Capítulo 52

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Pov Emma

Desde pequena, meu pai sempre teve uma preocupação constante com a minha segurança, pelo simples motivo que ele fazia parte da máfia. Eu sempre soube que metade da minha família estava envolvida nesse mundo perigoso. Meu pai, pelo que eu sabia, não se envolvia muito. Foi meu tio Cristopher que assumiu o lugar do meu pai na segunda divisão. Meu pai não queria fazer parte disso, então criou uma regra que permitia trocar de lugar com alguém e se afastar do dinheiro sujo. No entanto, meu tio acabou assumindo o cargo, alegando que era o irmão de segunda divisão e que ele deveria ficar com a posição. Meu pai não concordava, mas acabou cedendo em partes.

Apesar de meu pai nunca ter desejado essa vida e ter feito de tudo para não se envolver, era inevitável. No entanto, ele sempre fez questão de me proteger e proteger Johnna, desse mundo obscuro. Eu não era o problema, na verdade, sempre fingi que nossa família não fazia parte dessa grande máfia. Mas Johnna era diferente. Ela era uma menina doce, sempre aberta a conhecer novas pessoas e fazer novas amizades. No entanto, um dia tudo mudou. Ela voltou para casa com um olhar diferente, uma atitude fria que nem ela mesma conseguia explicar. Ninguém sabe o que aconteceu naquele dia, pelo menos eu não sei. Desde então, ela se tornou minha grande protetora, assumindo o papel que antes era do meu pai. Ela nunca permitia que nenhum menino se aproximasse de mim na escola e sempre dava um jeito de lidar com aqueles que me intimidavam no colegial, mesmo eu pedindo para ela não fazer nada.

Johnna se afastou de mim durante toda a sua adolescência, mas mesmo assim, ela nunca deixou de me proteger. Ela sempre dizia que era uma missão, uma missão que eu não compreendia totalmente. Talvez tenha sido algo relacionado ao dia em que ela se tornou fria, mas eu nunca questionei. Afinal, o pouco de amor que eu tinha da minha irmã vinha através do seu cuidado e proteção. Se zelar por mim era a maneira dela demonstrar amor, quem seria eu para impedi-la?

Nós costumávamos morar na Rússia, mas depois que descobriram que meu pai fazia parte da máfia italiana, começamos a ser perseguidos por homens que queriam nos matar. Foi então que decidimos nos mudar para os Estados Unidos, em busca de uma vida nova e diferente.

Devido à proteção constante de Johnna, eu nunca me importei muito com relacionamentos sérios e nunca tive um de verdade. No colegial, eu beijava alguns garotos e até algumas garotas, mas nada sério. No entanto, tudo mudou quando conheci Jenna. Ela quebrou todas as minhas barreiras e mostrou que seria alguém marcante em minha vida, e realmente foi. Ela me levou a ultrapassar as palavras do meu pai, que sempre seguiu as leis do meu avô, incluindo a crença de que "sexo só depois do casamento" e outras regras. Meu pai acreditava que isso era para me proteger de pessoas mal-intencionadas. Eu deveria ter seguido suas palavras em partes, mas acabei engravidando, engravidando do homem da minha vida, Ethan, meu filho único. Não sei quem eu seria hoje sem ele, meu menino que me ajudou a superar todos os obstáculos difíceis. Claro, há momentos difíceis, como quando ele fica doente. Ele não costumava ficar doente com frequência, mas quando acontecia, era terrível para mim. Era como se eu fosse perdê-lo, e eu ficava doente junto com ele. Eu chorava e não conseguia ajudar, porque era mãe de primeira viagem. Sempre que via meu filho doente, sentia como se estivesse sentindo sua dor. Mas eu tinha minha mãe, ela sempre sabia o que fazer e me acalmava, me guiava para fazer a coisa certa. Graças a ela, hoje consigo lidar com algumas coisas em relação a ele, mas lidar com a dor quando ele está doente é sempre a mesma coisa, e acho que isso nunca vai mudar. Quando decidi morar sozinha com ele, tive que aprender a me virar, porque sabia que não teria minha mãe sempre ao meu lado.

É por isso que digo, em partes, que deveria ter seguido as palavras do meu pai. Se tivesse seguido, não teria meu filho, mas também não teria conhecido Jenna, que foi uma grande dor na minha vida. Dói muito pensar nela, dói saber que não consigo me relacionar com mais ninguém, pois minha mente sempre me leva de volta a ela, sempre comparando outras pessoas a ela. Isso é frustrante, porque realmente gostaria de seguir em frente. Agora percebo que nunca vamos dar certo, mesmo que tentemos, porque já tentamos e não deu certo. Talvez seja hora de seguir em frente de verdade e deixar que o tempo traga as coisas certas, porque, sinceramente, estou cansada de tentar fazer tudo dar certo e sempre dar errado. Decidi que vou seguir em frente.

Forever Us (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora