Capítulo 31

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Pov Autora

Emma entrou na casa depois que Jenna abriu a porta para ela. Jenna estava usando uma camisa azul e branca do time canadense de hóquei, com uma folha de bordo azul no centro, e as mangas e ombros brancos com listras azuis nos punhos. Suas calças eram jeans e ela estava usando um tênis Air Force branco. Ela sorriu sinceramente para Emma e a convidou para entrar.

— Que bom que você veio - disse Jenna, olhando para Emma.

— Eu prometi que viria — respondeu Emma, sem entender por que Jenna tinha ligado para ela daquele jeito
— Você estava estranha na ligação — Emma tentou descobrir o que tinha acontecido com ela.

— Eu tinha tomado os remédios, eles me deixam sonolenta — Jenna falou.

— Isso não é bom, você deveria avisar os médicos.

— Eu não me sinto mal tomando eles, vem sentar aqui — Jenna foi para o sofá e Emma a seguiu, sentando ao lado dela.

— Jenna, por que você me ligou? — Emma perguntou, olhando nos olhos dela.

— Eu precisava te ver, Emma — Jenna disse, baixando o olhar.

— Por quê? O que está acontecendo com você? — Emma insistiu, tentando entender.

— Eu... eu não sei como te dizer isso, Emma. É difícil para mim — Jenna hesitou, mordendo o lábio.

— Dizer o quê, Jenna? Você pode confiar em mim — Emma disse, tentando ser gentil.

— Eu sei, Emma. E é por isso que eu tenho que te contar a verdade, sobre os meus sentimentos por você — Jenna disse, levantando o olhar e encarando Emma.

Emma sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Ela não esperava ouvir aquelas palavras de Jenna. Ela não sabia como reagir. Ficou sem palavras, olhando para Jenna com surpresa e confusão. Jenna viu a expressão de Emma e sentiu um aperto no peito. Ela temia que Emma a rejeitasse, que ficasse brava ou assustada com ela. Sabia que estava arriscando tudo, mas não podia mais esconder o que sentia.

— Emma, por favor, não me olhe assim. Eu sei que isso pode ser um choque para você, mas eu não posso mais mentir. Eu te amo, Emma — Jenna disse, com a voz trêmula.

Emma continuou em silêncio, tentando processar o que Jenna acabara de dizer. Não conseguia acreditar que Jenna estava apaixonada por ela.

— Jenna, eu... eu não sei o que dizer — Emma finalmente falou, com a voz baixa.

— Diga que você sente o mesmo por mim, Emma. Diga que você também me ama — Jenna pediu, se aproximando de Emma.

— Eu... também te amo — ela soltou um suspiro que nem sabia que estava segurando — Mas você sabe que não podemos ficar juntas, minha família jamais vai aceitar isso — uma lágrima escorreu discretamente pelo seu rosto.

— Emma, por favor, não diga isso. Não me machuque assim. Você é tudo para mim, e eu não vou suportar a dor de te perder de novo. Podemos superar isso juntas — Jenna também tinha lágrimas nos olhos.

— Johnna te mataria! — Emma falou com certo desespero, sabendo que sua irmã seria capaz desse ato.

— Emma, você já é dona da sua própria vida, por que se preocupa tanto com isso? — Jenna mordeu os lábios de frustração.

— Isso não importa, Johnna e meu pai são muito protetores e com motivos, eles têm medo de algo me acontecer.

— Eu jamais farei algo ruim com você.

— Jenna, eu não sei se estou pronta para isso, eu tenho um filho e tudo que faço é por ele, e ainda tem o Rafael, eu não quero criar falsas esperanças na cabeça dele — Emma respirou fundo ao lembrar do rapaz.

— Quem é esse Rafael? — Jenna perguntou com expressão confusa, e Emma suspirou.

— Um amigo.

— Amigo? — Jenna cruzou os braços e revirou os olhos.

— Ele se declarou para mim e eu achei que não tinha problema em dar uma chance a ele, até você aparecer na minha vida — Jenna mordeu o lábio inferior e fechou os olhos ao ouvir aquilo — Jenna, olha para mim? — Emma pediu, mas Jenna continuou de olhos fechados — Tudo bem, eu já vou embora — a mulher se levantou e caminhou até a porta.

— Você não vai se livrar de mim assim, Emma — Jenna finalmente abriu os olhos, mas não se moveu.

— Eu não estou tentando me livrar, você é que está agindo de forma infantil com tudo isso! — Emma elevou o tom de voz.

— E o que você esperava que eu fizesse? Você não pode simplesmente dizer a ele que está com outra pessoa?

— Eu não acredito que você está dizendo isso — Emma negou com a cabeça.

— O que diabos eu falei de errado? — Jenna se levantou e se aproximou de Emma.

— Sabe de uma coisa, eu vou embora — Emma se virou, mas Jenna segurou seu braço.

— E depois sou eu que estou agindo como uma criança — Jenna debochou — Você é tão linda — ela olhou nos olhos de Emma, afastou uma mecha solta de cabelo do seu rosto e a colocou atrás da orelha.

— Obrigada — Emma disse corando e baixando a cabeça, Jenna segurou seu queixo e a encarou por alguns segundos antes de juntar seus lábios, diminuindo a distância entre elas.

Mais uma vez, as borboletas no estômago. Um beijo suave, porém cheio de emoção, com uma sensação estranha que nenhuma das duas sabia definir, mas que era boa, mais do que boa. A intensidade com que suas línguas se tocavam causava arrepios em ambas, tornando o beijo cada vez mais profundo e explorando novos caminhos que seus corpos permitiam.

— Preciso ir agora — disse Emma, interrompendo o beijo.

— Tudo bem, quando posso te ver de novo? — perguntou Jenna.

— Não tenho certeza, mas você pode me ligar — respondeu Emma.

— Posso ligar sempre que quiser? — perguntou Jenna, com um tom manhoso na voz.

— Sim, sempre que quiser — respondeu Emma, sorrindo.

Pov Autora

Johnna ouviu um choro abafado vindo do corredor e logo reconheceu a origem. Ela se levantou da cama e caminhou até o quarto de seu sobrinho, acendendo as luzes e encontrando o menino sentado na cama com os olhos marejados.

— Tia Johnna — ele correu para os braços dela.

— O que aconteceu, meu amor? — Johnna o aconchegou no colo.

— Eu tive um pesadelo — ele se aninhou no pescoço de Johnna.

— Não se preocupe, meu pequeno, que tal dormir com a tia hoje? — ela sugeriu e saiu do quarto com ele.

— Eu quero mamadeira, tia — ele murmurou sonolento.

— Tudo bem, vou te deixar no meu quarto enquanto faço, tá? — o menino ergueu a cabeça e olhou para Johnna.

— Eu tenho medo, tia.

— Então você vai ficar sem mamadeira, é isso que você quer? — Johnna encarou Ethan, que balançou a cabeça negativamente — Então você vai ter que enfrentar o seu medo até eu voltar.

— Está bem — Johnna o deitou em sua cama e o cobriu com um edredom antes de ir para a cozinha.

Johnna preparou a mamadeira de Ethan enquanto mexia no celular. Um ruído de porta se abrindo chamou sua atenção, e ela viu Emma entrar na cozinha. Johnna a observou por alguns instantes antes de voltar a focar no celular.

Emma percebeu que Johnna estava preparando a mamadeira e ficou intrigada. Ela sabia que era para Ethan. O menino que só tomava mamadeira quando estava assustado, vendo TV ou chorando. Ela deixou o copo de água na pia e se aproximou de Johnna.

— O que aconteceu com o Ethan? — Emma perguntou, vendo Johnna olhar para ela.

— Ele teve um pesadelo — Johnna respondeu, terminando de misturar os ingredientes na mamadeira.

— Só isso? — Emma não se convenceu com a resposta.

— Sim, só isso — Johnna confirmou, saindo da cozinha em direção ao seu quarto, sem dar mais explicações. Emma suspirou e foi para o quarto dormir. Ela estava cansada de lidar com a teimosia de Johnna, que parecia cada vez mais fechada e distante.

Emma mal teve tempo de ver o sol nascer, pois tinha que chegar cedo ao trabalho para resolver questões importantes. Ela deixou seu filho pronto para a escola e arrumou as malas para voltar para sua casa. Ela não contou aos seus pais sobre sua decisão, mas não queria mais ficar na mesma casa que sua irmã. Achava que Johnna precisava de um tempo para se acalmar, e que sua presença só piorava as coisas. Por isso, resolveu arriscar voltar para sua casa, mesmo sabendo que teria que reforçar a segurança. Sabia que Johnna sempre estaria por perto, pois era sua irmã e tinha um instinto protetor muito forte, às vezes até demais.

— Bom dia, Sra. Myers — disse Laura, a secretária, ao entrar na sala de Emma com um envelope nas mãos.

— Bom dia, Laura. Você trouxe os documentos que eu pedi? — Emma perguntou.

— Sim, senhora. Aqui estão eles — ela entregou o envelope para Emma, que abriu rapidamente.

— Excelente trabalho, Laura — Emma elogiou, dando um leve sorriso ao terminar de ler.

— Muito obrigada, Sra. Myers.

— É uma pena que todos tenham que pagar pelo erro de um — Emma falou, recostando-se na cadeira e tirando os óculos.

— Bem, Sra. Myers, ainda há a questão da multa que os pais dos menores terão que pagar, que não está nesse documento, mas não se preocupe que eu já resolvi isso em outro papel. E sobre não estar no mesmo documento, foi uma decisão judicial, o juiz quis julgar logo o caso da professora que praticou bullying com seu filho — Laura explicou com firmeza, e Emma assentiu satisfeita.

— Certo, espero que não demore muito para eu ver aquela mulher na cadeia e aqueles garotos sofrendo as consequências do que fizeram com meu filho. E também que aquela escola seja fechada — Emma disse calmamente e fez um gesto para que Laura se retirasse.

(...)

🎶 Você pode me segurar em seus braços se eu te disser os meus sentimentos? Você pode me abraçar forte? Você pode me ajudar a sair daqui? Você pode me fazer sentir melhor? 🎶

Então eu já posso terminar o livro?

Forever Us (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora