Capítulo 6

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Pov Autora

Jenna persistiu em levar Emma para casa, mesmo com a resistência de Emma, que argumentava que poderia resolver a situação com a irmã mais tarde. Determinada, Jenna afirmou que não deixaria Emma sozinha naquela situação e a levou consigo, seguindo em frente com sua missão.

— Obrigada — disse Emma e abriu a porta do carro.

— Por nada, me dá um beijinho? — disse Jenna com a voz manhosa.

— Você é mesmo maluca, e eu não vou beijar você aqui.

— Só um selinho então — Emma riu e deu um selinho em Jenna.

De longe, Johnna, a irmã mais velha de Emma, e seu pai observavam Emma e Jenna com um olhar desaprovador.

— Vocês dois podem parar com isso? — falou Elis, a mãe de Emma, calmamente enquanto tomava seu whisky.

— Eu vou lá — disse Johnna com firmeza.

— Não, deixe-as em paz — respondeu Elis.

— Eu concordo com nossa filha, Johnna. Vamos — acrescentou Anthony, pai de Emma.

— Voltem aqui, vocês dois, agora! — ecoou a voz de Elis, mas os dois não ouviram enquanto saíam da casa, apenas para verem as duas mulheres se abraçando.

— Pai? — disse Emma, separando-se rapidamente de Jenna assim que viu seu pai ao lado de sua irmã.

— Emma, eu já vou indo — disse Jenna mais baixo que o normal.

— Filha, sua mãe trouxe um presente para você, vai lá — disse Anthony e Emma, deu uma última olhada em Jenna e saindo. Jenna se virou para abrir a porta do carro quando ouviu uma voz firme e grave falar.

— Tinha que ser logo uma Ortega — disse Johnna e riu. Jenna se virou para encarar Johnna.

— O que você quer dizer com isso, Johnna? — perguntou Jenna, com sua voz carregada de desafio. Johnna suspirou profundamente, sentindo a tensão no ar.

— Eu não quero dizer nada com isso, Jenna. Só estou tentando entender como a Emma pode ser tão ingênua em acreditar que nossa família vai aceitar o relacionamento de vocês.

— E por que não aceitariam? — retrucou Jenna, sua voz subindo de tom.

— Porque é contra nossa moral e nossos valores, Jenna. Você sabe disso tão bem quanto eu — disse Johnna. Jenna balançou a cabeça, sentindo uma mistura de tristeza e descrença.

— Eu acho bom você ficar longe da minha filha.

— Por quê?

— Digamos que seu pai não gosta de mim e eu também não gosto dele, então para nosso bem é melhor cada um ficar no seu canto — disse Antony. Ela sabia que o passado de seus pais ainda causava conflitos, mas não podia negar a atração que sentia pela jovem. Decidiu que não desistiria facilmente e faria o possível para conquistar a confiança de seu pai.

— Eu não tenho nada a ver com isso — disse Jenna, olhando para o pai de Emma com respeito, reconhecendo que as diferenças do passado eram profundas e que seria difícil superá-las. Ela sabia que o pai de Emma era protetor e não aceitaria facilmente um relacionamento com alguém em quem não confiava. Jenna entrou no carro e deu partida, deixando-os para trás. Eles ficaram ali, pensativos, observando o carro se afastar. Sabiam que Jenna estava certa, mas ainda assim, sentiam uma pontada de preocupação em relação ao futuro de Emma e Jenna juntas.

— Eu deveria ter quebrado ela na porrada, pai — disse Johnna, dominada pela raiva ao lembrar de Vince.

— Vai com calma, filha. Ela me parecia ser uma pessoa boa — respondeu seu pai.

— Mas é uma Ortega, filha daquele otário do Vince.

— Sabemos que Vince não vale nada, mas não ceda ao ódio. Não podemos culpar seus filhos pelos erros de seus pais.

— Não quero mais saber dessa conversa, pai — disse Johnna, entrando em casa e vendo Emma conversando com sua mãe.

— Você me disse que voltaria cedo, Emma — disse Johnna para Emma.

— Eu enviei uma mensagem e liguei para você, Johnna, mas você não me respondeu.

— Meu celular estava em modo silencioso — coçou a cabeça e desviou o olhar de Emma.

— Então não me culpe.

— Chega as duas! Emma, isso não deve mais acontecer, certo, filha?

— Sim, pai.

— Ótimo.

Por outro lado, Jenna trabalhava incansavelmente, querendo ocupar sua mente. Ela não queria pensar na separação de seus pais e nas palavras que seu pai havia dito durante o jantar. Repetia mentalmente as mesmas palavras reconfortantes de sua mãe, tentando convencer-se de que tudo ficaria bem, mas a sensação de incerteza a atormentava. Por isso, dedicava-se ainda mais às suas atividades, trabalhando sem descanso para evitar que a tristeza a dominasse.

Enquanto organizava os papéis na mesa, recordou-se de como seu pai havia sido rude com sua mãe e de como as coisas haviam mudado drasticamente desde então. Era difícil para ela aceitar que a família que conhecia estava se desfazendo, mas Jenna sabia que precisava ser forte e seguir em frente.

Respirou fundo e concentrou-se novamente em seu trabalho, determinada a não permitir que as palavras de seu pai a abalassem. Ciente de que o caminho à frente seria desafiador, estava decidida a superar os obstáculos e encontrar uma maneira de lidar com as mudanças iminentes.

Além disso, havia outro problema que não saía de sua mente: Emma. Uma semana havia se passado desde a conversa com o pai de Emma, e elas continuavam se encontrando. Jenna estava cada vez mais envolvida. Passava o tempo todo pensando em Emma, imaginando como seria estar ao lado dela, acariciar sua pele macia e sentir seu perfume doce. No entanto, ela também questionava se tudo aquilo era correto, se deveria realmente se envolver com outra mulher. Jenna nunca havia experimentado esses sentimentos antes, e a novidade a assustava um pouco.

Jenna sentia-se dividida entre seus sentimentos por Emma e o medo de se machucar ainda mais emocionalmente. Sabia que estava se apaixonando, mas ao mesmo tempo temia entregar-se completamente a esse sentimento e acabar se ferindo ainda mais. Como isso havia acontecido em tão pouco tempo, ela se perguntava.

Embora tentasse evitar, não conseguia deixar de pensar em Emma e em como ela a fazia sentir. Suas conversas, sorrisos e olhares mexiam com Jenna de uma maneira inexplicável.

Questionava-se se valeria a pena arriscar seu coração novamente, especialmente em um momento tão delicado, com sua família se separando. Por outro lado, a ideia de se afastar de Emma também era assustadora, pois significaria abrir mão de algo que desejava tanto.

Jenna estava perdida em seus pensamentos, sem saber o que fazer. Precisava tomar uma decisão, mas sabia que qualquer escolha que fizesse seria dolorosa de alguma forma.

— Jenna, aqui estão os papéis que você pediu — disse Ally, sentada no sofá em frente à mesa de Jenna — Você tem certeza de que vai fazer isso?

— Tenho sim, Ally — respondeu Jenna, olhando para ela. Segurou firmemente os papéis em suas mãos, sentindo a importância da decisão que havia tomado. Sabia que enfrentaria uma batalha difícil, mas não podia permitir que aquele homem tivesse qualquer influência em suas empresas. Ally a alertou sobre as possíveis consequências, mas Jenna estava determinada a seguir em frente e proteger seu legado a todo custo.

Ela tinha plena consciência de que o caminho à frente seria desafiador e talvez até doloroso, mas não podia mais permitir que sua integridade e a reputação de suas empresas fossem comprometidas. Estava disposta a lutar pelo que acreditava, mesmo que isso significasse enfrentar oposição e resistência. Jenna confiava em suas habilidades e em sua capacidade de liderança, e faria tudo o que fosse necessário para garantir que suas empresas continuassem a prosperar. Com os papéis em mãos e a coragem em seu coração, Jenna estava pronta para enfrentar o que viesse pela frente e proteger sua empresa a todo custo.

