Capítulo 35

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Pov Autora

— O que está te afligindo? — o homem de pele morena pergunta, acariciando os cabelos de Emma.

— Tantas coisas, você nem imagina — ela suspira e se aconchega nos carinhos.

— Por que você nunca me conta o que são?

— Porque é melhor assim — ela se desvencilha dos braços do homem e sai da cama.

— Ei, espera — ele se levanta também — Me desculpe, eu sei que você não gosta de falar da sua vida pessoal e eu insisto demais — ele diz, abraçando-a delicadamente — Mas Emma, eu me importo com você — Emma respira fundo e fecha os olhos.

— Oliver, eu agradeço a sua preocupação, mas isso não deve acontecer entre nós, você sabe muito bem disso — Emma se solta do seu abraço e pega suas roupas no chão e começa a se vestir.

— Só quero que saiba que eu também posso ser seu amigo, além de ser usado para esquecer seus problemas — ele ri sem graça e veste suas roupas também — Desculpe por dizer isso — ele olha para Emma que já está totalmente vestida.

— Tudo bem, eu sei que você não falou por mal — ela suaviza sua expressão — Até mais — ela caminha até ele e dá um beijo na sua bochecha e sai em seguida.

— Até quando você vai aguentar guardar seus problemas? — ele fala e passa a mão nos seus cabelos.

Emma se sentia aliviada ao voltar para casa. Quando os problemas a sufocavam, ela sempre recorria a Oliver, um homem que se dizia aventureiro e desafiador. Há um ano eles mantinham uma relação sem envolvimento emocional, apenas noites de prazer para esquecer as dificuldades. Emma pensava que isso não daria certo e que alguém se apaixonaria, mas para sua sorte Oliver não demonstrava nenhum sentimento além de satisfazê-la e fazê-la rir, e claro, sem compartilhar informações pessoais.

— Filha, Ethan está lá em cima com Johnna — Elis interrompeu os pensamentos de Emma. Ela tinha chegado na casa da mãe há alguns minutos para buscar Ethan.

— Johnna está aqui? — Emma perguntou curiosa, ela não tinha visto o carro da irmã do lado de fora.

— Está sim, ela veio buscar algumas coisas dela que estão aqui — Elis disse sentando-se ao lado de Emma.

— Ela não está mais dormindo aqui?

— Ela disse que precisava de um tempo sozinha — Elis suspirou e fez força para se levantar.

— É bom para ela repensar suas atitudes sem sentido.

— Você sabe como sua irmã é — Elis disse já em pé — Eu tenho que ir resolver uns assuntos da empresa, até mais querida — ela deu um beijo na testa de Emma e saiu.

Emma decidiu ver onde Ethan estava e se levantou do sofá e subiu as escadas para o segundo andar. Ela chegou na porta do quarto de Ethan e abriu, mas não havia ninguém lá, então ela continuou sua busca. Ao chegar na porta do quarto de Johnna, que estava entreaberta, ela viu seu filho dormindo na cama da irmã. Emma entrou no quarto, que não estava bagunçado, apenas com várias caixas espalhadas. Não havia sinal de Johnna no quarto também.

— Eu adoro suas covinhas, meu amor — disse Emma, acariciando as bochechas dele.

— Ele é a cara da mãe — uma voz surpreendeu Emma, que se virou e viu Johnna segurando uma caixa.

— Quando você chegou? — perguntou Emma, acomodando-se na cama.

— Acabei de chegar — respondeu Johnna, entrando no quarto e colocando a caixa no chão junto com as outras — Como ele está se adaptando na nova escola? — Johnna perguntou, sentando-se na poltrona.

— Muito bem, a professora é realmente ótima no que faz — Emma olhou para Johnna, que estava atenta ao que ela dizia.

— Ele é um menino muito inteligente, vai aprender tudo com facilidade — disse Johnna, mudando de assunto. Depois disso, elas não falaram mais nada, apenas se olharam.

— Parece que somos duas desconhecidas, mas com lembranças — disse Johnna, tão baixo que Emma quase não ouviu.

— Isso não é culpa minha.

— Eu reconheço que também tenho culpa, Emma, mas não vou mudar o que penso — disse Johnna com firmeza, e Emma suspirou.

— Não quero discutir com você de novo, é melhor pararmos por aqui — Emma voltou a olhar seu filho dormindo na cama.

— Você até parece inocente, Emma — Johnna riu e fechou os olhos, ajeitando-se na poltrona. Emma a olhou com frieza.

— Nunca me fiz de inocente, Johnna.

— Pois é, né? — Johnna abriu os olhos para olhar Emma.

— Você não é melhor do que eu, é pior, Johnna — Johnna riu novamente — Você nem se arrepende do que faz.

— Está no nosso sangue, Emma, no sangue dos Myers Watson ser assassinos! — Essa palavra ecoou forte para Emma, que sentiu seu corpo arrepiar.

— Eu não sou assim, eu não sou igual a essa família maluca! — Emma elevou o tom de voz.

— Você também não é inocente, Emma. Veja só o que está fazendo com o pobre Rafael. Você está com ela e nem o dispensou — Johnna a encarou com raiva — E até sinto pena dela, sabe? Imagina quando ela descobrir o que você faz com aquele homem — Emma arqueou as sobrancelhas com as últimas palavras — O nome dele é Oliver, certo? — Emma ficou sem reação depois de ouvir tudo aquilo — Sinto pena dos dois, Emma.

— Como você sabe disso?

— Se você não sabe esconder seus planos, a culpa não é minha — Johnna levantou-se e foi até as caixas, empilhando uma sobre a outra — Tenho que levar essas caixas agora, foi bom falar com você, maninha. Nos vemos em alguns meses — disse, pegando uma das caixas.

— Como assim um mês? Você não vai estar na festa de aniversário do Ethan?

— Tenho assuntos importantes do trabalho para resolver.

— Johnna, você nunca faltou a uma festa de aniversário dele por causa do trabalho.

— Não vai fazer diferença nenhuma, Ethan terá outra coisa para se distrair. Ele nem vai perceber que não estarei lá.

— Não fala assim, Johnna. Ele vai sentir sua falta quando cantarmos parabéns. Você sempre o segura no colo nesse momento.

— Tenho que ir agora, Emma — Johnna saiu do quarto sem responder a Emma, que estava furiosa.

— Você passou dos limites dessa vez, Johnna. Não envolva o Ethan em nossos problemas! — gritou Emma, sem se importar em acordar Ethan.

Johnna tinha uma missão a cumprir no exterior, mas não por um mês, e sim por um ano. Ela não queria assustar sua família com essa notícia de ter que ficar um ano longe trabalhando, então disse que seria apenas um mês para tranquilizá-los. Seu coração doía por saber que não poderia estar na festa de aniversário de seu único sobrinho. Seu chefe a havia designado para uma missão na Itália o mais rápido possível.

— Johnna, como estão os preparativos para a sua viagem? — perguntou o chefe, sentado em sua cadeira.

— Está tudo bem — respondeu ela, suspirando — Chefe, eu sei que essa é uma ordem direta, mas eu gostaria de pelo menos poder ir à festa de aniversário do meu sobrinho antes de partir por um ano — Johnna foi sincera, nutrindo a esperança de estar presente.

— Johnna, lamento muito, mas não posso fazer isso. Você precisa partir para a Itália o mais rápido possível — disse o homem, e Johnna concordou em silêncio. Ao chegar em seu carro, ela chorou como se o amanhã não existisse. Justo agora que ela precisava proteger sua família de algo maior, seu chefe a enviava em uma missão. Por que justo agora? Ela se perguntava.

Ainda chorando, dirigiu pelas ruas escuras e molhadas pela chuva, acelerando ao máximo. Desejava causar algum acidente, qualquer coisa para evitar a viagem e não ter que enfrentar a reação de sua família, especialmente a do seu sobrinho. No entanto, nada aconteceu, e ela percebeu que aquele era o seu destino, que deveria encará-lo com coragem, como sempre fazia.

(...)

As coisas estão ficando complicadas 👀

Forever Us (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora