CAPÍTULO 43

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Os gêmeos de Obsydian e da doutora Alli tinham nascido, os pais de Violet foram para Homeland e ela foi junto. Ela tinha de retomar sua vida, tinha de conseguir viver da melhor forma que pudesse sem Augustus e seria o que ela faria, ainda que algo a incomodasse: o fato de que ela sentia que Lazarus contava com ela para algo. Tudo dentro dela, no âmago de sua alma acreditava nisso. De que havia algo a fazer pelos filhotes de Lazarus.
"Você tem de ser forte, querida."
Essas palavras soavam na mente dela muitas vezes.
Lazarus era como o tio de Violet, suas palavras sempre tinham um significado importante.
Quando o helicóptero pousou, seu pai a desceu da aeronave e ela sentiu náuseas. Violet se afastou dos braços de seu pai e vomitou todo o conteúdo de seu estômago. Era muita coisa e isso a nauseou ainda mais. Violet só parou quando seu estômago estava vazio, o que resultou numa forte dor na garganta.
"Querida!" Sua mãe tinha ajudado, é claro. Ela lhe ajeitou os cabelos para trás das orelhas, alguém lhe trouxe uma toalha molhada, sua mãe lhe limpou o rosto, Violet fechou os olhos.
"Quer ir ao hospital?" Seu pai perguntou, ela fez que não.
E é claro que ele a carregou até a casa da doutora. Ele disse que o jipe iria sacudir muito. Violet se deixou ser carregada, afinal fazia tempo que ele não a carregava assim.
Ele foi andando devagar, Violet quase dormiu, era tão bom! Ela se inundou do cheiro dele, o cheiro do primeiro macho que ela amou na vida. Seu pai, seu herói.
Na casa da doutora, Tia Jessie e Tio Justice estavam indo embora, o pai de Violet a colocou no chão, ela os abraçou com força, foi bom.
"Mais um neto, Valiant! Se você soubesse o quanto eu te admiro! Você tem sido um grande exemplo pra todos nós." Seu tio disse. Seu pai abriu um grande sorriso cheio de presas.
"Não vai demorar e estaremos aqui para saldar seu neto, meu líder. Não vai demorar!" Ele disse, os dois colaram as testas, Jessie tinha um sorriso no rosto também.
"E minha amiga?" Ela perguntou.
"Está num jipe. Eu não resisti e trouxe minha florzinha nos braços." O pai de Violet disse.
"Que não se diga que um leão velho dispensa um jipe e eu não!" Justice jogou Jessie no ombro ela saiu gargalhando.
"Felicidade, querida. Isso é a chave de uma vida boa. E você terá isso, ou não me chamo O Grande Leão. Só vou esperar meu netinho nascer e andarei até o Alasca se for preciso." Violet sorriu.
"Não se trata disso papai. Há outras..." Seu pai não a deixou terminar.
"Só me diga uma coisa, florzinha: os cabelos dele são compridos?" Violet assentiu.
"Então, pronto! Eu o tratei arrastado pelos cabelos e ninguém vai tirar isso de mim."
"Não vai chutar as bolas dele?" Ela perguntou.
"Eu o trago e chuto as bolas dele aqui." Ele riu, Violet o abraçou apertado. Ela superaria qualquer coisa, enquanto tivesse seu pai e sua mãe junto dela. Superaria tudo.
O jipe chegou, a mãe de Violet desceu, eles entraram.
A sala estava uma bagunça de brinquedos e presentes. Opal e Obsidyan seguravam filhotes chorando, Harmony preparava mamadeiras na cozinha.
"Ah, mas vejam isso! Dois filhotinhos bravos! Adorei!" O pai de Violet disse ao entrar.
Ele foi até Obsidyan e Opal e tomou os bebezinhos deles. Valiant segurou cada um em um braço, Violet e sua mãe sorriram uma para a outra ao ver a cara de Obsidyan, surpreso com a habilidade de Valiant.
Os filhotinhos continuavam gritando, Valiant rosnou baixinho, Opal arregalou os olhos.
"Mas que filhotinhos mais furiosos! Estão com fome?" Ele perguntou baixinho, um filhotinho parou de chorar e o mordeu no braço. O pai de Valiant aguentou bem.
"Isso! Mordam, mordam até que chegue o leite!" Ele disse e riu quando o outro também parou de chorar e lhe mordeu.
"Isso!" Ele riu ainda mais, quando um filhotinho riu também.
"Esse é quem?" O pai de Violet perguntou para Obsidyan, o macho piscou muito confuso.
"Mark. O mais velho."
"Mark! Então você tem um nome humano, filhotinho?" Ele aproximou Mark do rosto, Mark lhe mordeu o nariz. Harmony o pegou, o filhotinho ia chorar, ela lhe deu a mamadeira. O pai de Violet pegou a outra mamadeira das mãos de Opal e a deu ao outro.
"Você tem bastante jeito." Obsidyan disse. O pai de Violet tomou o filhotinho de Harmony, encaixou os filhotes nos ombros, eles agarraram as mamadeiras.
"E os dentinhos deles já estão bem avançados, olha isso, meu amigo! Parabéns! Não vai demorar e estarão rompendo a pele!" Violet sorriu com a empolgação de seu pai.
"Eles não nasceram com dentes." Obsidyan examinou o braço de Valiant olhando as marquinhas na pele do braço dele.
"Sim, mas sabem morder, isso é muito bom!" Valiant se sentou e colocou os filhotes no colo. Opal e Obsidyan estavam admirados.
"E a nossa doutora, Obsidyan?"
"Ela está dormindo. Eles a cansam muito, quando dorme, ela apaga." Obsidyan respondeu.
"Isso é bom. Quanto mais ela dormir, mais descansada estará." A mãe de Violet disse, os machos sorriram.
"Eu vou... Eu preciso fazer uma coisa, papai. Mas não demoro. Tchau, tios, tchau, Violet." Opal disse. Antes de passar pela porta, ele olhou para Harmony e disse:
"Na cidade, Mony. Às sete." Harmony sorriu, ele se foi.
Um dos filhotinhos terminou a mamadeira e soltou um alto arroto, o pai de Violet trovejou:
"Isso!" O filhotinho começou a rir, Obsydian o pegou encantado. O filhotinho vomitou um jato de leite no rosto dele, todo mundo riu menos Valiant.
"Mas aquele Lobo Velho não erra uma!" Ele disse.
"Valiant?" A mãe de Violet o olhou com os olhos bem apertados. O pai de Violet torceu a boca.
"É claro que nós apostamos! Isso é uma tradição." Ele disse, Obsydian, que tinha dado o bebê para Violet e ia entrando no quarto, parou.
"Aposta? Com meus filhotes?" Ele fechou a cara e se havia um macho que tinha um ar assassino era ele.
"Sim, mas veja: eu sou o tesoureiro dessa vez, afinal, Brass vivia deixando aquele filhote malvado dele cuidar do dinheiro e acabava que ele..."
Obsidyan cruzou os braços e se esticou e ele estava entre os maiores e mais poderosos caninos do povo de Violet, isso lhe conferia uma pose ameaçadora.
"Tome! Presente pros filhotes. E essa seria a parte de Vengeance. Tome também." Valiant tirou um rolo considerável de notas e entregou a Obsydian.
O macho piscou, ele realmente não gostou da história das apostas, mas acenou respeitosamente e aceitou o dinheiro.
"Eu só vou mudar de roupa." Ele disse entrando no quarto. A mãe de Violet deu um violento beliscão no braço do pai dela, usando as unhas, o braço dele sangrou.
"Eu te disse pra não me fazer passar vergonha!" Ela sussurrou.
"Esse pessoal daqui é muito frouxo, eu vivo dizendo isso." O pai dela tentou sussurrar, mas todo mundo na casa ouviu. Harmony sorriu.
"E você querida? Sua mãe pediu para te perguntar se não quer voltar com a gente." A mãe de Violet falou para Harmony, ela pegou o filhotinho que Violet segurava e o ninou.
"Ainda não, tia. Talvez quando Mark e Topaz completarem um mês. A doutora precisa de mim aqui." Ela disse.
"É claro querida. Eu sei bem o quanto um par de filhotinhos machos é custoso. Acho que o pior é o choro. James e Joseph sempre choravam juntos, lembra, Valiant?" Sua mãe disse, seu pai sorriu.
"Sim. O mais engraçado era que James demorou para me morder, Joe fez isso com menos de um mês. É, bebezinhos não sabem ser dissimulados."
"Valiant!" A mãe de Violet o repreendeu, Violet riu.
"Mas um passarinho me disse que você não quer voltar por causa daquele Gift. Se for isso, querida, eu me ofereço para quebrar a cara dele. Eu, seu pai e seu avô somos um grupo agora." O pai de Violet disse com um grande sorriso no rosto.
"Era só o que me faltava!" A mãe de Violet levantou as mãos e as deixou cair.
"Não é isso, tio. Eu ainda não me sinto bem. Eu sinto muita falta dele, muita..." Harmony abraçou o filhotinho. Ela estava triste, tão diferente da Harmony calma e feliz que ela sempre foi.
"Muita falta de compartilhar sexo? Por que ele te viciou? Talvez você devesse compartilhar sexo com ele muitas vezes, querida. Assim você..."
"Valiant North! Cale essa boca!" A mãe de Violet até se levantou.
"O quê? Ela precisa saber se está viciada ou vinculada, Meu Amor! Por que eu não consigo passar um dia longe de você! E você não é venenosa. Como ela sabe que não está vinculada?" Valiant disse, os olhos da mãe de Violet se enterneceram com o que Valiant disse.
"Ah, seu Leão sedutor!" Os pais dela se beijaram, Violet limpou a garganta. Não se separaram. Obsidyan voltou a sala de braços dados com a doutora, Violet teve de agir:
"Mãe!" Ela chamou.
Sua mãe largou seu pai, pelo menos a situação embaraçosa fez Harmony sorrir.
"Alli! Nossa, está tão bonita!" Ela foi até a doutora e a abraçou. A doutora abraçou a mãe de Violet como algumas fêmeas faziam, demorando um pouquinho mais para soltá-la. Gêmeos não eram fáceis de criar e a mãe de Violet era a referência de todas as outras.
"Obrigada por virem." Ela disse sorrindo.
Eles conversaram por um tempo até que a doutora pediu Violet para passear um pouco com Harmony. Violet achou uma boa idéia e elas saíram.
Harmony e Violet se deram os braços e andaram um bom tempo pela estrada até o grande lago. Havia um banco, elas se sentaram.
"Aqui é tão diferente! Você também sente isso, Mony?" Violet perguntou esticando o rosto para os raios do sol da tarde.
"Sim. Em tudo. Nas conversas, nas casas. Até o lago da Reserva parece mais selvagem que esse!" Elas riram.
"No nosso lago as margens não são podadas." Violet disse. Havia um lindo paisagismo em volta daquele lago, na Reserva haviam um monte de canteiros aleatórios. Qualquer um podia ir e plantar alguma coisa nas terras em volta do lago e isso acabou deixando o lugar muito bonito, mas sem planejamento algum.
"Sabe, o que o seu pai disse faz um pouco de sentido." Harmony disse, Violet sorriu.
"Eu acho que faz todo sentido! E sinto muito por isso ter acontecido com você e ainda mais logo que você alcançou a maioridade. Era para você estar se decidindo por uma carreira, não confusa entre dois machos."
Violet disse, embora assim que as palavras saíram, ela descobriu que nunca tinha perguntado a Mony sobre seu futuro profissional. Harmony vivia pela Reserva sempre ajudando com os filhotes. E não só na Reserva, mas até em Homeland. O filhote de Darkness era afilhado dela, não por escolha de seus pais, mas escolha própria dele. Violet riu.
"O quê?" Harmony perguntou.
"Eu me lembrei de Christian. De que Kat e o Tio Darkness queriam que o Tio Justice e a Tia Jessie fossem padrinhos dele e ele quis você."
Harmony sorriu um lindo sorriso pensando em seu afilhadinho. Christian tinha dois anos, mas era bem precoce até para padrões Nova Espécie.
"Foi uma confusão, isso sim! Ele me chamava de Dinda, foi uma das primeiras palavras que ele falou." Elas riram, Violet beijou a mão de Harmony.
"Eu te amo muito, sabia? Amo sua doçura e bondade. Sua mãe é uma das minhas melhores amigas e acho que nós nos afastamos. Eu quero compensar o tempo perdido." Ela disse, Harmony começou a chorar.
Violet apenas a abraçou e as duas ficaram assim. Depois de um tempo, Harmony se afastou. Violet lhe enxugou as lágrimas.
"Eu não sei o que fazer. Não é como se eu pudesse virar as costas a Smy! E eu não tenho certeza sobre Gift. Eu o odeio tanto às vezes!" Ela disse.
Violet apertou os lábios, feliz por ajudar Harmony de alguma forma.
"Talvez você não deva fazer nada, já pensou nisso? Por que tem de resolver tudo? Por que você não pode simplesmente viver sua vida como antes?" Violet perguntou. Parecia uma pergunta até um pouco idiota, mas ela queria que Harmony pensasse.
"Minha vida nunca mais será a mesma."
"Sim. Mas desde quando?" Violet a encarou.
"Eu acho que é importante saber. Saber onde foi que tudo mudou e o que aconteceu para que tudo mudasse. Eu quase morri, Mony. O que aconteceu foi tão profundo que eu sonhava que era um fantasma e às vezes precisava me agarrar a alguma coisa, para ter certeza de que estava viva." Ela alisou o ventre, já havia um pequeno volume. Harmony colocou sua mão sobre a dela.
"Agora você sabe. Sabe que está viva, sabe que está gerando uma vida dentro de você." Harmony disse e aquelas palavras simples continham todo um mundo de complexidades. Violet baixou os olhos para as mãos das duas. Duas fêmeas simples, duas fêmeas comuns que acabaram se encontrando num lago, cada uma passando por uma mudança de propósito em suas vidas.
"Sim. Eu estou viva. E preciso de cada grama de força que tenho para passar pelo que estou passando. Um lobo me atacou, Harmony, ele tentou me matar. Ele não conseguiu e agora estamos entrelaçados." Ela disse, percebendo que o que dizia servia mais para ela própria do que para Mony.
"Mas o lobo não é mais importante que o pai do bebê. Por que falou do lobo primeiro?"
"Por que o lobo precisa morrer. Eu tenho de descobrir uma forma de fazer isso para ter Augustus. Eu não sei como."
"Eu ajudo. Não importa o que eu tenha de fazer, Tia Violet. Eu ajudo."
Harmony disse e foi a vez de Violet chorar. Por que aquela filhotinha estava passando por um situação muito difícil onde ela tinha de ter certeza sobre seus sentimentos e Violet estava vendo que isso era algo que Harmony nunca teve. Mas ela precisava, pois só assim poderia decidir que caminho tomar. Ainda assim, Harmony deixava todas as suas preocupações para jurar ajuda a Violet, para se colocar à disposição.
"Obrigada. E eu também me coloco a sua disposição, tá? De coração." Violet respondeu.
"Eu que agradeço." Harmony disse.
Violet inspirou o cheiro do lago e sorriu.
"Bom, vamos lá! Gift ou Smy? Diga o que vem a sua mente, agora!" Violet disse bem rápido assustando Harmony.
"Gift..." Ela disse de forma reticente sem muita convicção.
Violet sorriu.
"Bom, esse é o seu caminho."
Harmony balançou a cabeça.
"Não, não é. Pelo menos eu não sei se é. Há o veneno, esqueceu?"
"Ah, pelo amor de Deus! Quanto tempo você está aqui? Acha mesmo que a saudade que sente é por causa do veneno?" Ann Sophie apareceu do nada e como a folgada que era se sentou entre as duas.
"Oi, Ann." Violet a saldou.
"Oi, Vi. Duas perguntas: macho ou fêmea? Que tal um torneio para a madrinha? Vou adorar fazer Daisy comer poeira." Violet riu, não deu para evitar. Daisy batia em muitos machos, Simple mesmo cresceu apanhando dela e Ann Sophie pensava em lutar com ela!
"Eu admiro sua coragem, Ann, mas Daisy, bom..."
Ann Sophie ergueu uma sobrancelha e a olhou por cima de seu narizinho delicado.
Ela sacou o telefone, discou, Violet notou que Harmony se esticou.
Segundo o fofoqueiro do Candid as Senhoritas não gostavam muito de Ann Sophie. Tirando Bronzy, todas tomaram partido de Jewel quando Simple beijou Ann Sophie em Fuller.
"Eu te desafio pelo filhote de Violet." Ela foi logo dizendo quando Daisy atendeu.
"Domingo." Ann disse, devia estar respondendo Daisy.
Ela desligou e encarou Harmony.
"Viu? É assim que se faz. Se descobrir que quer mesmo Gift, ser uma senhorita chorona cheia de dúvidas não vai te fazer ficar com ele." Ela disse a palavra senhorita cheia de ironia.
Harmony se levantou. Ela era uma gigante, tanto que vivia andando meio encolhida, ela não gostava de chamar atenção para sua altura.
"Eu acho que cada um luta do jeito que se sente melhor. Ser uma abusada pode parecer legal para você, mas não significa que tem de ser pra mim." Ela disse com os olhos azuis queimando.
Ann sacou o telefone de novo ignorando Harmony.
"Gift? Você me deve." Ela disse e desligou, os olhos de Harmony se abriram um pouco mais quando ouviu o nome dele.
"O que Gift te deve?" Harmony perguntou, Violet notou que ela mal conseguia disfarçar a onda de ciúme que lhe percorria o corpo.
"Nada demais, é uma piada interna nossa, coisa de amigos, você sabe." Ann Sophie disse olhando para o esmalte rosa das unhas. Unhas que estavam maiores do que quando ela passou o tal esmalte. Ela era felina, mesmo que os olhos humanos disfarçassem isso.
Harmony pegou o celular. Ela apertou alguns botões, o modelo dela era mais simples que o super tecnológico de Ann.
"Tia Daisy?" Ela disse, Ann se levantou.
"Posso lutar por você?" Harmony perguntou olhando para Ann, Ann Sophie mediu Harmony de alto a baixo com olhos condescendentes.
"Obrigada, Tia. Não vou te decepcionar." Ela disse, Ann Sophie sorriu quando Harmony desligou o telefone.
"Que tal apimentarmos as coisas? Quem vencer será madrinha do filhote de Violet e terá uma noite com Gift." Harmony rosnou, Violet se levantou e olhou em volta.
"Calma! Eu não o quero na minha cama, ele é como um irmão pra mim. Um irmão bem gostosão, acho que você me entende, mas enfim. Numa noite, Gift pode fazer umas coisinhas pra mim, seria legal tê-lo a meu dispor." Harmony travou a mandíbula, Violet viu Tia Lauren e Tio Wrath passando, ela os chamou.
Quando chegaram até elas, ficaram um bom tempo nos cumprimentos, Tia Lauren era tão boa!
"Até domingo então, Harmony. Não vou dizer que vença a melhor, pois eu sou uma fêmea humilde e sei que vou vencer." Ela disse e riu da própria piada.
"Vencer o quê, queridas?" Tia Lauren perguntou depois que Ann Sophie se afastou.
"Eu e ela lutaremos para decidir quem será a madrinha do filhotinho de Violet." Harmony respondeu.
Tia Lauren abriu um imenso sorriso, Tio Wrath também.
"Que maravilha! Eu estou muito feliz por você, querida! É de Angel? Meu Deus! Tiger vai ser avô! Eu achei muito romântico ele ir te procurar." Ela disse, Violet baixou os olhos.
"Não. O pai se chama Augustus. Ele ficou no Alasca."
Tia Lauren piscou, mas continuou sorrindo, dessa vez um sorriso leve.
"Ele virá. Um filhote é a coisa mais importante na vida, ele virá e você será a noiva mais linda que a Reserva já viu. Acredite, você é forte para passar por isso. O importante é que esse filhotinho nem nasceu e há um povo inteiro já apaixonado por ele." Ela disse e beijou as bochechas de Violet.
"Eu não saberia ser doce como minha Lauren é, querida, mas posso te jurar que se tiver de ir ao Alasca buscar esse macho, eu vou. E o trago seguro pelas bolas. Só peça e será feito." Wrath disse.
"Papai disse que essa 'honra' é dele, mas muito obrigada, tio. Significa muito pra mim o que você disse."
Wrath sorriu.
"É por isso que eu sempre quis uma filhotinha. É muito mais divertido." Elas riram e se foram.
"Simple os ajudou, não foi?" Harmony perguntou. Era segredo, mas ela era de confiança, então, Violet assentiu.
"Sim. Em troca do perdão ao Tio V. Lauren jurava que já tinha perdoado, mas seu avô fez questão de trazer a salada de frutas para ela."
"E já estão no quarto filhote. Eu acho a família deles linda."
Violet sorriu.
"De onde veio a coragem para desafiar Ann?"
"Eu não sei. Eu até gosto dela, não acho que Jewel tinha motivo para sentir raiva dela, Simple nunca gostou de Jeje assim, mas... Ela é meio metida." Violet riu.
"Sim, mas ela tem muitas medalhas de torneios de luta. E você é tão doce! Podemos pedir para Daisy dizer que sempre quis quebrar a cara de Ann. Isso é verdade."
Violet sorriu.
"Não. Ela insinuou que ela e Gift tem alguma coisa. Bom, não terão mais depois que eu quebrar o nariz delicado dela." Harmony disse.
"Fico feliz por saber que você se decidiu." Violet disse, Harmony suspirou.
"É, mas Smy..." Violet não podia deixar ela terminar, então a interrompeu:
"Smy supera. Eu sei disso em primeira mão. Não desejo para ninguém o que eu sofri, mas eu superei. Ele vai superar."
Harmony apertou os lábios. Violet a puxou, ela se sentou no banco e encostou a cabeça no ombro de Violet.
"Opal me chamou para comer numa lanchonete que ele jura que o hambúrguer é melhor que o da Nancy. É uma pena, mas eu perdi a vontade de ir."
"Podemos passar a noite assistindo filmes de terror! Daqueles bem macabros que envolvem demônios e maldições."
Harmony sorriu.
"Ok. Eu levo a carne, a pipoca, o refrigerante e o chocolate."
Violet voltou para a casa de James que foi onde eles se instalaram. Mais tarde, Harmony chegou num jipe cheio de comida, e a diversão começou.
Ela ria do seu pai tapando o rosto para não ver uma cena arrepiante de um dos filmes, quando ela pensou que não sabia que tipo de filme Augustus gostava, ou até mesmo se ele gostava de filmes. Ela não o conheceu direito.
Não sabia sua cor preferida, se ele gostava mais do pôr do sol do que do amanhecer. Se gostava da chuva, ou se, como alguns caninos, se sentia mal quando comia chocolate.
Como ela podia amar tanto alguém que conhecia tão pouco?





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