Harmony acordou ouvindo um barulho estranho, como se alguém estivesse cortando o cabelo com uma cortadora elétrica. Ela se virou e era exatamente isso.
Honest cortava os cabelos de Gift com uma máquina elétrica, Harmony teve muita dó das madeixas lisas e brilhantes serem jogadas no chão.
"Que bom que acordou. Como se sente?" Honest disse sem olhar para ela concentrado em raspar a cabeça de Gift.
"Eu me sinto confusa. E também assustada. Por que está fazendo isso? O cabelo dele é tão lindo!" Harmony tentou se levantar mas estava presa a um acesso. Honest apertou os lábios.
"Cresce de novo. E calma, vou chamar Ros para te liberar dos acessos. Esse cuz... Esse... Gift lutou com Noah e Bravery. Noah está em observação, sedado, por causa do veneno e Bravery teve vários ossos do corpo quebrados incluindo os dois braços. Mas, como Bravery é muito forte, uma pena para muita gente que apostou em Gift, como Bravery é muito forte, ele arrancou uma mecha enorme de cabelos desse... De Gift." Honest disse, Harmony o examinou bem. Honest estava um pouco diferente.
"Mas ele está bem?" Harmony tentou ficar próxima da cama em que Gift estava, mas ela estava cheia de acessos e até uma sonda.
"Esse idiota é duro de roer. Nós o sedamos, por que ele mordeu Noah bem no pescoço, então tivemos de desmaiá-lo com socos na cabeça, a sedação foi para fazermos exames. Ele aguentou bem, aliás." Harmony fechou os olhos. Por que Gift fez aquilo?
"Eu pensei que ele fosse amigo dos dois." Ela disse. Honest terminou de cortar os cabelos de Gift e começou a limpar o quarto. Ele fez uma grande e volumosa mecha com os cabelos castanhos e os trançou.
"Eu..." Será que pareceria patético ela pedir um pouco do cabelo de Gift?
"Quer? O cabelo dele? Nós sempre doamos nossos cabelos para o hospital onde fizemos residência. Para crianças humanas doentes. Mas se você quer..." Ele estendeu a trança, Harmony fez que não com a cabeça.
"Não, pode doar."
"Ele ficou uma fera. Noah e Bravery não só esconderam dele a luta como o distraíram com uma caçada e muito uísque." Honest contou.
Harmony ia dizer que Gift não tinha nada com a luta quando a Doutora Alli, Ros e o doutor Tredmont entraram no quarto.
"Oi, querida! Como está a nossa campeã?" A Doutora foi logo abraçando Harmony, ela fechou os olhos, era bom vê-la.
"Sua família está lá fora, mas pedimos que esperassem um pouquinho. Eu só vim dizer que tem um filhotinho que chorou a noite toda querendo a madrinha dele. Tivemos de dar a ele uma blusa usada sua."
Topaz. Seu afilhadinho! Harmony sentiu vontade de chorar imaginando que ele a quis e ela não estava em casa.
"Assim que sair daqui, eu irei vê-lo." Ela disse.
"Sim, embora Obsidyan ficou todo orgulhoso por que Topaz o mordeu e ficou uma marca das gengivas dele." A doutora disse, toda orgulhosa de seu filhotinho.
"Obrigada por me acolher aqui. Me ajudou muito." Harmony disse e olhou para Gift.
"Quem o colocou aqui?" O Doutor Tredmont perguntou.
"Eu sugeri. Sei que estou de licença, mas achei melhor, já que o cheiro de Harmony pode acalmá-lo, mesmo estando sedado." A Doutora Alli disse.
"E por que cortou os cabelos dele?" O doutor perguntou enquanto lia a prancheta.
Honest virou a cabeça de Gift e havia uma área avermelhada.
"Bravery arrancou uma mecha." Honest disse.
"Você perguntou a ele se ele queria que cortasse os cabelos dele?" O médico perguntou.
Honest deu de ombros.
"Aqui não é o hospital da Reserva. Quando ele acordar poderá prestar uma queixa formal contra você." O doutor Tredmont disse com o semblante muito sério. Honest se esticou, o doutor Tredmont era até alto para padrões humanos, mas Honest era alto para os padrões Nova Espécie, então o olhou bem de cima.
