Violet bateu na porta da casa de Collin, Lunna veio abrir já com um grande sorriso no rosto, mas que sumiu quando ela viu a cara de Violet.
"Vi! Você está meio verde." Ela disse ajudando Violet a entrar na casa.
Uma linda casa, pena que quando ela foi olhar ao redor ficou tonta e teve de se apoiar em Lunna.
"Collin!" Lunna chamou, Collin apareceu vindo de um corredor sem camisa e com os cabelos soltos.
"Nossa! Vem, cá irmãzinha." Ele disse pegando Violet nos braços com bastante cuidado e entrando com ela pelo corredor que tinha acabado de sair. Ele abriu uma porta e era um lindo quarto infantil, Violet ficou surpresa. Collin a deitou na cama.
"Respire profundamente e bem devagar." Collin mandou enquanto lhe tocava o meio dos seios. Violet obedeceu, Collin colocou o ouvido sobre a barriga dela, que estava crescendo mais a cada dia, mas ainda não estava muito grande.
"Eu vou te levar para o hospital, Vi. Precisamos de uma ultrassonografia."
"Por quê? Eu só me sinto muito enjoada." Ela perguntou, o medo já lhe apertando o peito.
"Você tem tomado o suco?" Ele perguntou.
"Sim. E a pior versão dele, a que faz arrotar por quase uma hora." Violet disse, Lunna riu. O suco para gestantes de Simple não fazia arrotar, o de Candid sim, mas era para náuseas mais fortes.
"As batidas do coração dele estão muito rápidas, precisamos ver isso. Vem." Collin disse, Violet assentiu, ele a pegou nos braços.
"Collin..." Lunna começou, Collin se virou para ela.
"Você está de pijama." Lunna disse rindo.
"Leve uma roupa pra mim." Collin disse e saiu com Violet nos braços.
Violet escondeu seu rosto no pescoço dele tentando fingir que não viu a cara de Lunna.
"Collin, eu estou com medo."
"Ele não está correndo perigo de vida, maninha. É só que você sabe o quanto eu sou paranóico. Eu preciso ter certeza, mas no pior prospecto, ele está com uma aceleração cardíaca. E isso não é nada demais. Bastará uma observação e um medicamento."
"Mas Novas Espécies não têm problemas de coração."
"Nem diabetes. E olha Dusky aí." Ele disse com um sorriso.
"Eu posso andar." Ela disse.
"E eu posso te carregar. Quer tirar de mim a chance de fazer isso? Você é durona demais. Lembra que por mais que Daisy fosse mais forte, eu fazia questão de bater nela? Mas você sempre bateu em nós três."
Violet sorriu. Daisy e Honest brigavam por tudo, mas quando ela ia brigar com eles, Simple sempre tomava a frente e os dois lutavam. E Daisy vencia algumas, o que significava que quando ela vencia era por que o 'Simple' que brigava com ela era ou o Simple verdadeiro, ou Candid. Ela nunca deve ter vencido uma luta com Honest.
Já Violet quase sempre vencia quando batia em qualquer um dos três.
"Por quê?" Ela perguntou.
"Por que você só brigava com a gente quando estávamos errados, então a culpa nos fazia apanhar de você."
Violet beijou o queixo dele, havia uma penugem de barba branca lá.
"Você tem barba?" Ela perguntou passado um dedo no queixo dele.
"Eu, não. Esse corpo tem. E muita. Eu perco minutos preciosos todos os dias me barbeando."
Violet sorriu, mas depois pensou em algo que ela sempre quis perguntar:
"Como é estar em outro corpo? Você se sente influenciado por isso?"
"Muito. Nós não somos apenas nossos pensamentos e emoções, Vi. Há muito em nós que vem do meio em que habitamos. Um corpo primata é muito diferente de um felino. Eu me sinto mais pesado, mais preso ao chão e isso muda muito o modo como vejo as coisas agora. Como sinto as coisas. E ainda..." Ele parou de falar, Violet lhe beijou o ombro.
