Augustus pode dizer, mas Angela deve te querer bem longe daqui." Violet concordava com ele, Angela não gostava dela.
Um barulho do lado de fora lhe fez ela levantar de um salto, Bob se pareceu surpreso.
"O quê?"
"Você se levantou de uma forma que eu nunca vi uma mulher fazer."
"Eu sou felina. Vocês são todos caninos aqui, não é?"
"Caninos? É assim que vocês chamam quem..."
"Bob, e o carro?" Augustus abriu a porta, nu, todo molhado. Violet baixou os olhos, Bob não pareceu se importar com a nudez de Augustus.
"Preciso de uma peça. Se me autorizar, amanhã devo estar de volta."
"Pode ir." Augustus disse, Bob saiu da casa.
Ele foi até uma cômoda, pegou uma bermuda, surrada, rasgada e vestiu. Violet não sabia por que ele se importava.
Ele pegou também uma toalha e começou a secar os cabelos. Era engraçado Angela ter os cabelos curtos e ele ter cabelos compridos.
"Você parece bem. Tão bem que já está fazendo amizades." Ele disse, Violet voltou a se sentar perto do fogo. Estava muito frio.
"O carro é para me levar embora?"
"Sim. Até Bob voltar já saberemos com certeza se você deve ir ou ficar."
"Não entendi." Ela disse. Ela não ficaria ali, na verdade, quem quisesse ir com ela seria bem-vindo.
"Não é para entender." Ele disse.
Ela se lembrou de Lazarus. Foi exatamente o que ele tinha dito.
"Isso aqui não é muito diferente da Reserva, qual o problema de irem para lá? Estariam seguros." Violet disse, ele lhe deu as costas e foi até o fogão. Violet ficou esperando ele falar alguma coisa, mas ele só esquentou um pouco de carne cozida.
"Vocês comem a carne ensopada, bem cozida. Todos são assim?"
"Qual o problema de comer carne bem cozida? Queria que coméssemos carne crua?" Ele perguntou.
"Não. Nós comemos carne mal passada. Mas é gostoso carne cozida também. Eu vivi entre humanos, eu aprendi a gostar. No refeitório da faculdade havia bife, mas eles nunca conseguiram me dar um que estivesse como minha mãe faz." Ele assentiu.
"Sua mãe. A que teve dez filhos."
"Sim. Dez filhotes. Por que vocês falam como os humanos?" Ele deu de ombros.
"Acho que por que é assim que se fala." Ele era bem insolente, Violet se lembrou disso.
"Por que só há dois filhotes?" Ela perguntou, ele fechou a cara.
"Se for ficar, iremos te responder tudo o que perguntar, mas como ainda não sabemos, quanto menos você souber melhor." Ele disse.
"Eu não vou ficar." Ele a encarou e Violet viu no fundo dos olhos violetas que havia algo que ela não sabia. Violet odiava não saber das coisas.
"Veremos." Ele entregou um prato cheio de carne para ela, Violet comeu. Ela tinha comido a pouco tempo, mas achou falta de educação recusar.
"Você está com o apetite aumentado? Ou é o seu normal estar sempre comendo?" Ele perguntou, Violet sorriu.
"Eu sou comilona. Como mais que alguns dos meus irmãos."
"Não todos?" Ela aumentou o sorriso.
"Não dá pra comer o mesmo que Noble ou Honor. Mas eu como mais que Simple, James e Hon. Pride e Candid também são como dragas para comida."
"Quem deu nomes aos seus irmãos?" Ele perguntou, a saudade que Violet sentiu de sua família doeu no coração dela.
"Papai. Mas mamãe contribuiu. O nome de James e de Joseph são escolha dela. Honor e os trigêmeos tem segundos nomes humanos."
"O seu nome é humano." Ele disse.
"Sim e não. Quando papai escolheu meu nome e da minha irmã ele pensou nas flores, ele nem imaginava que haviam humanas que se chamassem Violet e Daisy. Somos as florzinhas dele."
"Deve ser bom ter muitos filhos."
"É." Ela pensou na obsessão de Forest por filhotes.
"E seu pai tem netos?" Ele perguntou se sentando perto do fogo, no tapete.
"Sim. Um monte de netos e dois bisnetos. Heat e Jacob." Ele sorriu e Violet teve de baixar os olhos. Ele era muito bonito.
"Todos saudáveis." Ele afirmou, Violet o encarou.
"Lazarus me perguntou isso e agora você fala isso também. Novas Espécies não ficam doentes. Você não sabia disso? Alguém aqui é doente? Se for, meus irmãos são médicos, é só chamá-los. Meu noivo, ou melhor, ex noivo também viria."
Ele ficou calado.
"Você disse que fez faculdade. É bom?" Ele parecia querer mesmo saber.
"Eu fiz pedagogia. Eu sempre quis ser professora. Eu tive algumas classes e gostei, agora que achei vocês, vou voltar e procurar emprego fora da Reserva."
"Os humanos aceitam vocês?"
"Sim. A maioria deles nos admiram. Os fanáticos e violentos são poucos."
"Alguma vez você se encontrou com os fanáticos?" Violet olhou para as mãos.
"Sim, mas isso só me deu forças para continuar. Como eu disse são minoria."
"Você é corajosa." Ele disse, ela sorriu.
"Tenho de ser."
Alguém bateu na porta, Augustus foi abrir, era uma fêmea. Essa era morena, como Bob. Ela lembrava um pouco Dezesseis.
"Você não está fazendo as perguntas certas." Ela disse, Violet se levantou, mas sem saltar como antes.
"Não há pressa. Ela é muito forte, eu acho que quando Bob voltar com a peça, ela irá embora." Ele disse, a fêmea suspirou.
"Você a examinou? Ela tomou um tiro e está bem."
"Não é preciso examiná-la." Violet estava desconfortável com eles falando dela, mas também curiosa, então não disse nada.
"Violet? Você já tinha levado um tiro antes?" A fêmea perguntou.
"Não."
"É normal você se curar assim?" Ela lhe cravou os olhos violetas, Violet estava achando estranho todos terem a mesmíssima cor de olhos.
"Sim, Novas Espécies se curam, vocês não?"
"Viu, Sonia? Tudo indica que ela está bem e que poderá ir embora." Augustus disse para a fêmea. Sonia. Ela seria irmã dele também?
"É. Mas temos de aguardar mais alguns dias." Ele assentiu concordando.
"Eu já vou, então." Ela saiu.
"Ela também é sua irmã?" Violet perguntou depois de um tempo em que Augustus ficou parado olhando para o fogo.
"Não. Não há irmãos aqui, Violet. Não mais."
Violet franziu o cenho, ele a encarou.
"O quê foi?"
"Bob disse que vocês são irmãos." Ele franziu os lábios.
"Bob!" Ele disse o nome do irmão rosnando.
"Nós temos um casal de irmãos que teve filhotes juntos. A fêmea tinha cio e o macho teve que compartilhar sexo com ela. Eles tiveram quatro filhotes. Mas agora, Rebbeca está quase acasalada com Quinze." Ele ergueu uma sobrancelha.
"E todos aceitam os 'filhotes' normalmente? E são saudáveis?"
Violet pensou se contava sobre Missy. No fim e ao cabo, Missy morreu, mas por ser filhote de Adriel. Os gêmeos também eram dele, mas Honest tinha feito uma fórmula, Livie tinha ajudado e até então estavam bem, muito bem, Bernie era mais um gênio entre os filhotes. Josh o único filhote de Isaac era forte, ia completar quinze anos dali a uns meses.
"Sim." Ela disse simplesmente. Se ele não lhe contava as coisas, ela também não ia contar tudo.
"Bob acha que não devemos parar de nos comportar como irmãos. Eu já não penso assim. Nosso pai morreu, a família acabou." Ele disse, Violet não concordava, mas tentou ver sob o prisma dele. O sofrimento estava fazendo-o pensar dessa forma, mais tarde ele poderia pensar diferente.
"Mas Angela é mesmo sua irmã? E Sônia também." Ele deu de ombros.
"Annabeth é saudável, acho que você deveria se concentrar nisso. Ela é linda, comunicativa e inteligente, isso é o que importa."
"É. Annabeth é nosso milagre."
"Eu não vi Phil. Ele se parece com você ou com Bob?"
"Com o papai. Ele foi o último filho dele. Com Sônia." Violet olhou para o fogo. Sexo entre irmãos, era aceitável em algumas circunstâncias, mas entre pai e filha?
"Não é fácil nos entender, Violet. Sua cabeça pode até ser aberta, mas até para alguém com mente aberta, o que acontece aqui é algo que você nunca viu. Espero mesmo que Bob não demore com a tal peça." Ele disse, se levantou do tapete e saiu da casa.
Violet esticou as mãos até o fogo, ela só queria que ele falasse mais sobre eles. Sobre essas decisões tão estranhas, tão incomuns.
Depois de um tempo ela se levantou e comeu mais carne. Ela comia sempre que pudesse, seria difícil saber se estava comendo demais, então Violet decidiu só comer a noite para ver se seu apetite estava mesmo normal.
Ainda que ela não soubesse o que ter o apetite aumentado significava.

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General FictionQue tal não dizer os protagonistas dessa história? Talvez ir escrevendo e deixar que eles assumam o protagonismo? Ou deixar vocês escolherem? Bom, essa é a proposta dessa história. Eu tenho dois personagens os quais /adoraria escrever, mas vou deix...