"O que acontece se ele prestar uma queixa?" Ele perguntou, seus olhos dourados estavam frios, implacáveis. O doutor não se intimidou.
"O Conselho decidirá uma punição."
Honest assentiu.
"É... Bom, que tal, Honest, você ir dar uma olhada em Noah?" A Doutora Alli sugeriu, Honest fez que não com a cabeça.
"Meu plantão acabou."
"Como assim? Então não foi você que preencheu o quadro de plantões? Lá diz, com a sua letra, que você iria trabalhar por quarenta e oito horas. Estava mentindo? Ou brincando? Trisha aceita esse tipo de brincadeira no hospital dela?" O doutor Tredmont perguntou a Honest.
Honest sussurrou um 'filho da puta' bem baixinho, num tom que os doutores não podiam ouvir, assentiu e saiu dizendo que estava indo ver Noah.
"Fico feliz por você estar bem, querida. Ros vai te liberar e parabéns pela luta." O doutor Tredmont sorriu e saiu.
"Eu vou ajudar e logo você vai estar nos braços da sua família." A doutora disse.
Ela e Rosalie tiraram acessos e sondas, Rosalie a ajudou a tomar banho, a doutora Alli a ajudou a se vestir. Ela lamentou não ter trazido um vestido para Harmony, Harmony sorriu dizendo que adorava conjuntos de moletom.
Harmony beijou os lábios de Gift, ele continuou bonito com a cabeça raspada, ele era lindo de qualquer forma. Ela saiu do quarto e se deixou abraçar por sua enorme família. Ann Sophie também a abraçou e pediu desculpas, Harmony sorriu.
Sair do hospital deixando Gift lá foi horrível. Acordar e vê-lo na cama ao lado trouxe de volta toda a conexão que ela sentia haver entre eles e com força redobrada.
Foi praticamente uma tortura sorrir para todos na casa da doutora Alli, quando o que ela queria era voltar para o hospital. Topaz agarrado ao pescoço dela a ajudou a suportar a ânsia, mas mais tarde, depois que ele dormiu, Harmony não aguentou e disse que iria ao hospital.
Sua mãe sorriu, seu pai rosnou, Harmony saiu da casa.
Durante a caminhada até o hospital, ela tentava acalmar seu coração. Ela se lembrou de que quando lutava contra Ann Sophie, as palavras de Ann chamando Gift de 'irmão gostosão' a enfureceram. Harmony ansiava para lutar, ansiava para destruir Ann. Quando ela pediu a Ann Sophie para se render foi por que algo dentro de Harmony quis matá-la. A luta não foi só contra Ann, foi contra uma parte desconhecida de Harmony, uma parte feia, escura e malvada.
No hospital, Gift ainda estava sedado, Paul, um dos enfermeiros lhe disse que ainda faltava uma hora para ele acordar, mas colocou uma cadeira próxima a cama dele, Harmony se sentou, ele saiu.
As mãos dela até formigavam para tocá-lo, Harmony alisou a mão forte cheia de calos. Ela sorriu se lembrando de que ter muitos calos nas mãos era sinônimo de masculinidade entre eles. Gift era o ápice do que era ser um macho Nova Espécie.
Algo dentro de Harmony, uma voz desconhecida, rouca, poderosa rosnou que ele era dela. Harmony ergueu o queixo e disse baixinho para ele:
"Você é meu."
E ela sentiu tanto alívio quando disse isso! O mundo voltou a fazer sentido, Harmony encontrou seu lugar no mundo, na vida. Ao lado dele.
Honest entrou no quarto, ela percebeu que a trança dele estava mal feita, praticamente solta, era estranho, pois ele tinha uma grande habilidade para fazer tranças.
"Oi de novo." Ele disse lhe sorrindo, seu sorriso comedido.
Muita gente diferenciava os três pelas roupas e pelos cabelos, Harmony os diferenciava pelo sorriso. O sorriso de Candid era debochado na maioria das vezes, mas também havia um ar de mistério no sorriso de lado dele. Como se ele soubesse de algo, como se sentisse algo sobre ela que ela mesmo não sabia.
O sorriso de Simple era aberto, franco. Simple amava a todos quanto colocava os olhos, ele era o amor na forma de um macho lindo e gigante. Qualquer um se sentia amado por ele quando Simple lhe sorria. O sorriso dele trazia segurança. Simple me ama, a vida me ama e era isso. Ele era distante, calado e estudioso, mas sempre ofertava seus sorrisos quentes a qualquer um. E ante um sorriso dele, você se sentia especial. Era assim com Harmony e ela acreditava que era assim com todos.
Agora Honest sempre foi sério e compenetrado. Ele sorria, é claro, mas era aquele exato sorriso com que ele a brindou. Um sorriso com os lábios quase fechados, como se a boca não importasse muito no processo de sorrir. Por que ele sorria era com os olhos. Honest usava o dourado de seus olhos para queimar a quem sorria. A boca, bem feita de lábios cheios, era só um acessório. O sorriso se dava com os olhos. Quentes e intensos, ameaçadores, implacáveis. Honest sorria para dar um recado, não para mostrar afeição. A afeição, o amor pelos outros ele demonstrava com atos, não sorrisos. E Honest se doava por inteiro. Não havia um macho pelo qual ela tivesse tanta certeza de que morreria por qualquer um do povo deles de uma forma tão completa como Honest.
"Ele ainda demora acordar, que tal ir no jardinzinho? Eu quero dar uma pausa, mas esses cuzões daqui estão no meu pé." Ele disse, Harmony alisou o rosto de Gift, ela não queria sair de perto dele, mas acabou seguindo Honest até o jardim.
Era um quadrado pequeno com algumas plantas, aquilo não era mesmo um jardim.
"Eles chamam isso de jardim, acredita?" Ele se sentou no banco, olhando para frente.
"Aqui é maior que a Reserva, mas parece menor. Tudo é planejado. É bonito, mas eu gosto de andar por uma trilha e descobrir uma touceira que brotou ali do nada." Ela disse, ele assentiu.
"Marble odiava aqui. Mas o macho que ele matou morava na Reserva, então teve de vir pra cá quando sua pena acabou. Ele dizia que não podia nem mesmo fazer crescer rosas. Rosas! Já pensou alguma casa da Reserva sem rosas? Até a casa de Lunna que tem o pior jardim que eu já vi tem rosas nos fundos." Ele disse, Harmony riu.
"Tirando uma pausa, Honest?" O doutor Tredmont perguntou, ele estava entre as portas de vidro.
"Estou explicando a situação de Harmony a ela. Explicando sobre a cirurgia que fizemos, os medicamentos que usamos." Ele disse se levantando.
"Quinze minutos. E eu irei te procurar." O doutor disse e foi embora. Honest rosnou.
"Por que disse que ficava tantas horas se você não queria ficar?"
"Por que é um castigo." Ele fez um sinal de pouco caso com a mão.
"Mas eu deveria mesmo te informar dos procedimentos que fizemos."
"Não precisa. Eu confio em você. Somos amigos, não é?" Harmony sorriu, ele suspirou e jogou a cabeça para trás. A trança se desfez.
"Havia um... Eu... Eu tinha um plano. Um a longo prazo. Eu e você."
Harmony olhou para as mãos no colo.
"Pequeno Collin me contou. Ele disse que você e alguns filhotinhos tinham um acordo. Sempre que eu estivesse de babá deles, era para fingirem que passaram mal e pedir para te chamar." Ela contou.
Ele sorriu.
"Pequeno Collin!" Harmony riu.
"Ele me contou por ciúmes. Na cabecinha dele, o acordo devia ser só entre ele e você. Talvez aceitasse Pequeno Slade já que são melhores amigos." Ele assentiu.
"Acho que ele estava certo. Planos que envolvem muita gente tendem a dar merda."
"Eu me senti confusa. Eu gostava muito de conversar com você justamente por que me sentia à vontade, por que não havia nenhuma tensão sexual entre nós."
"Fale por você." Ele disse e a encarou. Harmony pensou que antes de Gift, se Honest a olhasse com aquele calor e intensidade nos olhos, ela se molharia toda. Agora, Harmony se afastou.
"É, quem diria que logo o pau no cu do Gift ficaria com uma das melhores fêmeas? O mundo dá mesmo voltas!" Ele disse.
Harmony não respondeu. Ela não via as coisas assim, para ela ninguém era melhor que ninguém.
"Mas você quis a mim por quê?" Harmony perguntou. Honest lhe pegou a mão e a mediu com a dele, ela sorriu, sua mão era quase do tamanho da dele.
"Você emite uma aura de paz. E uma pessoa como... Uma pessoa como eu precisa disso. Tomar decisões não é fácil, mas eu não sei viver sem isso, é algo muito arraigado em mim. E então eu me sinto em paz com você, me sinto capaz de enxergar os erros e aprender com eles. E eu odeio o Vínculo. Com todas as minhas forças."
Harmony suspirou. O Vínculo. Como algo visto como uma benção para a primeira geração podia ser considerada uma maldição por alguns da segunda geração?
"Então seu plano envolvia acasalamento?" Ela perguntou, ele só ergueu o cantinho dos lábios cheios.
"Sim. Um acasalamento bem quente, diga-se de passagem." Harmony pensou em Gift. Pensou nela e nele compartilhando sexo. E começou a se aquecer.
Honest inspirou profundamente jogando a cabeça para trás e fechando os olhos.
"Eu não sei o que é pior. Finalmente sentir seu cheiro de excitação ou..."
"Ou morrer? Por que é o que vai acontecer. Agora." Harmony olhou para a porta de vidro, Gift estava lá, parado, nu, com uma expressão de pura crueldade no rosto.
Honest ficou a frente dela, ele rosnou e mostrou os dentes, suas presas pingaram um líquido transparente, meio amarelo. Veneno!
"Gift. Você não está raciocinando direito. Harmony é sua, eu sei disso, ela sabe. Volte para o quarto." Honest disse calmamente.
Gift uivou, um uivo terrível.
"Se afaste dela." Honest foi andando para trás prendendo Harmony entre o banco de cimento e o corpo dele.
"Eu me afasto. Eu nunca mais toco nela, mas volte para o quarto." Honest disse.
Os olhos de Harmony começaram a arder e ela sentiu falta de ar, mas aguentou firme. Ela tinha de explicar a Gift que não havia por que ameaçar Honest.
"Gift..." A voz porém não saiu direito, ela pareceu estar sufocando.
"Gift! O que está fazendo nu, fora do quarto?" Tio Fury perguntou, Gift o ignorou.
"Gift, você está emanando veneno. Quer matá-la?" Harmony tinha subido no banco e estava apoiada na parede. Ela se sentia fraca, estranha.
"Gift! Ou recua, ou te levaremos a força para o quarto." Tio Fury disse, Tio Tiger também estava próximo.
"Não toquem nele." Honest disse. Tio Fury e Tio Tiger se afastaram.
Harmony caiu sobre Honest e apagou.
Ela acordou e já era noite, Sua mãe estava sentada numa cadeira e sua avó Marianne estava na outra. Seu pai estava a janela.
"Mony!" Sua mãe disse, se sentou na cama e a abraçou. Harmony a apertou nos braços, ela lhe beijou a testa.
"Oi, bonequinha! Está bem? Aquele..."
"Torrent! Nós já conversamos!" A mãe dela a cortou. Seu pai se ajoelhou ante a cama e lhe tocou o rosto.
"Vou chamar o seu avô, ele está pirando. Eu estou aliviada, minha menina." Vovó Marianne foi até Harmony, lhe beijou as mãos e saiu.
"Está bem mesmo?" Seu pai perguntou, Harmony fez que sim. Ela se sentou, apoiando as costas na cabeceira e aceitou a água que sua mãe lhe ofereceu.
"Deve tomar bastante. Honest me fez jurar que assim que você abrisse os olhos eu te daria." Ela disse com um sorriso, Harmony tomou toda a água da garrafa.
"Então, você está bem. Totalmente bem?" Seu avô disse entrando no quarto, Harmony sorriu.
"Diga que não, diga que se sente tonta, ou... Ou que algo dói. Um dedinho, um fio de cabelo. Diga e as bolas de Gift já eram." Seu avô disse.
"Pai! Até parece!" A mãe de Harmony revirou os olhos.
"Isso era para o seu companheiro estar dizendo! Ele devia desafiar Brass ou o próprio Gift! Mas se ele não faz, eu faço!" O avô de Harmony rosnou para o pai dela.
"Eu já disse isso. Gift sabe que se machucar a minha bonequinha, eu vou machucá-lo três vezes mais." O pai de Harmony respondeu, o avô dela fez um gesto de pouco caso com a mão.
"É como Dusky diz, nossas filhotes só se vinculam a idiotas."
"O vovô fala isso de você, papai." A mãe de Harmony disse com um sorriso no rosto, Harmony riu. Ela se sentia bem, muito bem.
"Dusky fala isso de todos, sem muita convicção. Eu falo com cem por cento de certeza." Vengeance disse olhando para o pai de Harmony.
"Vovô." Harmony o chamou, ele veio até ela e a abraçou, Harmony praticamente se agarrou a ele.
"Onde Gift está?" Ela perguntou baixinho, seu avô se afastou.
"Acabou que eu estava certo, Lobo Velho. Você perdeu." Tio Valiant foi entrando no quarto empurrando o avô de Harmony, ela sorriu quando ele a cheirou.
"Eu não me lembro de apostar nada com você." O avô de Harmony disse.
Tio Valiant cheirou a mãe dela, E deu um soco no ombro de Torrent.
"Eu disse que Smile Two era melhor para ela, lembra? Muito melhor. E eu estava certo." Ele disse com um grande sorriso no rosto.
"Nisso eu concordo com você, Valiant." O pai de Harmony disse.
"Mas não apostamos nada." O avô de Harmony afirmou, Tio Valiant apertou os olhos. Simple fazia isso às vezes.
"Tem certeza?" Ele olhou desconfiado para Vengeance.
"Tenho."
"Tá bom, então, mas eu tinha razão." Ele disse, o avô de Harmony suspirou.
"É."
"Onde Gift está?" Ela perguntou olhando para sua mãe e seu pai.
"Preso. Eu sinto muito, querida, mas ele voou no meu Honest quando você desmaiou. Fury e Tiger tentaram impedí-lo, eles os arranhou, estão no hospital agora. John e Brave que o conteram." Harmony arregalou os olhos.
"Ah, meu Deus!"
"Calma. Ele só está contido, querida. Só isso." A mãe dela lhe alisou o rosto.
"Meus filhotes salvaram o dia, como sempre. Honest e Candid saíram aplicando antídoto pra todo lado, todo mundo está bem. No fim foi só mais uma travessura desses filhotes." Tio Valiant disse.
"Eu preciso vê-lo." Ela disse olhando para seu avô. Algo dentro dela dizia que seus pais não iriam levá-la até às celas debaixo do complexo.
"Eu levo você." Seu avô disse.
"Não, pai, não leva não. Ela não vai ser exposta ao veneno daquele filhote de novo." A mãe de Harmony disse.
"Aquele filhote venenoso só vai se aproximar da minha filhote por cima do meu cadáver!" O pai de Harmony disse.
"Devia fazer ameaças mais difíceis, Torrent. Qualquer um passa por cima de você." O avô de Harmony piscou para ela quando provocou seu pai.
Valiant riu.
"É mesmo! Talvez dizer que ele só chega perto dela se estiver armado? Depois de atirar em Torrent um monte de vezes?" Tio Valiant disse rindo.
"De balas especiais, afinal, acho que você aguenta balas comuns. Ou não?" Vovô Vengeance perguntou ao pai dela, Tio Valiant gargalhou.
"Podem rir o quanto quiserem, ele não se aproxima dela. Nunca mais!"
"Pai..." A mãe de Harmony olhou com severidade para o avô dela.
"Ah, bonequinha! Não vai tirar a graça disso, vai?" O avô de Harmony disse e voou no pai dela, Valiant a jogou no ombro e saiu correndo. A última coisa que viu foram os olhos verdes de sua mãe, arregalados. Ela não esperava algo como aquilo.
"Vai ser muito legal cobrar isso de Brass mais tarde." O Tio Valiant disse rindo, Harmony sorriu, ela adorava aqueles dois.

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General FictionQue tal não dizer os protagonistas dessa história? Talvez ir escrevendo e deixar que eles assumam o protagonismo? Ou deixar vocês escolherem? Bom, essa é a proposta dessa história. Eu tenho dois personagens os quais /adoraria escrever, mas vou deix...