Bronzy se olhou no espelho sem entender bem por que queria ficar bonita. Afinal o tal Matt veio para ajudá-la e só.
"Só falta isso." Sua mãe lhe aplicou um pouquinho de perfume atrás das orelhas e nos punhos. Bem pouco. Será que o faro dele era bom?
"O que está pensando, querida?" Sua mãe lhe encarou, Bronzy mergulhou nos olhos dela, olhos escuros, sábios. E um pouquinho sagazes, é claro. Estranho como os caninos eram leais, os felinos territoriais, os primatas eram confiantes, mas os ofídicos...
Eram prudentes. De um jeito bom, mas nem tanto. Brave era ladino, até John era capaz de um ou outro ato dissimulado. Gift? Esse aí era uma cobra completa, sempre espionando, sempre dando botes. Até seu tio Bells confessou um dia que não via importância nos leãozinhos ficarem trocando de nome e de camisas. Isso tinha muita importância! Até hoje ela não sabia se foi Simple ou Candid que a beijou.
Depois do incidente com Salvation, Bronzy teve tempo para pensar e entender que não poderia ser Candid.
Mas se foi Simple! Como olhar para ele agora? Não que ele se importasse, quando vinham entre as tais missões secretas, ele sempre passava na casa deles, Mild e Sweet, como todas as filhotes, eram apaixonadas por ele. E Bronzy pensava em seu tio chamando ele de leãozinho de vermelho. Ele continuava usando vermelho, era até estranho. Collin usava verde, mas Lunna disse que era para que todos se lembrassem de que ele era Honest.
Só Candid, o rebelde entre eles, que usava muito preto. E os cabelos soltos. Cabelos de fogo, soltos no sol. Era como se ele fosse um filho do sol e para que todos soubessem quem era pai dele, o sol lhe tivesse incendiado os cabelos.
"Querida?" Sua mãe a chamou, Bronzy sorriu. Ela não devia ficar pensando muito, só descer e conhecer o tal macho.
"Jewel me disse que eu não devo parecer desesperada. Que eu tenho de ser educada e procurar entender por que ele está aqui, o que ele ganha com isso." Ela disse se lembrando das palavras de sua amiga.
"Jewel! Ela é muito desconfiada, não? Eu o vi, ele parece um bom rapaz, muito educado. Não sei se foi bom eles terem chegado quando você estava tomando banho, talvez se já o tivesse visto, você não estaria nervosa." Sua mãe lhe tocou o rosto, Bronzy colocou sua mão sobre a dela e fechou os olhos.
Como um toque poderia ser tão importante? Só quem, como ela, que não pôde tocar em ninguém durante uma grande parte de sua vida, sabia o quanto um simples toque era precioso.
"Vamos?" Sua mãe lhe segurou uma mão, mas Bronzy não saiu do lugar.
"Sarah veio?" Sua mãe sorriu.
"É claro. Devia ver a cara de Noble quando chegaram. O pobre rapaz segurou bem, mas quando Noble soltou a mão dele, ele a balançou discretamente. Seu pai sussurrou pra mim, que era a primeira vez que estava vendo uma utilidade para Noble além de lhe dar netos." Bronzy riu com sua mãe. Noble era mais um irmão para ela, se bem que ele era menos chato que seus irmãos de verdade.
"Achei estranho Gift sugerir convidar as Senhoritas." Bronzy disse.
"Ele não estava sugerindo convidar as Senhoritas, querida. Ele sugeriu que você convidasse as 'filhotes de Torrent'." Sua mãe disse com um sorriso e os olhos brilhando.
"É. Ele sabe muito bem o nome das duas. Acha que há algo nisso? Eu deixei ele e Harmony quando fui falar com Jeje, mas Harmony ia me cobrir no complexo."
"Seu irmão se acha muito misterioso e tudo, mas eu o conheço bem, muito bem." Sua mãe disse e isso sim foi misterioso para Bronzy.
"Vem." Sua mãe disse, ela se deixou levar.
Não havia por que estar nervosa. Elas desceram as escadas e ele se levantou da cadeira onde estava sentado e Bronzy esqueceu de respirar.
Ele era... Lindo? Bronzy achou a palavra muito insuficiente. Deslumbrante? Talvez. Os cabelos coloridos eram o que chamavam mais a atenção, volumosos, compridos com ondas e mais ondas nas cores preto, vermelho e branco. Pareciam as listras de Úrsula. Bronzy foi até ele, ele estendeu a mão e ela o encarou. Olhos verdes claros, da cor das folhas novas. Brilhantes, hipnotizantes.
Ele segurou sua mão com duas mãos, Gift e Noble rosnaram baixo, Bronzy e Matt os ignoraram.
"Você pode tocar nas pessoas agora." Ele disse com um sorriso, Bronzy viu suas presas, finas como as dela e de suas irmãs. Brave tinha presas menores que as de Gift e John, mas não eram fininhas como as de Bronzy as gêmeas. As dele eram.
"Sim. Graças a Honest. E a Flora, pois ela encontrou uma remessa do antídoto que era enviado para... Para Eustace Lennisworth."
"E vocês descobriram quem fazia o antídoto?" A voz dele era baixa e falava puxando o 's'.
"Não." Ele assentiu.
Matt virou a mão dela de um lado a outro, Bronzy achou bonito a mão dela, negra, entre as dele, muito brancas e macias. Nada de calos com ele.
"Você não tem calos." Bronzy se viu dizendo. Noble bufou, Sarah deu uma cotovelada nele, Fancy riu. Os gêmeos não vieram.
Ele lhe tocou o rosto, Bronzy fechou os olhos, quem rosnou dessa vez foi o pai dela, Matt retirou a mão.
Bronzy sorriu e se sentou no sofá ao lado de Sarah, sua irmã a abraçou, Bronzy sentiu coragem. Ela não sabia por que precisava de coragem, mas sentiu.
Eles falaram de amenidades, ele se interessou pela faculdade de Sarah, Noble não gostou nada, Bronzy se perguntou se ele estaria provocando Noble.
O jantar foi servido, ele comeu devagar, cortando os bifes em pequenos pedaços, diferente de seus irmãos que comiam um bife grande com umas três mordidas. Ele comeu bem, elogiou a mãe de Bronzy, o pai dela rosnou e disse que a comida era do refeitório. Matt se disse feliz por isso já que ficaria hospedado lá.
Brave conversou com Matt, fazendo um monte de perguntas, algumas até invasivas, mas ele respondeu tudo com um sorriso.
Ele tinha feito faculdade, usando uma peruca e lentes de contato, trabalhou um tempo numa grande empresa, mas acabou por fundar uma pequena empresa. Ele tinha vinte e sete anos, mas se formou bem novo e como aparentava mais idade, fez vários trabalhos.
Depois de um tempo respondendo as perguntas de todos, Matt se levantou e perguntou se podia ir ao jardim conversar com Bronzy a sós. Gift disse que não, olhando com uma fúria assassina para ele, o pai deles disse que sim e encarou Gift.
Quando saíram, Bronzy ouviu o pai deles chamando Brave e Gift para irem jogar baralho na casa de Harley. Gift tinha respondido que não ia, o pai de Bronzy disse que não era um pedido.
Eles se sentaram no banco, Matt a encarou e sorriu.
"Seu irmão nem disfarça, não é?" Bronzy deu de ombros. A conversa com Gift foi difícil e dolorosa, ela nunca o tinha visto chorar.
"Ele é protetor." Ela disse.
"Não. Ele te ama. E eu entendo, você é apaixonante, mas acho que seus pais nunca aceitariam isso e a primeira coisa que reparei aqui é o quanto os pais são importantes para os filhos."
"Sim, mas eu nunca vi ele de forma diferente. Eu o amo, mas como a um irmão."
Ele assentiu e não disse nada. Bronzy apertou uma mão na outra, ela estava nervosa e não sabia por quê.
Ele suspirou.
"Sabe, eu pensei que seria fácil." Bronzy ergueu as sobrancelhas.
"O quê?"
"Fazer o que eu me propus a fazer. Seu irmão e o amigo dele prenderam meu pai com uma droga paralisante, sabia? Eles queriam que eu dissesse como eu e papai podemos gozar e não liberar veneno, ou como podemos tocar nas pessoas sem fórmula alguma."
"E você não disse." Ela concluiu.
"Eu queria te ver. Seu veneno não é como o meu ou o do meu pai. Você produz veneno espontaneamente e numa grande quantidade. Isso é incrível."
"Como assim?"
"Eu e papai não produzimos sem parar como você. Nós produzimos numa situação de stress, ou perigo. Mas você sempre está produzindo. Quando seu irmão ameaçou papai, ele disse que iria tirar o veneno dele. Não seria tão fácil. E seria pouco. Mortal, mas pouco. Mas você... Com licença."
Ele tocou o queixo de Bronzy com delicadeza, ergueu seu queixo e alisou seu pescoço. Bem onde ela produzia veneno.
Bronzy engoliu em seco. Ela não queria começar a produzir, as injeções de Honest eram dolorosas.
"Não. Eu não quero produzir."
"Mas se você se excitar..." Ele disse com os olhos brilhando.
"Eu mordi Salvation. Acho que foi isso que quase o matou."
"Não. Você ter mordido ele jogou seu veneno na corrente sanguínea dele, mas você não estava produzindo no começo, estava?" Ela fez que não. Bronzy tinha pegado nas mãos dele, tinha o beijado. Nada de veneno.
"Como eu posso me livrar disso?"
"Por que você iria querer se livrar?"
"Para tocar nos outros. Para namorar." Ela disse. Pareceu meio fútil, mas ela queria namorar alguém.
"Você pode me tocar. E se fizermos amor, eu posso suportar seu veneno. Não precisa se conter comigo. Não precisa nem mesmo tomar mais o antídoto."
Bronzy não soube o que dizer. Ela precisava do antídoto, ou iria produzir veneno sem parar até morrer.
"Eu preciso do antídoto. Sem ele eu começo a produzir sem parar."
"Você pode retirar. Todos os dias." Bronzy o olhou, ele falava a sério.
"Não. Eu não posso retirar. Acha que passaríamos por tudo que passamos para agora eu começar a retirar meu veneno? E eu nem saberia fazer isso."
"Eu sei fazer. E te ensinaria. E também a ajudaria a tocar nos outros, mas para isso você teria de se casar comigo." Bronzy se levantou com os olhos arregalados.
"Por que... Por que você quer..."
"É o meu preço."
"Eu não te conheço. Nem você me conhece."
"Somos viperinos. Os únicos. Não somos irmãos. Podemos ser nós mesmos, por que você iria querer outro? E eu, bom, suas irmãs tem quantos anos?" Bronzy acabou rindo.
"Não podemos nos casar assim, sem mais nem menos."
"Podemos e esse é o meu preço."
"Meus pais nunca aceitariam isso."
"Não precisa contar a eles. Estamos nos Estados Unidos, Nevada está logo ali. Mas é sua escolha." Ele disse.
"Eu não escondo nada deles." Bronzy disse. Era uma idéia idiota. Mas ele tinha razão quanto a eles serem únicos.
"Você decide. Só gostaria de te lembrar que se contar minha proposta, seu irmão vai me matar. Então se não quiser apenas diga que não deu certo. Por favor." Ele sorriu meio sem jeito.
"Quer que eu minta." Bronzy disse. Ela não saberia fazer isso.
"Sim. É difícil? Eu não tenho problemas com isso." Bronzy se sentiu incomodada. Ele estaria mentindo?
"Eu não posso. Não posso mentir. Não quero." Bronzy disse. Sua mãe e seu pai eram tudo para ela, eram os melhores pais do mundo.
"Bom, diga, então, mas depois que eu estiver longe, que tal?" Bronzy pensou que podia dizer que tentaram alguma coisa e não deu certo e assim que Matt fosse embora, ela contasse.
"Eu acho que posso só dizer que não deu certo. Afinal não estarei mentindo." Ela disse, Matt a encarou, aproximando seu rosto bonito do dela.
"Estará. Mas seria por uma boa ação."
"Não, não é mentira. Poderia dar errado, você não tem certeza, tem?"
Ele sorriu.
"Eu tenho uma idéia. E seria delicioso te sentir gozar."
"Mas só vai me ajudar se nos casarmos."
"Sim. Você tem honra, se se casasse comigo, você não me trairia. Não me deixaria."
Bronzy pensou no que ele disse.
"Não precisaríamos nos casar." Ela disse. Era tão estranho estar tendo essa conversa!
"Sim. Precisamos. Iremos para a Europa e..."
"Eu não vou para a Europa! Não vou sair daqui."
"Tudo bem. Não precisa fazer nada que não queira. Mas esses são os meus termos. Casamento, Europa. Em troca você receberia prazer e um marido dedicado."
"Isso não faz sentido! Eu só preciso que você me ensine como bloquear meu veneno!"
"Eu não quero isso. Quero você venenosa, com os olhos amarelos. Quero te mostrar como o prazer pode ser indescritível com o veneno incluído." Ele disse
"Eu não quero isso e a decisão é minha." Bronzy disse, ele sorriu.
"É claro que é. Bom, vou me despedir e ver se um daqueles helicópteros me levam para algum aeroporto. Seu irmão sabe como me achar."
Bronzy apertou as mãos dele, ele lhe beijou os dedos.
"Você não pode estar falando sério!"
"Nunca falei tão sério."
Ele disse com um sorriso. Havia algo por trás daquilo tudo
"Eu não posso."
Ele lhe puxou o rosto e lhe beijou a boca. Bronzy sentiu um turbilhão de emoções tomá-la.
Ele lhe chupou os lábios, mordendo seus lábios, a pele rompeu. Bronzy gemeu na boca dele, ele invadiu sua boca com a língua. Bronzy foi tomada por um desejo tão grande que ela sibilou. Ele deixou seus lábios e lhe mordeu o pescoço, lhe fincando as pontas das presas, Bronzy ficou tonta.
Matt continuou descendo a boca pelo corpo dela, mordeu um ombro, Bronzy gemeu, Matt desceu a boca e lhe mordeu o mamilo por sobre a blusa, Bronzy não usava sutiã.
Ela começou a aquecer, seu pescoço esquentou. Matt voltou a lhe beijar a boca com volúpia, Bronzy pulou quando sentiu um dedo dele lhe tocando entre as pernas. Ela lhe deu mais espaço, ele lhe vibrou o dedo sobre o clitóris. Bronzy sibilou, as sensações eram fortes, intensas, ela gritaria a qualquer momento. Matt a beijou chupando os lábios, Bronzy lhe mordeu o lábio, o sangue tinha um gosto sublime. Ela sugou mais sangue, ele continuava lhe tocando, Bronzy já estava com as pernas abertas. Matt escorregou no banco e Bronzy logo o tinha entre suas pernas. Ele lhe mordeu o clitóris com as presas, Bronzy mordeu sua boca para segurar o grito. Ele lambeu e mordeu algumas vezes e Bronzy gozou. Matt lhe lambeu o meio das pernas enquanto ela gozava, Bronzy tremia.
Ela puxou os fios coloridos, ele continuava lambendo sua buceta. Ele lhe lambeu várias vezes, até que Bronzy gozou de novo. E de novo, até que ela pediu para ele parar. Matt ergueu os olhos, estavam muito amarelos, brilhavam, pareciam ter uma luz neles.
"É isso o que eu ofereço, se eu fosse como os outros aqui, eu estaria morto. Mas olha para mim." Bronzy olhou, os olhos dele brilhavam suas bochechas estavam coradas, sua boca vermelha, inchada.
"Mas por que casamento?" Bronzy disse num fio de voz.
"Por que sim." Ele disse e Bronzy viu que não confiava nele. Ele era um ofídico afinal.
"Não posso."
"Seu irmão sabe onde me encontrar. Adeus, Bronzy."

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Ficción GeneralQue tal não dizer os protagonistas dessa história? Talvez ir escrevendo e deixar que eles assumam o protagonismo? Ou deixar vocês escolherem? Bom, essa é a proposta dessa história. Eu tenho dois personagens os quais /adoraria escrever, mas vou deix...