"Não confia em mim?" Ela perguntou, mas a pergunta perdeu o sentido assim que saiu de sua boca. Não era uma questão de confiança.
"Você não quer me preocupar, é isso? No meu estado?" Ela deixou a indagação barra afirmação no ar.
"Eu sinto Doze às vezes. Não querendo o controle, eu acho que ele está..." Collin parou e a colocou sobre seus pés. Eles estavam perto do complexo já.
"Não era hora para te falar isso, mas..." Violet viu o medo nos olhos azuis, ela o abraçou.
"Pode dizer."
"É por que eu passei três anos estudando essa porra desses Chips. Há muito sobre eles na internet, muitas e muitas teorias. Samantha não tirou isso da cabeça dela do nada."
Violet se surpreendeu. Ela nunca pensou sobre os tais Chips nesse sentido, de como foram criados, de quem teve a idéia de criá-los. Ela viu o que o chip de Samantha fez em Livie e Collin era prova viva de que funcionavam. Para ela isso bastava. Ela teve raiva dos Chips no caso de Livie, mas agradeceu a eles quando descobriu que Honest estava vivo.
"E vimos Samantha passar de um corpo a outro. Mary estava em um corpo, Samantha estava em outro, o que Gabriel implantou. Quando Gabriel retirou o chip, Samantha migrou para o chip de Mary e Mary foi para o chip de Brienne. Por que Doze não pode ter ido para um outro chip?"
Violet nunca pensou nisso. Todo mundo se sentia culpado por Honest estar no corpo de Doze, agora que o Honest que quase morreu melhorou.
"Eu simplesmente apaguei, Violet. Eu me lembro da alegria por termos conseguido engravidar Chimes, Creek e Breeze e depois de acordar no meu quarto. Eu me lembro de te abraçar e você se sentir incômoda."
Violet sorriu.
"Foi muito esquisito. Modest veio e me apertou nos braços. E ele não era mesmo meu irmão, então..." Ele riu e a abraçou, um abraço apertado, Violet se inundou do cheiro dele.
"E agora?" Ele perguntou.
"Agora você é meu irmão. O melhor dos irmãos. Que Hon não ouça isso, mas eu adoro esse seu jeito mais carinhoso." Violet disse, Collin abriu um imenso sorriso mostrando suas presas.
"Tarde demais. Vai ser a primeira coisa que eu vou falar para ele quando chegarem."
Ela fez que não com a cabeça e eles terminaram o caminho até o hospital andando devagar, de mãos dadas.
Não importava o problema, Violet tinha uma família gigante por ela, ela passaria por aquilo, por aquela preocupação.
Collin lhe colheu sangue e a levou para a sala de ultrassom. Violet não segurou as lágrimas quando viu seu bebezinho em seu ventre. Collin observou o coraçãozinho dele em silêncio, mas a própria tela, mostrava o nível normal de batimentos para a idade gestacional e o quanto estavam acelerados. Violet segurou o pânico e esperou.
Collin desligou o aparelho e suspirou.
"Tenho de te levar para a doutora Trisha. Mas ele está bem, ok?" Ele disse, Violet só assentiu.
Eles saíram do complexo e foram até a casa da doutora, ela ficava pouco tempo no hospital agora.
Quando bateram, Sly abriu a porta e correu para fora, Collin o segurou pela camisa num movimento muito rápido.
"Opa! Onde você vai?" O filhote esperneou, ele já estava bem grande e forte, Collin começou a rir.
"Que bom que você segurou esse pestinha, Collin. Muito obrigada."
A doutora disse, Sly rosnou:
"Vai ter volta." Collin riu.
"Não vai ter volta nenhuma, mocinho! Seu pai está chegando e vamos tirar tudo o que você me contou a prova!" Ela disse, Sly olhou ameaçadoramente para Collin.
"Agora, suba para seu quarto e fique lá. Se eu ouvir um barulhinho você vai ver comigo!" A doutora usou seu tom mais autoritário, Collin soltou Sly, ele entrou na casa de volta.
"Violet! Que bom ver você!" A doutora a abraçou, Violet a abraçou de volta.
"Entrem, vamos nos sentar aqui e conversar."
Violet e Collin se sentaram, no sofá onde Violet se sentou havia uma boneca loira, de pano, feita por Ann. Estava velha já.
A doutora sorriu.
"Trisha Dois. Uma das primeiras que Ann fez. Ela ainda estava na cabana de Gabriel. Eu fui lá exigindo que ele a libertasse assim que descobri tudo. Ela não quis vir e depois me enviou a boneca, Dusky que trouxe." Ann cheirou a boneca e o cheiro de Sly era mais forte que o de Dianne.
"Sly brinca com ela?"
A doutora apertou os lábios, Collin gargalhou. Violet baixou os olhos. Filhotes! Eles eram terríveis!
"E em que posso ajudar?" A doutora cravou seus olhos azuis em Violet.
"Nisso. O coração do filhotinho está anormal. Batendo muito mais rápido que o esperado."
A doutora examinou os papéis que Collin estendeu para ela por um bom tempo.
A doutora se levantou e foi até um laptop que estava na mesa, se sentou na cadeira que ela devia estar ocupando antes e ficou um tempo concentrada na tela.
"Bom, pelo menos agora temos certeza." Ela disse.
"Certeza de quê?" Violet perguntou se levantando.
"Collin, lembra que você estava no hospital quando Sheer e Lily nasceram? Lembra de me observar a acompanhá-los?"
"Sim. Foi o que eu pensei também." Collin disse, Violet o encarou.
"A doutora foi quem elaborou a teoria, então ela é a única que pode atestar com certeza."
"Atestar o quê?" Violet perguntou, Collin olhou para a doutora.
"Seu bebê tem sede de sangue, querida. Eu não acompanhei Sheer, ninguém acompanhou na verdade, mas acompanhei Proud. E é a mesma coisa." Ela disse.
Violet suspirou. Sheer e Proud tinham vidas normais, seu filhotinho também teria.
"A gravidez será mais delicada, você precisa de repouso."
"Eu estou me sentindo muito nauseada." Ela disse.
"Sim, isso também. E infelizmente se o suco da sua família não ajudar, não há outra coisa que você possa tomar."
"Eu aguento." Violet disse.
"É claro que aguenta! E eu estarei aqui, sempre que precisar, é só chamar." A doutora disse se sentando ao lado dela e a abraçando. Violet chorou, não deu pra evitar.
"Nós fizemos tantos planos!" Violet disse, a doutora afastou o rosto mostrando que também chorava.
"Sim e muitos deles ainda dá para realizar. Lembra que você disse que seu filhotinho iria ser médico também?" Ela lembrou Violet.
"É claro que ele será médico! Três tios dele são médicos e são os mais fodões do mundo!"
"Você disse um palavrão na minha sala?" A doutora fechou a cara, Collin arregalou os olhos.
"Não! Foi só..." A doutora e Violet riram, ele franziu o nariz. Era muito estranho vê-lo fazer aquilo, então elas riram de novo.
Mais tarde, em seu quarto, depois de sua mãe lhe fazer um suco, de Noble tocar uma música relaxante, de Ella lhe pentear os cabelos e de Pride se deitar com ela, depois que todos se foram, Violet colocou a mão sobre seu ventre e pensou em Augustus.
O terror que ela sentiu naquela experiência esquisita a deixou sem forças para querer explicações mais precisas quando foi levada embora por seus irmãos e acordou no hospital. Violet só foi pensar no porquê de Augustus a mandar embora bem depois.
Ele queria que ela se entregasse a Augie. Ele pensava que Augie era ele, mas não era. Augie era Augie, algo muito difícil de aceitar que existia, mas existia.
Como ela poderia descansar sabendo disso?
Uma pedrinha atingiu sua janela, Violet se levantou com esforço e foi abrir.
"Ann?" Ela disse muito surpresa, mas se afastou para Ann Sophie entrar em seu quarto depois de saltar e se segurar no parapeito da janela dela.
"O que está fazendo aqui? E a essas horas?"
"Eu estava passando e ouvi você se virando na cama. Pensei que queria companhia." Ela deu de ombros.
Violet voltou para a cama, Ann se deitou com ela.
"Ann, você estava na cabana de Simple?" Violet perguntou.
"É. Eu estava." Ela disse.
"Eles ainda não voltaram." Violet informou desnecessariamente.
"E também não estão em Homeland."
Violet se lembrou de que Tiberius tinha sido sequestrado e de que Simple tinha ido atrás dele.
"Tiberius foi sequestrado, Simple deve ter pedido para Hon e Cam irem ajudar."
"Eu vi Tiberius. Seu... Quer dizer, Augustus se parece com ele?" Ann Sophie perguntou, Violet sorriu.
"Sim. Eles são todos muito parecidos. Até que abram a boca, ou Augustus aperte os olhos. Embora Augustus é mais alto que os outros.
"Tiberius me pareceu bem alto." Ann Sophie disse.
"Augustus deve ser do tamanho de Quinze, mais alto que Pride." Ann Sophie arregalou os olhos.
"Sério?"
"Sim."
"Nossa! Por que Quinze, bom, ele parece um filhotinho gigante. Hush parece um ursinho carinhoso. Dos Quimeras eu só consigo temer o Kabir, mesmo todo mundo dizendo que Wide é sanguinário. Acho que ele se parece demais com Silent." Violet sorriu.
"Augustus não tem uma aura violenta. Ele só é bem sério, como o Tio V, por exemplo." Violet disse e se lembrou de Augustus sorrindo. O coração dela falhou uma batida. Tanta saudade! As lágrimas vieram, Ann a abraçou.
"Me desculpa, Vi! Eu não queria te fazer ficar triste. Eu ia bater na porta da frente, mas eu te ouvi." Violet beijou a mão de Ann, ainda havia umas marquinhas de quando ela socou Harmony.
"Demora mais pra sumir em mim."
"Sim. E isso só mostra o quanto você é corajosa."
"Gift sumiu, está sabendo?" Ann Sophie perguntou, Violet fez que não com a cabeça.
"Minha madrinha me ligou, não sei de onde ela tirou que aquele idiota me contaria alguma coisa." Violet riu.
"É engraçado que eu só notei o quanto vocês são amigos agora."
"Acho que porque antes Gift não era bem meu amigo somente."
"Como assim?" Violet se ajeitou contra sua cabeceira, Ann fez o mesmo.
"Sempre fomos amigos, amigos bem próximos, mas Gift é safado demais, ele sempre tentava me tocar os seios ou a bunda." Violet se dobrou de rir.
"É sério! Mas ele sempre estava perto, sempre olhando de forma ameaçadora para John. Como se dissesse com os olhos que bateria em John se ele me magoasse."
Violet sorriu.
"Você e ele fariam um bom par."
"É. Assim como você e Forest eram o ideal de casal para todas nós."
"É." Violet disse. A vida era cruel às vezes. Um casal por mais bonito e companheiro que fosse poderia simplesmente acabar de uma hora para outra. E ela talvez ficasse sozinha para o resto de sua vida.
"Você...?" Ann Sophie perguntou, Violet suspirou.
"Sim, Ann. Eu penso. Em passar a minha vida sozinha. Toda ela." Violet não conseguiu dizer mais nada.
a solidão não era o problema, o problema seria pensar que talvez nunca mais visse Augustus. Nunca mais o olharia nos olhos, aqueles olhos tão incomuns.
"Eu posso dormir na cama de Daisy, não posso?" Ann perguntou, o quarto de repente ficou frio, Violet se sentiu um pouco sufocada.
Ela ia dizer 'claro que sim' quando Daisy praticamente se materializou no meio do quarto devido a um salto espetacular onde ela passou pela janela sem tocar nas bordas e pousou no meio do quarto sem fazer barulho. O queixo de Ann Sophie caiu.
"Não." Ela disse. Violet sorriu, Ann Sophie ficou sem jeito.
"Você não foi dormir com Rom?" Violet perguntou, Daisy arrancou a roupa e entrou nua no banheiro sem responder. Grossa, essa era a irmã dela. Violet se lembrou de Angela e chegou a conclusão de que ninguém era tão grossa quanto Daisy.
Violet se levantou e puxou a cama auxiliar para Ann, Ann correu para ajudar.
"Deixa que eu faço isso." Violet se ergueu, aquele simples movimento lhe sugou as forças. Era estranho se sentir tão fraca e cansada.
Daisy saiu do banheiro secando os cabelos, Ann ficou olhando o corpo dela. Músculos. Muitos
"Avaliando se você daria conta?" Daisy sorriu, maldosa.
"Luto com você a hora que você quiser." Ann Sophie disse, mas sem muita convicção.
"Não. Eu não estou querendo que me vejam como pouco feminina. Eu e Romulus terminamos. E eu troco meu nome se amanhã eu não estiver esfregando um macho na cara dele."
Violet revirou os olhos, Daisy e Romulus não tinham jeito!
"Você não tem medo dele arrumar outra?" Ann Sophie perguntou. Daisy vestiu um pijama e se sentou na cama auxiliar. Violet se sentou na cama dela para pentear os cabelos de Daisy.
"Não. Nenhuma fêmea se meteria comigo." Daisy gemeu quando o pente se agarrou num nó.
"Tá muito embaraçado." Violet disse.
"Rom adora embolar os meus cabelos." Ela disse e fungou. Violet lhe beijou o topo da cabeça.
"Por que vocês brigam tanto, D.? Já pensou se ele realmente se apaixona por outra nessas pausas de vocês?"
Daisy ficou em silêncio, Violet terminou de desembaraçar as madeixas dela e esperou.
"Romulus é ciumento demais e ele vive dentro da minha cabeça! Isso é horrível! Eu não posso pensar nada a cerca de outro macho, nada! Mesmo ele estando longe."
"Eu acho que eu também piraria, Daisy. Mas não dá para chegarem num consenso? Vocês poderiam combinar dele não ler seus pensamentos todo o dia, ou, sei la, Candid não poderia sugestionar ele? Ou Simple?"
Daisy fez que não com a cabeça.
"Não, sugestão não funciona nele." Ela disse.
"Nossa. É complicado."
Daisy rosnou de frustração.
"Não é complicado, é só ele não ser tão inseguro! É só ele entender que quando eu acho um macho bonito, não quer dizer que eu quero compartilhar sexo com esse macho! Eu não ligo dele sondar minha mente, eu já me acostumei. Mas ele é um idiota ciumento!" Ela disse.
Ann abraçou Daisy pelos ombros, Violet segurou uma mão dela.
"Eu só quer que você só admire a ele, só goste dele. Não é diferente do papai e da mamãe por exemplo."
Daisy se deitou, Ann ficou meio sem lugar. A cama auxiliar era para ela.
"Você não vai dormir mais perto da minha irmã que eu." Ela disse, Violet riu.
Ann se deitou na cama de Daisy, ela sorriu para Violet e piscou. Parecia com sono.
"Você é mais humana que nós, deve estar cansada, querida." Violet disse, Ann só acenou e logo ressonava.
Violet estava deitada bem próxima da beirada, seus olhos nos de sua irmã, Daisy estendeu a mão e lhe tocou o rosto.
"D, por favor, não termine com o Rom. Não perca algo lindo que a vida te deu, por que se ele acaba sendo atraído para outra o sofrimento será muito grande. Use minha história como exemplo, eu terminei." Violet disse, Daisy torceu a boca. Ela era uma cabeça dura.
"Eu acho que a culpa de tudo foi de Noah. Ele não devia ter prestado queixa, ele nem devia ter ido do hospital. Você e Forest iriam conversar, ele não entraria para a força tarefa e estariam juntos agora. Estariam naquela casa linda de vocês, que, francamente, Violet! Que idéia mais idiota a de vender sua casa para Breeze e Wide! Pelo amor de Deus!" Ela disse, Violet riu.
"Pois eu acho que ter conhecido Augustus e engravidado dele fez tudo valer a pena. Há Pequeno Slade também que não existiria se as coisas fossem diferentes e eu o amo muito." Violet disse. Era verdade, seu coração esfriava só de pensar em não ter conhecido Augustus, em não estar grávida agora.
"Eu agradeço por essa gravidez, D. Tudo em mim se alegra quando eu sinto o peso e o tamanho da minha barriga."
Daisy assentiu.
"É tem o filhotinho. Meu afilhado, inclusive." Ela disse.
"D..." Violet disse o nome da irmã, Daisy chiou.
"Ah, que porra, Vi! Harmony lutou em meu nome! É como se eu tivesse ganhado a luta! Ela só queria dar umas porradas em Ann por causa da 'amizade' dela e de Gift." Violet olhou Ann dormindo, já era madrugada, ela dormia com a boca aberta.
"Acha que ela é mesmo ideal para Candid?" Violet perguntou.
"Candid tem uns segredos, Vi. Coisa que nem Honest, nem Simple sabem e esconder alguma coisa dos dois é quase impossível. Se ele se esforça a esse ponto, eu acho que ela e ele podem não dar certo." Daisy disse e Violet teve de concordar com ela. Se Candid tinha um segredo, isso poderia ser o que o impedia de ficar com Ann Sophie. Ela nunca disfarçou o interesse que tinha nele.
"Eu acho os dois tão bonitinhos! Ela veio com ele trazer o Honest real e não foi fácil. Candid até lutou com Sheer sabia? Tomado pela..." Violet parou de falar.
"Vai dar tudo certo, maninha." Daisy a encorajou.
"Você já ficou sabendo." Violet afirmou.
"Sim, Collin contou. Nós temos Pride, Sheer e Proud, Pequeno Valiant, vai tirar isso de letra." Ela disse com um sorriso, Violet pensou no nome.
"Foi papai que escolheu?"
"Não, mas se há um neto que deveria ter o nome dele é o seu." Daisy disse.
Pequeno Valiant. Ou Valiant, o neto. Era um nome incrível e sim, seu pai ficaria feliz.
"Eu gostei. Obrigada. Muito obrigada, eu te amo." Violet puxou a mão de sua irmã e lhe cheirou a mão.
Daisy piscou, mas como ela deixaria que lhe dessem uma paulada na cabeça antes de chorar por emoção, ela desviou o olhar.
"Alguma idéia do que Candid esconde?" Violet mudou o assunto.
"Eu não faço a mínima idéia." Disse olhando para Ann Sophie mostrando que não acreditava que ela estivesse dormindo. Violet ficou um pouco em silêncio contando as respirações dela e chegou a conclusão de que se ela estivesse fingindo, ela era muito boa.
"Eu vi uma coisa estranha hoje." Violet começou.
"Estamos na Reserva, Vi. Sempre há algo estranho aqui."
"O quarto em que Collin me colocou quando eu fui lá, era um quarto infantil. Muito bem decorado."
"Acha que Collin e Lunna estão com planos de ter um filhote? Já?" Daisy perguntou bem surpresa.
Não era isso o que Violet pensou. Aquela casa era de Candid. E Candid não tinha por que ter um quarto infantil.
Daisy apertou os olhos e depois ergueu as sobrancelhas, entendendo onde Violet queria chegar.
"Candid é um demônio!" Ela disse.
"Não, na verdade ele é o capeta, demônio é o Sim." Violet a corrigiu.
"Não. Sim não é um demônio, Candid é." Daisy disse e fechou os olhos.
Violet também fechou os olhos dela, afinal ela tinha de repousar.

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Ficción GeneralQue tal não dizer os protagonistas dessa história? Talvez ir escrevendo e deixar que eles assumam o protagonismo? Ou deixar vocês escolherem? Bom, essa é a proposta dessa história. Eu tenho dois personagens os quais /adoraria escrever, mas vou deix...