CAPÍTULO 32

139 31 7
                                        

Harmony abriu bem os olhos, seu corpo estava deliciosamente dolorido, ela se ergueu usando os cotovelos, aquele quarto era desconhecido. Ela se concentrou nos cheiros ao redor e sentiu o cheiro de seus irmãos mais velhos, de Collin, e é claro, de Gift.
Ela se levantou devagar, tudo o que tinha acontecido veio até ela, Harmony arregalou os olhos! Não tinha sido um sonho! Foi real, tudo real! O que Gift fez com ela?
Nada. Ela quis, ela participou!
Harmony se levantou, ela estava nua, mas havia uma roupa... O seu conjunto de moletom preferido! Como aquilo estava ali? Os rosnados do lado de fora da cabana a fez deixar esse pormenor para depois e vestir a roupa. Com calcinhas e sutiã dela. Seus irmãos teriam trazido?
Ela estava na cabana de Honest, ou Collin. O lugar estava limpo, mas bem bagunçado. Havia carne no fogão, o estômago dela roncou, mas uma risada de Gift, a risada irônica e maldosa dele a fez sair.
Lá fora, seus irmãos estavam esticados, Storm tinha até as ventas do nariz abertas, Collin olhava a tudo com um olhar calmo e curioso, Gift estava como sempre, seu olhar era duro, mas ele parecia relaxado. Ele não tinha medo dos irmãos dela, Gift não tinha medo de ninguém.
"Mony! Viemos buscar você." Tempest disse.
"Tudo bem, querida?" Collin veio até ela e lhe beijou a testa.
"Sim, eu estou bem."
"Você foi coagida? Eu disse aos seus irmãos que Gift não te forçaria." Ela olhou a direita e viu John, Harmony baixou os olhos.
"Eu não sei." Ela disse, Tempest deu um passo na direção de Gift, Gift sorriu.
"Eu te carreguei até aqui, Mony?" Ele perguntou, Harmony não olhou para ele.
"Não. Eu vim com minhas próprias pernas." Ela disse. Ela não queria seus irmãos brigando com Gift, eles deviam ainda estar sentindo dor.
"Vamos para casa, vocês ainda devem estar se sentindo mal." Ela disse, Collin fez um barulho com a boca.
"Eu sou um bom médico, querida. Eles estão prontos para outra, afinal já fazem três dias."
Três dias? Harmony balançou a cabeça. Três dias?
"O que foi, Mony?" Tempest deu um passo na direção dela, Gift rosnou.
"Eu não vi o tempo passar." Storm rosnou para Gift, ele se esticou todo. "Eu e Mony temos de conversar, vocês já viram que ela está bem, agora vão embora. Eu mesmo a levarei para casa se ela resolver voltar." Ele disse.
"Como assim resolver voltar?" Harmony perguntou, ele deu as costas aos irmãos dela e a encarou. Harmony mergulhou no bronze dos olhos dele e se sentiu apanhada, ela ficou imóvel.
"Precisamos conversar. Se quiser ir para casa depois disso, eu mesmo levo você." Ele disse, Harmony acenou concordando com a cabeça.
"Ela não está bem. E se não se afastar dela agora mesmo, você vai agradecer por Collin estar aqui." Tempest disse, mas Harmony continuava olhando nos olhos dele. E dos olhos ela olhou para a boca. A boca, os dentes, as presas que a beijaram e chuparam e morderam...
"Mony? Se não vier agora iremos chamar o papai." Storm disse, Mony o ignorou.
"Gift e Harmony tem de conversar, que tal vocês voltarem depois? Dêem um tempo a eles." John, sempre calmo, disse.
"Mony?" Tempest disse, mas Harmony não encontrou sua voz. Ela estava presa.
"Ok, ok. Gift solte ela. Agora." Collin disse, Gift piscou, Harmony se afastou.
"Você a enfeitiçou, você usou alguma bruxaria com ela!" Storm disse.
"Não é bruxaria, Storm. É o veneno. E sim, Gift, é melhor Harmony ir para casa. E por falar em casa, essa é a minha e eu estou podre de cansado depois de dois plantões seguidos, então, os gêmeos levam Harmony embora, eu vou dormir, você e John vão se foder." Collin disse, ele era o maior ali, mas tanto John e Gift, quanto os gêmeos eram super caninos, nenhum deles se importou com o que Collin disse.
"Vamos, Mony." Harmony se afastou de Gift, ele rosnou.
"Ela não vai!"
"Você não fala por ela, Gift. Mony, querida, você quer ir para casa?" Collin perguntou, ele estava com um olhar assassino, Harmony sentiu medo, Gift não.
Harmony estava confusa. Havia muita coisa para pensar, muito a considerar, afinal ela estava namorando Smy. Smy! O coração dela doeu só de pensar em como ele estaria se sentindo! Três dias! Ele já devia saber.
Todos olhavam para ela, Harmony conseguiu assentir levemente com a cabeça, John suspirou e se jogou em Gift. Enquanto eles lutavam, Storm a jogou no ombro e correu.
Na casa dela, sua mãe já a aguardava na porta, Storm a colocou sobre seus pés, sua mãe a abraçou. Harmony sentiu vontade de chorar e não conteve as lágrimas, sua mãe a apertou nos braços, lhe alisando as costas, Harmony começou a se sentir mais como ela mesma.
"Por que está chorando, bonequinha? Você não disse que estava tudo bem, quando eu fui lá derrubar aquela porra de cabana?" O pai dela disse abraçando tanto Harmony quanto a mãe dela com seus braços fortes.
Até isso doeu. Seu pai tinha ido na cabana, tinha chutado a porta várias vezes, Harmony tinha dito que queria estar ali, que estava adorando estar ali com Gift!
"Eu falei com Brass que se aquele filhote esquisito dele estivesse te mantendo lá contra sua vontade, eu ia arrancar o pau dele fora! E é isso que eu vou fazer!" O pai de Harmony as soltou. A mãe dela disse:
"Não vai fazer nada, Torrent! Harmony é adulta e perfeitamente capaz de saber quando precisa de nós e quando não precisa. E agora, ela precisa de mim! Depois que ela se acalmar, aí sim, ela decide se quer que você faça alguma coisa. Agora, ela precisa de nós aqui." Harmony voltou a abraçar sua mãe, ela a amava tanto!
Grace e ela subiram as escadas, seu pai se sentou no sofá, ligou a tv e disse que esperaria, que estava ali por ela e que faria o que quer que Harmony pedisse.
No quarto, Mel a abraçou, Harmony olhou para sua cama, um grande diorama representando uma floresta estava ocupando quase todo o espaço.
"O que é isso?" Ela perguntou, Melody deu de ombros.
"Tia Violet. Foi Bernie que fez, o que você acha?"
Era bonito, havia muitas árvores e pedras em miniatura.
"É muito bonito, irmãzinha, mas eu queria..."
"Vamos tirar, espera só um pouquinho, Mony." A mãe delas disse, Harmony foi até a janela enquanto Mel e sua mãe desmontavam a maquete.
Ela repassou tudo o que aconteceu e a maior parte de suas lembranças era dela e Gift compartilhando sexo. Harmony começou a se aquecer ao se lembrar de tudo o que tinham feito, seus mamilos endureceram, sua buceta se molhou. Ela sentiu seu corpo formigar e o meio das pernas doer. Ela precisava dele! Harmony pulou a janela e correu, não havia como ficar longe.
Ela correu com tudo o que tinha, seus ouvidos captaram seu pai e seus irmãos atrás dela, mas tudo o que ela queria era Gift.
Ele ainda estava na cabana, Harmony subiu toda a montanha num fôlego só, quando parou a frente da porta, Gift saiu e a abraçou, ela se apoiou nele.
"O que foi?" Gift perguntou a sustentando, Harmony abriu as pernas e pulou no corpo dele com suas últimas forças ele a segurou encaixando as pernas dela em seus quadris. Harmony escondeu o rosto pescoço dele, Gift a beijou no ombro.
"Eu não consigo ficar longe."
"E não precisa ficar." Ele disse, Harmony afastou o rosto, ele tinha um olho roxo.
"John machucou você." Ela observou, ele sorriu.
"Ele ficou com os dois olhos roxos e eu chutei as bolas de Collin, foi divertido." Ele disse, mas não riu, ele não ria muito.
Harmony suspirou, ele lhe beijou os lábios.
"O que você fez comigo, Gift?" Harmony perguntou, ele a encarou.
"Eu te viciei em mim." Ele disse simplesmente, Harmony ergueu as sobrancelhas.
"Por quê?" Talvez houvesse uma pergunta melhor, ou Harmony devia bater nele, mas foi só o que ela conseguiu pensar. Ela o queria.
"Por que não?" Ele perguntou de volta, Harmony estava louca para que ele a beijasse, então o beijou.
Gift lhe mordeu os lábios e algo entrou na corrente sanguínea dela, algo que desatou uma sensação deliciosa de paz e de desejo quente ao mesmo tempo.
Harmony gemeu e começou a se esfregar contra ele, Gift andou com ela até a parede da cabana e a pressionou. Harmony se ajeitou, abriu bem as pernas, Gift rasgou o moletom dela. O conjunto que ela mais gostava!
"Gift, isso é errado." A voz de John disse, Harmony fechou mais os olhos e se apertou contra ele.
"Vá embora, John!" Gift rosnou, Harmony sentiu o sentimento já familiar de alheamento tomá-la, o meio de suas pernas latejava, ela só queria alívio.
"Largue a minha filhote!" Dessa vez era a voz do pai dela, Harmony se agarrou nele com mais força.
"Não sou eu que estou segurando ela."
Gift disse soltando Harmony, ela se segurou com as mãos e pernas nele.
"O que você fez com ela?" Seu pai baixou o tom, Gift se erigeceu em alerta, Harmony o imitou. Ela se soltou, a calça caiu, mas ela não se importou e rosnou para seu pai.
Os olhos dele se abriram no máximo e ele deu um passo para trás.
"Filhotinha..." Harmony sentiu sua alma dividida entre pedir desculpas a seu pai e atacá-lo, atacar a todos que a impedissem de sentir Gift abraçado a ela, sentir os lábios e os dentes dele na pele dela.
"Mony, olha pra mim." Gift disse, Harmony se virou, ele a beijou os lábios de leve, Harmony tentou segurá-lo pelo cabelo, sedenta por ele, mas ele a afastou.
"Vá com o seu pai. Eu já disse que temos de conversar e vamos. Amanhã, está bem?" Ele disse baixinho, a voz dele foi música aos ouvidos dela.
"Eu não quero."
"É, nem eu, mas você tem de ir. Iremos conversar, mas sua mente tem de estar limpa."
Harmony o olhou, ele estava decidido, ela sentiu frio.
"Gift..." Ela sussurrou, mas não fez nada quando Tempest a pegou no colo. Eles não correram, cada passo longe dele aumentava o frio, até que ela sentiu dor. Uma dor em seu coração, parecia que dedos gelados o apertavam.
Ela parou de respirar, a escuridão a alcançou, mas Harmony não lutou contra. Sem Gift ela tinha por que viver.

FILHOTESOnde histórias criam vida. Descubra agora