Capítulo 50

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Pov Emma

Como é possível que minha vida tenha virado de cabeça para baixo em apenas uma semana? Mas eu deveria ter percebido que quando as coisas estão indo muito bem, é um sinal de que não vão permanecer assim para sempre.

Em apenas sete dias, Ethan foi sequestrado, Jenna perdeu a paciência e exigiu a carta de direitos para incluir o sobrenome dela em Ethan, e a partir desse momento, tudo mudou entre nós. Todas as minhas mensagens foram ignoradas, inclusive em relação ao pedido da carta, ela me instruiu a resolver com seu advogado. Não tive a oportunidade de discutir o que estava acontecendo; ela simplesmente agiu como se eu não existisse. Por quê? O motivo me escapava, eu desejava uma resposta, ansiava por ouvi-la, mas parece que não será possível, pois mesmo agora, cara a cara, trocando poucas palavras, ela não demonstra disposição para me contar o que está acontecendo.

Agora estou aqui com meu filho no colo, segurando uma bolsa em um dos braços. Após a audiência, meu advogado me apresentou os termos da guarda de Ethan, que agora será compartilhada. Ethan passará uma semana com Jenna a cada início de mês, e isso não é necessariamente ruim. Tenho confiança de que Jenna jamais fará mal a ele. A única preocupação é como Ethan reagirá quando estiver com ela, já que só tive coragem de revelar que Jenna é sua mãe no dia anterior, pois ele teria que ficar com ela no dia seguinte. Reconheço que fui um pouco dura com Jenna nesse aspecto, mas simplesmente não consegui abordar o assunto com Ethan. No entanto, acredito que Ethan se dará bem com ela.

— Não se esqueça de dar os remédios a ele, e se tiver alguma dúvida, por favor, me ligue — eu disse assim que ela pegou Ethan do meu colo e entregou a mochila dele para o segurança que o acompanhava.

— Não vou esquecer — ela respondeu, olhando para Ethan e sorrindo para ele. — Diga tchau para sua mamãe, Ethan — ela disse, e ele me olhou com uma expressão que parecia implorar "vem também, mamãe". Sorri para ele e me aproximei, dando um beijo em sua testa.

— Tchau, mamãe. Eu te amo — suas palavras encheram meu coração de alegria.

— Tchau, meu amor. Mamãe também te ama — respondi, e com isso, Jenna acenou com a cabeça e seguiu em direção ao carro, partindo.

Durante os primeiros dois meses, um especialista estaria presente para acompanhar todas as vezes em que Jenna viesse buscar e trazer Ethan, garantindo que ele se adaptasse bem e que Jenna cumprisse os prazos para trazê-lo de volta à minha casa.

Agora me encontro perdida em meu escritório. Já assinei vários documentos e os revisei, mas Ethan continua ocupando meus pensamentos. Gostaria de saber como estão e o que está acontecendo, mas compreendo que isso não será possível, pois Jenna não me ligaria diretamente e, se o fizesse, seu segurança atenderia a ligação. Ela me informou que seu segurança seria responsável por todas as comunicações, o que significa que não poderei ouvir a voz dela nem obter informações diretamente sobre o andamento das coisas.

Deveria ter desistido de tentar entender Jenna há muito tempo, mas não consigo simplesmente ignorar a possibilidade de sentir algo por ela.

Entretanto, não quero pensar nisso agora. Tenho responsabilidades a cumprir no trabalho e devo me concentrar nisso. As horas se arrastaram, mas finalmente estou em casa, sentindo um vazio imenso. Estar sozinha em casa, quando normalmente Ethan estaria aqui comigo, contando sobre seu dia e compartilhando coisas aleatórias que adoro ouvir, é desolador. Quando ele começa a falar francês com sua voz adorável, meu coração se derrete. Mas agora preciso me acostumar com sua ausência, pois será apenas uma semana e a ideia de vê-lo apenas uma semana por mês me entristece profundamente. Preciso aprender a lidar com essa falta, com essa nova realidade.

Estava tão absorta em meus pensamentos que não ouvi a campainha tocar. Levantei-me e fui atender, deparando-me com Rafael, carregando uma mochila nas costas e vestindo um sobretudo cinza sobre seu terno também cinza.

— Emma, está tudo bem? — ele me olhou, analisando-me por completo, e eu apenas lhe ofereci um sorriso fraco.

— Ele não está aqui, se veio vê-lo — informei. Rafael arqueou a sobrancelha.

— Como assim? O que aconteceu?

— Vem, vamos entrar — convidei, fechando a porta. — Vou te contar tudo desde o início.

— Emma, sinto muito — ele expressou após ouvir toda a história.

— Não se preocupe, eu poderia vê-lo apenas uma semana por mês. Só sinto falta dele aqui comigo todas as noites.

— Não se preocupe, se você me permitir, posso passar a noite aqui com você.

— Rafael, você está cansado, acabou de voltar de viagem. Deveria descansar, não ficar cuidando de mim.

— Hey, não fale assim. Não estou cansado.

— Se você diz.

— Dê-me alguns minutos, vou para casa, tomar um banho e volto.

Rafael não demorou a retornar e tornou minha noite um pouco mais leve. Ele compartilhou sobre sua viagem de negócios e depois assistimos a um filme, conversamos mais do que assistimos, e finalmente fomos dormir. Teimoso como é, Rafael optou por dormir no sofá, apesar de eu insistir para que ele dormisse no meu quarto, em um colchão ao meu lado. Ele argumentou que não queria invadir minha privacidade, que apenas precisava de um cobertor e um travesseiro. Atendi ao seu pedido e assim nossa noite chegou ao fim.

(...)

Postar outro hoje ainda não tenho certeza 😃

Forever Us (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora