Capítulo 11

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Pov Jenna

Eu nunca imaginei que meu pai estivesse falando sério quando disse que minha felicidade iria acabar, mas infelizmente ele estava certo.

— Jenna, os números estão diminuindo rapidamente — disse Ally, enquanto eu mordia meus lábios de raiva.

— Eu só queria poder acabar com esse cara com as minhas próprias mãos — falei, levantando-me.

— Jenna, vamos manter a calma e não deixar que esses números caiam ainda mais.

— Você está certa.

— Vamos trabalhar juntas para reverter essa situação.

Eu não conseguia mais me concentrar no trabalho, então decidi voltar para casa. E o que eu fiz? Enchi a cara de bebida.

Beber se tornou o meu escape quando as coisas ficam difíceis demais, mesmo sabendo que esse vício só me leva para o fundo do poço. Eu sempre tento não ser um fardo para os outros, mas acabo esquecendo que existem pessoas como Moosa, que se importam o suficiente para salvar a vida de alguém que simplesmente não sabe cuidar de si mesma.

Ir ao psicólogo é uma montanha-russa de emoções, mas eu tento manter a esperança de que um dia poderei superar tudo isso e deixar a bebida para trás. Apesar de todos os problemas, nunca imaginei que ficaria tão presa nesse vício destrutivo. Talvez seja hora de parar de culpar os outros e reconhecer que só depende de mim mudar minha vida. Sinto-me cada vez mais perdida, como se a garrafa de bebida fosse o único consolo que consigo encontrar. Mas sei que isso não pode continuar para sempre, senão serei apenas um fantasma preso em minha própria armadilha.

O celular vibrando no meu bolso me tirou dos meus pensamentos novamente. Atendi sem olhar quem era, mas era Moosa. Ele queria saber se eu estava bem. Eu me esforcei para parecer controlada, mas Moosa percebeu que algo estava errado. Ele falou sobre meu pai e eu quis desligar, mas não tive coragem. E foi aí que tentei me levantar e acabei derrubando uma garrafa de vodka, cortando-me no processo. Menti para Moosa sobre o barulho da garrafa, esperando que ele não desconfiasse de nada. No entanto, algo em sua voz me dizia que ele não estava deixando o assunto de lado.

Meus dedos tremiam enquanto eu tentava enrolar uma atadura em minha mão ferida. A visão dos cacos de vidro espalhados pelo chão me lembrava das peças quebradas da minha vida. Meu quarto era como uma caverna escura e silenciosa, onde eu tentava fugir da dor que me consumia.

O remédio parecia demorar uma eternidade para fazer efeito, enquanto eu aguardava ansiosamente pelo alívio. A dor pulsante em minha mão ferida me lembrava dos meus próprios erros e de como eu precisava me curar. O sono que me envolveu foi um escape temporário da realidade, mas eu sabia que as dores voltariam assim que eu acordasse.

— Jen, cheguei! — ouvi uma voz familiar e logo vi Moosa vindo em minha direção. Ele estava usando uma camisa social preta, uma regata branca por baixo e calçava um coturno preto.

— Como você está?

— Estou bem, Moosa.

— Tem certeza? — ele olhou para minha mão e eu suspirei. Ele foi até a cozinha e voltou com um kit de primeiros socorros — Vem aqui, deixa eu trocar isso — ele falou e sentou em frente a mim, começando a cuidar do ferimento — Pronto. Você está indo ao psicólogo?

— Sim — mentira, eu não estava indo.

— Certo. Vai para a empresa hoje?

— Não, vou trabalhar no meu escritório hoje.

— Jenna, você precisa descansar. Você só pensa em trabalho e mais trabalho. Quando é que você vai pensar em você? — ele alterou a voz e eu arqueei uma sobrancelha, começando a rir.

— Moosa, por que você é assim? Sempre querendo me proteger. Você não vê que eu não quero que você me proteja? Eu não entendo você. Você sabe que eu não tenho mais salvação! — falei tudo de uma vez, vendo as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Foi então que percebi que ele não era o único chorando ali.

— Onde você está indo? — falei, vendo ele se dirigir à porta — Moosa! Espera, me desculpe. Eu só estou confusa — falei, vendo ele se virar para mim e passar as costas da mão em seus olhos.

— Confusa? — ele riu — E eu? Você acha que eu também não estou? Eu estou no meio da sua confusão agora. Eu estou saindo. Eu tentei de verdade — ele colocou a mão no bolso e falou — Faça um favor para mim, ou melhor, faça um favor para você. Não me procure mais, finja que eu não existo. Você quer viver sozinha no mundo? Então faça isso e me esqueça.

(...)

Ah Moosa :(

Se der eu posto outro Capítulo ainda hoje mas eu não garanto nada

Forever Us (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora