Capítulo 10

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O aniversário é meu, mas o presente é de vocês boa leitura pessoal. 🥳

Pov Johnna

Ao chegar em casa, exausta após uma noite inteira sem dormir, meu corpo implorava por um merecido descanso. Estacionei o carro na garagem e, entrei em casa. Coloquei minha arma na mesinha da sala, como de costume. Sentada no sofá, ouvi um barulho vindo da escada e me levantei para verificar.

— Ei, você está bem? — perguntei ao me aproximar dela, reconhecendo que era Naomi — Puta merda, você é sonâmbula — comentei, observando-a se movimentar em direção à sala — O que se faz com uma pessoa em estado de sonambulismo? Talvez eu deva deixá-la vagando — pensei em voz alta.

Tentei acordá-la, mas não obtive resposta. Decidi, então, deixá-la vagando enquanto pensava no que fazer. Enquanto Naomi se sentava no sofá, fui até meu quarto pegar um cobertor para ela. Ao retornar para a sala, percebi que ela não estava mais lá. Comecei a procurá-la pela casa, cada vez mais preocupada.

— Para onde ela foi? — questionei, vendo uma luz na cozinha. Fui verificar e encontrei Naomi de costas. Ao me aproximar, ela se virou assustada.

— Que susto! — exclamou, colocando a mão no peito.

— Desculpe, não era minha intenção assustá-la — respondi.

— Eu só vim beber um pouco de água — explicou.

— Beber aí sonâmbula — ri da situação.

— Oh, me desculpe. Não tenho controle sobre isso — disse ela.

— Tudo bem, volte a dormir — falei, saindo da cozinha em direção ao sofá, onde me deitei. Sentindo meu corpo relaxar, fechei lentamente os olhos e me entreguei ao sono.

De repente, algo começou a mexer em meu corpo, causando-me um susto profundo. Mantendo a calma, segurei os pulsos da pessoa e a joguei no sofá. Para o meu alívio, era apenas Naomi.

— Você está querendo me matar de susto hoje — brinque reconhecendo sua voz ao abrir os olhos com mais clareza.

— Desculpe, eu só queria colocar esse cobertor em você —  explicou, olhando para o chão.

— Certo — respondi, percebendo que ainda segurava seus pulsos. Soltei-os e a observei levantar-se.

— Deixe-me ver — disse eu, mas ela continuou andando em direção à escada — Naomi, espera — chamei e fui atrás dela — Você não está me ouvindo — falei com a voz mais rouca do que o normal.

— Diga logo o que foi, estou com sono — ela respondeu, passando as mãos nos olhos.

— E você acha que eu também não estou? Não durmo desde ontem à noite, e ainda estou aqui perdendo meu tempo com você — falei com a voz um pouco alterada, talvez mais do que necessário.

— Me solta, sua grossa — ela retrucou.

— Pare com essa birra e deixe-me ver seus pulsos — falei, e ela me deu um chute no meu "amiguinho" lá embaixo. Eu a soltei imediatamente e caí no chão.

— Você está bem? — ela perguntou, olhando para mim com preocupação. Eu coloquei a mão na boca porque comecei a chorar — Por que você está chorando? Oh meu Deus, o que eu fiz! — ela falou desesperada, também começando a chorar.

— Por que você está chorando? — perguntei quase sem voz.

— Eu não sei — eu ri em meio à tanta dor.

— O que está acontecendo aqui? — olhei para a escada e vi Emma nos olhando.

— Sua amiga foi um pouco grossa e me chutou — expliquei.

— Eu? Você é quem foi, que sabe fica ai sentido dor, é bom que não passe mais — ela respondeu e subiu as escadas. Eu comecei a rir.

— O que aconteceu aqui? — Emma tentava ainda entender o que acabara de acontecer.

— Já disse, ela me chutou e pior, bem lá embaixo — expliquei.

— Como se ela soubesse, você que procurou, tenho certeza. Naomi não faria isso se você não tivesse feito algo — Emma defendeu.

— É isso então? Vai ficar do lado dela? Emma, eu sou sua irmã! — argumentei.

— Pare com isso, Johnna, e levante-se daí — Emma ordenou.

— Menina mimada, cheia de birras —  resmunguei.

— Você é que está com birra aqui — ela retrucou.

Emma subiu para seu quarto novamente, e eu fui até a sala pegar minhas coisas antes de ir para o meu quarto. Assim que cheguei lá, tomei um banho e tentei dormir. No entanto, mesmo estando com sono, não conseguia adormecer. O silêncio em meu quarto era ensurdecedor, e a madrugada se arrastava solitária, esperando pelo nascer do sol. Tentei não pensar no que havia acontecido algumas horas atrás, mas foi em vão.

— Que droga — murmurei, enquanto esperava as horas passarem até o amanhecer.

Desci as escadas e vi os amigos de Emma na sala. Olhei para cada um deles, mas meu olhar parou em Naomi. Ela estava vestida com calça de moletom preta, uma blusa preta e tênis também pretos. Eu tentava ignorá-la, mas suas roupas escuras e sua expressão fechada chamavam minha atenção. Emma sempre trazia um grupo de amigos para casa, mas Naomi me incomodava, e eu não sabia o porquê. No entanto, quando Emma me apresentou seus amigos, fingi que me importava. Foi nesse momento que me deparei com Naomi e seus olhos furiosos. Ela parecia minha irmã mais nova, só que com menos paciência e mais preto no guarda-roupa. Definitivamente, Naomi não era alguém com quem eu gostaria de me envolver, mas não pude deixar de admirar sua beleza.

— Bom dia, gente — cumprimentei, dando um beijo na testa de Emma.

— Johnna, estou querendo umas dicas de miragem — Lucy falou.

— Passa aqui no sábado, vai ter um torneio. Se quiser ir, é só estar aqui às 4h da manhã — respondi.

— Já é — ela concordou.

— Sério mesmo que vocês vão acordar às 4h da manhã para um torneio? — Osmar questionou.

— Esse é um dos melhores horários para um treinamento de tiro — ela  explicou.

— Errada, Lucy. São três da manhã— corrigi.

— Lucy, me leva em um role desses qualquer dia — Osmar pediu.

— Vamos com a gente no sábado —  Lucy sugeriu.

— Tá falando sério? — ele perguntou surpreso.

— E quando que eu não estou? — respondeu.

— Sempre — Emma revirou os olhos, e todos rimos.

— Vamos, estamos atrasados —  Hunter apressou, pegando sua bolsa — Que tal uma corrida? — ele sugeriu, caminhando em direção à sua moto.

— Você está de moto, Hunter. Isso é jogo baixo! — brinquei, pegando a chave do meu carro.

Emma e Naomi se sentaram no banco de trás, e eu liguei o carro. Seguimos para uma rua com pouco tráfego. Hunter parou ao meu lado e me olhou. Em seguida, colocou o capacete.

— Johnna, por que você está nessa rua? — Emma perguntou.

Não respondi, apenas pisei fundo no acelerador. Hunter saiu na frente, e eu o segui de perto. Em menos de um minuto, consegui ultrapassá-lo. Ele tinha uma ótima moto e poderia até me vencer se estivesse na minha frente. Ele tentou me ultrapassar de todas as maneiras, mas eu sempre o bloqueava. O resultado foi que eu ganhei.

— Trapaceou, Johnna! — Hunter disse, irritado. Eu ri.

— Você está de moto. Se eu não fizesse isso, você ganharia de mim — justifiquei.

— Eu vou te matar, Johnna — Emma estava com uma expressão de desespero e raiva.

— Juro que nunca mais vou andar de carro ou qualquer outra coisa com você — Naomi falou, saindo do carro com uma expressão de raiva no rosto.

Eu não queria que Lucy também me desse uma bronca, então decidi ir para casa e tentar descansar.

(...)

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