Os olhos dele eram tão lindos! Laylah se forçava a olhar para os olhos e não para o pênis desse corpo maravilhoso que ela habitava.
"Kis? Ainda não está pronto, querido?" Uma voz de mulher perguntou do outro lado da porta do quarto, Laylah abriu a porta e sorriu.
"Já estou indo, não vou demorar." Ela disse. A mulher era pequena e tinha olhos bem bonitos. Ela abriu a boca e esqueceu de fechar.
"Kismet? Que idéia é essa de abrir a porta do quarto nu e falar com sua mãe como se estivesse vestido? Está louco?" Laylah olhou a direita e o homem que a olhava zangado era tão parecido com o corpo que ela habitava que foi ela que ficou com a boca aberta.
"Como se eu nunca tivesse visto ele nu! Se vista, logo, menino! E você não vai apostar, Brawn! Não vai tirar essa bunda dessa casa sozinho, não vai mesmo!" A mulher disse.
Laylah fechou a porta e se encostou nela, segurando o peito, seu coração parecia que ia sair pela boca. Ela alisou o peito, um peitoral gigante com mamilos pequenos. Haviam alguns pêlos lisos entre os peitorais, a pele era quente.
Laylah desceu a mão pelos músculos da barriga, havia um caminho de pêlos até...
"Onde já se viu uma coisa dessas? Duas fêmeas lutando por um macho! E os outros apostando!" A mulher disse.
"Somos Novas Espécies, Amor, lutar faz parte de nossa essência. E não é por Gift que elas irão lutar, é para ser madrinha do filhotinho de Violet." O pai do corpo disse.
"Até parece! Eu liguei para Kit, Kit estava chateada que seria Harmony e não Daisy que iria lutar! Disse que sempre acharam que Daisy era a fêmea mais feroz e que Ann Sophie, aquela mocinha tão linda e inteligente perdeu a chance de mostrar que era mais cruel." A mulher disse, Laylah entendia. Por que a ferocidade seria mais importante que a inteligência?
"Acha que Ann Sophie tem mais chance então?" O homem perguntou, até a voz dele era idêntica a voz de Kismet.
"Brawn?" A mulher usou o tom que sua avó as vezes usava com Laylah. Pobre Brawn!
"Todo mundo está apostando! Eu sou do Conselho não posso ficar de fora, Becca! Justice apostou duzentos dólares em cada uma, assim, como vai ganhar de qualquer jeito o dinheiro irá para os filhotinhos. O Tio Francis apostou mil dólares em Ann Sophie! E o tal Turner ainda não chegou mas, Jewel é uma grande amiga de Harmony, ele vai apostar uma grana preta. Isso sem falar em Robert Crane." Brawn disse.
"Quanto você apostou?" A mulher perguntou.
"Não foi muito." Ele respondeu de forma reticente.
"Não perguntei se foi muito, perguntei quanto."
"Kismet? Já está pronto?" O pai perguntou.
"Já vou, papai!" Ela disse. Laylah abriu o guarda roupa, Kismet tinha basicamente só jeans e camisetas. Um rapaz tão bonito, e ele se vestia como um mendigo?
Layla mexeu nos cabides até encontrar um calça bonita, preta. Ela vestiu uma cueca também preta e achou estranho o pênis pender para a esquerda. Seria sempre assim? Ela se olhou no espelho, o volume era grande, mesmo o pênis estando em repouso. Laylah alisou o comprimento, era tão macio! Se ela tivesse um pênis ela o seguraria o dia todo, era macio e dava uma sensação gostosa. Ela não gostou muito das bolas, porém. Eram esquisitas, moles, com pêlos duros. Laylah fez uma careta.
"Kis?" Ela vestiu a calça, ajeitando o pênis notando que ele estava maior. Era quase como uma mágica, Laylah riu.
"Kis?" Dessa vez foi a mãe que o chamou.
"Pode ir, mamãe, estou em dúvida sobre qual camisa vestir." Ela respondeu.
A porta se abriu, sua mãe sorriu.
"Eu nem lembro quando foi que você me chamou de mamãe. E eu pensei que você tinha desistido de Ann Sophie." Ela disse, Laylah deu de ombros.
"Qual delas fica melhor?" A mãe dele bufou.
"Eu sempre falei para você comprar roupas novas! Viu? Eu tinha razão! Você só tem trapos!" Ela tomou as duas camisas e as voltou para o guarda roupa.
"Espera aí. Você é lindo demais para sair com essas camisas velhas." Ela disse e saiu, Laylah sorriu, feliz por Kismet ter uma família tão unida.
A mulher voltou com uma camisa de cor creme, Laylah vestiu, a mulher abotoou e ajeitou as pontas da camisa por dentro da calça. Ela também passou um cinto na cintura da calça e Laylah calçou os sapatos pretos que a mulher também tinha trazido. Laylah deixou a mulher lhe pentear os cabelos, ela lhe colocou um arquinho preto bem fininho, tirando os cabelos da testa, Laylah quase perdeu o fôlego quando se olhou no espelho. Beleza masculina pura e simples.
"Agora sim é o meu filhote. Vamos." A mulher segurou no braço de Laylah, elas saíram.
Do lado de fora o pai de Kismet os esperava num jipe, Laylah subiu atrás, a mulher na frente. Não demorou e eles chegaram numa grande área aberta, o lugar estava cheio.
"Senhor North? Eu sei que hoje não é um dia apropriado, mas preciso muito falar com o senhor." Um humano disse, Laylah continuou olhando para as pessoas.
"Kis?" A mãe de Kismet chamou Laylah, ela olhou para o humano. O humano piscou, ela não entendeu nada.
"Não vai demorar, senhor." O humano disse.
"Ainda não começou, mas sejam breves. Hoje não é um dia de trabalhar, filhote." O pai disse. Laylah ergueu as sobrancelhas.
Ela não era Kismet? Quem seria o senhor North?
"Podemos nos sentar ali, senhor. É só uma grade de dados que está me tirando o sossego." O humano disse apontando para um banco.
"Não demore, Kis." O pai disse.
Laylah seguiu o humano, eles se sentaram, ela não sabia o que dizer.
"Que porra você está fazendo dentro de um Nova Espécie? E um tão inteligente! Você é louca?" O humano perguntou falando baixinho e sorrindo levemente como se estivesse dizendo alguma coisa banal.
Laylah olhou bem para o humano, era um humano comum, de pele escura e cabelos raspados. Ele devia ter sido soldado quando era mais jovem, pois seu rosto tinham rugas de idade, mas seu corpo ainda era forte. Um bonito humano de meia idade, era isso.
"Ananyia?" Laylah perguntou baixinho, o humano piscou.
"Por que ele?" Ananyia perguntou.
"Por que ele é quase como um robô. A mente dele é tão rápida e analítica que ele não me percebeu pelo dia de ontem inteiro."
Ela disse bem baixinho.
O homem que Ananyia ocupava não respondeu só a olhou intensamente, Laylah o olhou de volta.
"O quê?" Ela perguntou.
"Você não me ouve? Com a mente?" Ananyia perguntou, o homem tinha uma voz calma, envolvente.
"Ele não é um telepata." Laylah disse simplesmente.
"Não é genial? Estou totalmente escondida."
O humano piscou algumas vezes, depois camuflou uma expressão de ira.
"Não é genial, é uma burrice sem tamanho! Você está sem suas capacidades!" Ela disse naquele mesmo tom, bem leve, amável.
"Nós não estamos aqui para sequestrar Tiberius? Sem minhas capacidades eu posso chegar perto dele sem sentir dor." Laylah disse.
Ananyia apertou os olhos. Eram olhos escuros, misteriosos.
"E esse corpo é muito forte. Vou lutar com Tiberius e o desmaiar." Laylah disse.
"Você o viu?" Ananyia perguntou.
"Não, mas ele deve ser igual aos outros, loiro de olhos violetas. Ninguém aqui tem olhos violetas."
Ananyia acenou.
"Kis? Por que você parece que está num acasalamento?" Laylah tremeu toda e continuou sentada no tronco. Salvation!
"Está cheio de fêmeas aqui, Senhor. O jovem Kismet só está sendo muito esperto." Ananyia disse por Laylah.
"Nisso você tem razão, Johnson." Salvation sorriu, o coração dela disparou.
"E você voltou a usar essa coisa de fêmea no cabelo?" Salvation disse com um sorriso, Laylah sorriu de volta.
"Ficou bom?" Salvation fez uma careta.
"O que deu em você? Está doente?" Ele tocou a testa dela, Laylah colocou sua mão sobre a dele.
"Novas Espécies não tem um mecanismo de expulsão ou destruição de micro organismos através do aumento da temperatura de seu próprio organismo." Ela disse, Salvation tirou sua mão da dela, mas assentiu.
"Isso pareceu mais com você mesmo, mas... Boa tarde." Salvation se afastou, Laylah ficou olhando as costas dele. Os cabelos tinham um lindo tom de marrom, as costas eram fortes, os ombros eram largos.
"Pára com isso! Você é um macho! Não uma deslumbrada!"
Laylah ouviu a voz de Ananyia dentro de sua mente, ela arregalou os olhos.
"Nossa! Você é boa." Ela disse.
O humano só revirou os olhos.
"Procure Tiberius"
Ananyia comandou, Laylah começou a varrer o lugar com os olhos. Havia muita gente, principalmente nos pólos extremos daquela clareira.
A direita de onde estavam estavam os parentes de Ann Sophie. Loira e com uma aparência humana, ainda que fosse alta e forte, com um corpo atlético e flexível. Ela estava com os cabelos loiros trançados, parecia uma deusa viking. Outra mulher, essa ruiva dava conselhos, Laylah a escutou dizer que devia evitar socar a cabeça de Harmony. Soco nos seios e nos rins. Laylah estremeceu, era mesmo uma luta pra valer. Um homem humano muito parecido com Ann Sophie tinha uma expressão meio assustada no rosto. Esse era o lado em que haviam mais fêmeas de primeira geração e todas davam palpites.
Do outro lado, havia muito mais gente e um monte de crianças. Os cabelos negros estavam por toda parte, ainda que havia um monte de crianças ruivas, algumas até brigando e sendo separadas por suas mães. Harmony, uma linda canina, talvez a maior mulher entre toda aquela família, tinha uma expressão calma no rosto. Todo mundo falava ao mesmo tempo, mas ela apenas sorria às vezes.
"Então aqui é o recanto dos telepatas?" Uma mulher pequena e ruiva perguntou, Laylah olhou para Ananyia com os olhos bem arregalados. Como ela sabia?
"Brian. Há quanto tempo! Cansou de sua vingança?" Ananyia disse, a mulher, que tinha lindos olhos verdes de gato sorriu.
"Não, ainda não, mas o tempo muda a perspectiva das coisas." Ela respondeu.
"Você está perdendo espaço para o chip de Patrick." Ananyia disse.
"É, algo assim. Eu tenho de lutar por tudo e é cansativo. Então eu fico fora sempre que há alguma oportunidade." A mulher tinha um ar de enfado e de tristeza muito grande, Laylah sentiu pena dela. Ou dele, no caso.
"Poppy! Não me diga que vai quebrar sua promessa!" Outra mulher essa ainda menor que a que o tal Brian habitava apareceu e cruzou os braços. Essa também era ruiva, mas seus cabelos eram mais escuros e ela tinha olhos olhos azuis. Canina.
"Não vou quebrar minha promessa." Brian disse, a mulher estreitou os olhos.
"Eu não acredito em você! Onde você estava? Aposto que com Brave! Foi só ele chegar e você sumiu!" A outra retrucou.
"Eu não estava com Brave." Brian disse.
"Eu não acredito! Você não pode dar para trás agora, Poppy! E não pode compartilhar sexo com ele! É o nosso sonho!"
Ela ia falando e se exaltando, Laylah olhou para Ananyia, Ananyia tinha um sorrisinho no rosto, Brian parecia aborrecido.
"Brave! Venha aqui!" A ruiva disse, Laylah olhou na direção em que ela olhava e voltou a arregalar os olhos.
"Pare de arregalar esses olhos, você parece uma idiota!"
Ananyia a repreendeu. Laylah se esticou. O Nova Espécie que vinha até elas era simplesmente o homem mais bonito que ela jamais viu.
"Oi, Cherry! Por que parece brava comigo? O que eu fiz? Ou melhor, o que eu não fiz?" Ele sorriu maliciosamente, Laylah olhou para o chão. Até a voz dele era sensual. Os cabelos eram compridos com lindos cachos negros, a pele era negra, brilhante. Os olhos eram castanhos. Os lábios! Laylah fez um som com a garganta, ele a encarou.
"Tudo bem, Kismet?" Ele cumprimentou Laylah, ela sorriu.
"Sim, eu estou bem, muito bem!" Ele apertou os olhos, será que ela tinha sido efusiva demais?
"É, estar entre duas fêmeas lindas dessas nos deixa muito bem, não é?" Ele sorriu para a que Brian habitava. Brian o olhou da cabeça aos pés e fez um barulho estranho.
"Não, Poppy! Não se renda! Sabe o conquistador barato que ele é!" A outra disse.
"Ah, Cherry! Conquistador barato? Eu pensei que você tinha gostado daquela vez." Ele disse, a pequena mulher deu um risinho.
"É, foi bom."
"Só bom? Estou perdendo o jeito então. Por favor me deixe mudar sua opinião. E Poppy pode vir junto, é claro."
Ele sorriu e Bryan deu um passo para trás. Atração sexual pura e crua, ele emanava isso em todos os poros daquela pele negra maravilhosa.
"Não!" A ruiva gritou, Brian piscou.
"Nós somos celibatárias agora! Nós duas!" Cherry disse.
"É sério, Poppy?" Brave se voltou para Brian, ele assentiu.
"Bom, como decidiram isso a pouco tempo, não vou pôr a força de vocês a prova. Seria covardia. Mas daqui a alguns meses eu voltarei e então veremos se continuarão a me rejeitar."
"Pensei que ninguém rejeitasse você." Laylah travou o maxilar. Mas que merda! Os trigêmeos!
"Eu sou um cavalheiro, Cam. Elas querem ser celibatárias, o que eu acho uma pena, mas eu respeito." Brave disse.
"E Gift, onde ele está?" Um deles perguntou.
Ananyia olhou para os sapatos, eram uma visão e tanto os três juntos, principalmente quando estavam tão parecidos. Simple vestia vermelho e jeans e usava o cabelo amarrado na nuca. Devia ser ele, afinal vermelho era sua cor.
O que Brave chamou de Cam, Candid então, vestia-se todo de preto e os fabulosos cabelos de fogo estavam soltos. O outro, o que parecia estar de muito mau humor usava roupa branca e tinha os cabelos trançados.
"Gift não sabe da luta." Brave disse.
"Como ele não sabe da maior luta de todos os tempos?" Candid perguntou.
"Ele estava fora ontem e chegou na madrugada de hoje muito cansado. A luta seria no domingo, mas Ann achou melhor lutarem hoje mesmo, então, como foi avisado de última hora, ele não ficou sabendo."
"Mas vocês não contaram para ele, não o viram?" Foi Honest que perguntou.
"Ele estava com um péssimo humor de manhã e eu não quis contar." Brave sorriu.
"Cara! Com um irmão gêmeo desses, Gift não precisa de inimigos!" Candid disse. Laylah acenou com a cabeça concordando mesmo não tendo entendido.
"Eu penso que não há um inimigo páreo para Gift, então eu tenho de balancear as coisas." Brave disse, Honest rosnou.
"Aí você foi longe demais! Gift é um merda." Candid retrucou.
"Um merda que tomou algo de vocês. Onde se reúnem agora?" Brave perguntou com um sorriso, Honest se aproximou.
Brave se esticou, mas Honest era maior, afinal, felinos eram maiores que os caninos e mais ferozes também.
"A luta vai começar, vamos." Simple chamou os irmãos, Ananyia suspirou aliviada.
"Conversamos depois, Brave." Candid disse com um olhar ameaçador, Brave sorriu.
"Se eu não estiver ocupado, sabe como é, né? Ah, não, você não sabe mais, suas bolas são inúteis agora." Cherry riu, Brian sorriu, mas não passou disso.
"Vem, Poppy! Vamos ficar mais perto ou não iremos ver nada." Cherry saiu puxando Poppy, Brian trocou um olhar com Ananyia. Laylah iria pedir a Ananyia para lhe explicar tudo depois. Quem era Brian?
Elas também se aproximaram do círculo feito, as lutadoras já estavam no meio deste. Um enorme felino de cabelos escuros entrou também no círculo e elevou a voz:
"A uns vinte anos atrás o primeiro torneio para apadrinhar um filhote foi realizado. John, um dos nossos maiores orgulhos, tinha um monte de padrinhos e por isso nós lutamos por essa honra. Eu fui um dos lutadores e fui vencido por Gabriel que acabou por chegar à final. Hoje, essa tradição caminha um passo a frente, pois temos duas fêmeas de valor lutando pela honra de serem madrinhas do filhote de nossa Violet, a primeira fêmea de segunda geração a nascer na Reserva. Violet, juntamente com Daisy, encheu nosso coração de esperança, já que nossas fêmeas eram estéreis e era só o que sabíamos desde então. Esse filhotinho ou filhotinha vem para nos lembrar de que se um dia pensamos que morreríamos sem deixar um legado, hoje nós sabemos que estamos aqui e que nunca iremos embora. O povo Nova Espécie nunca irá acabar!" Ele disse, uivos, rugidos e guinchos foram ouvidos, Laylah sentiu seus olhos lacrimejarem. Ela também era Nova Espécie, ela queria muito fazer parte daquela comunidade incrível. Essa missão poderia proporcionar isso, poderia apagar tudo de mal que o pai dela fez a eles. Laylah queria merecer fazer parte daquele povo, por esforço próprio não por simplesmente ter os mesmos genes.
O líder saiu do círculo, as lutadoras se aproximaram e se cumprimentaram.
"Não se distraia, Laylah! Todos estarão de olhos na luta, teremos pouco tempo para pegar Tiberius, esteja pronta!"
"Sim, estou atenta." Laylah disse baixinho, mas era uma pena, ela queria muito assistir a luta.

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General FictionQue tal não dizer os protagonistas dessa história? Talvez ir escrevendo e deixar que eles assumam o protagonismo? Ou deixar vocês escolherem? Bom, essa é a proposta dessa história. Eu tenho dois personagens os quais /adoraria escrever, mas vou deix...