Enquanto caminhava pelo corredor, Jenna avistou Emma conversando com Hunter. Por um momento, pensou em seguir em frente e continuar seu caminho, mas algo a fez parar e observar a cena por mais tempo do que o necessário. Observou o sorriso de Emma e a animação de Hunter. Uma sensação estranha se apoderou dela, uma mistura de ciúme e tristeza. Sabia que não tinha o direito de sentir-se assim, mas não conseguia controlar suas emoções. Enquanto Emma e Hunter conversavam animadamente sobre a possibilidade de ele conhecer alguém novo, Jenna se afastou lentamente, tentando disfarçar o turbilhão de sentimentos que passavam por sua mente. Sabia que precisava colocar suas emoções em ordem antes de tomar qualquer decisão precipitada.

Ao sair da sala, Jenna respirou fundo e tentou acalmar-se. Sabia que não podia interferir na vida de Emma, mas não conseguia evitar a sensação de que algo estava errado. Questionou-se se deveria falar com Emma sobre seus sentimentos, mas decidiu que seria melhor manter tudo para si mesma, pelo menos por enquanto.

— É isso aí, vamos — disse Emma, levantando-se. Jenna apenas seguiu seu caminho, e Emma e Hunter começaram a caminhar em direção à saída também.

— Boa tarde, Sra. Jenna —disseram Emma e Hunter ao mesmo tempo.

— Como você está? — perguntou Emma, e Jenna respirou fundo.

— Estou bem, Emma, e você?

— Estou bem também.

— Bom, eu já vou indo — disse Jenna, desejando apenas chegar em casa e refletir melhor.

— Por que você está estranha comigo?

— Não estou, é apenas impressão sua.

— Você não sabe mentir.

— Só que eu venho percebendo que eu e você nunca vamos dar certo.

— O que? Por quê?

— Olha, Emma, seu pai não gosta de mim, nem sua irmã, e acho que sua família inteira. Além disso, acho que não deveríamos ter nos envolvido.

Emma ficou em silêncio, processando as palavras de Jenna. Sabia que sua família não tinha uma grande afinidade com a de Jenna, mas não imaginava que isso fosse um problema para ela.

— Você está se deixando influenciar pela opinião dos outros? — perguntou Emma, tentando entender a situação. Jenna suspirou antes de responder.

— Não é isso, Emma. Eu gosto muito de você, mas acho que essa situação está ficando complicada demais. Não quero que você se machuque por minha causa — Emma olhou nos olhos de Jenna e viu a tristeza estampada em seu rosto

— Não se preocupe comigo, Jenna. Eu sei o que quero e o que sinto. E se você também sente o mesmo, não vamos deixar a opinião dos outros nos afetar — Jenna ficou em silêncio por um momento, pensando nas palavras de Emma.

— Emma, minha vida anda tão confusa ultimamente. É difícil lidar com a desaprovação e a falta de amor do meu pai em relação a mim e meus irmãos. Não quero ser como ele, quero ser uma pessoa totalmente diferente. Preciso encontrar paz e estabilidade em minha vida antes de me envolver com alguém, e não estou pensando em ter filhos no momento. Sinto que preciso de um tempo para cuidar de mim mesma e superar esses problemas.

Jenna sentiu um misto de alívio e tristeza ao abraçar Emma. Sabia que não era fácil para nenhuma das duas encerrar o pequeno envolvimento, mas era o melhor a ser feito diante das circunstâncias. Agradeceu a Emma pelo tempo que passaram juntas e prometeu que sempre seria sua amiga. Emma concordou com um sorriso triste, e as duas se despediram, cada uma seguindo seu próprio caminho. Jenna sabia que seria difícil superar o fim do que tiveram, mas estava determinada a seguir em frente de qualquer maneira.

(...)

Foi muita informação por um capítulo só né? 🤡

Forever Us (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora