Capítulo 40

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Pov Hunter

Sinto-me aprisionado em um pesadelo interminável, sem saber onde estou ou o que está acontecendo. Às vezes, consigo abrir os olhos por alguns instantes e vislumbro rostos de enfermeiros me injetando algo, antes de mergulhar novamente na escuridão. É assim que tem sido desde que cheguei a essa dimensão desconhecida para mim.

Pov Autora

Hunter abriu os olhos mais uma vez, esperando encontrar os mesmos rostos que lhe aplicavam as injeções. Gradualmente, sua visão foi se ajustando e ele pôde distinguir os olhos dos médicos. Um deles se aproximou e lhe aplicou a injeção antes de sair da sala. Hunter não resistiu e caiu novamente em um sono profundo.

— Por quanto tempo mais ele ficará em coma induzido? — Lucy perguntou a Kit, que estava disfarçado de enfermeiro ao seu lado.

— No máximo duas semanas. Se ninguém descobrir que estamos alterando seus medicamentos, ele acordará normalmente após esse período — Kit respondeu em voz baixa, verificando o soro.

— Como eles conseguiram entrar nesse hospital e aplicar esse soro em Hunter? — Lucy perguntou, ainda chocada, mesmo depois de semanas desde que descobriu que Richard havia ordenado seus capangas a realizar essa tarefa suja.

— É o Richard, Lucy. Ele deve ter subornado alguém na administração do hospital.

— Por que eles querem silenciar Hunter?

— Eles não querem apenas silenciá-lo, querem matá-lo. Parece que Hunter sabe demais. Ele é a chave para desvendar o caso do galpão 07 — Kit disse, retirando o termômetro que havia colocado sob o braço de Hunter para medir sua temperatura.

— E agora? — Lucy perguntou, após instalar quatro câmeras e sete escutas no quarto de Hunter.

— Ele vai se recuperar. Agora, vamos embora.

— Eu voltarei em breve para te tirar daqui, grandão — ela disse, olhando para Hunter, e saiu do quarto junto com Kit.

Os dois deixaram o hospital vestidos como enfermeiros, com máscaras no rosto e toucas na cabeça. Esse era o disfarce que haviam escolhido. Eles haviam trabalhado nisso por três dias. A missão era colocar escutas e câmeras no hospital e, o mais importante, alterar os medicamentos. Eles saíam em horários diferentes e se encontravam depois na garagem de Kit para planejar os próximos passos juntos.

— Você sabe que não precisa ir, né? — Kit disse a Johnna, que estava sentada no capô do carro segurando uma cerveja.

— Por favor, Kit, não fale sobre isso. — Johnna deu um gole em sua cerveja e suspirou.

— Johnna, desista desse plano louco. Isso não vai te levar a lugar nenhum. Você pode acabar presa. Vale a pena arriscar anos de estudo?

— Kit, você acha mesmo que eu sempre quis ser agente do FBI?

— Eu sei que você nunca quis isso. Mas você tem uma família, cara. Seu sobrinho te ama. Vai deixá-lo sozinho enquanto você está na prisão por anos?

— Ele não está sozinho, ele tem a mãe dele, a Emma.

— Nem você acredita no que está dizendo. — Kit riu e tomou um gole de sua cerveja.

— Eu não vou desistir agora.

— Você só pode estar louca, Johnna. Você está jogando fora o amor de sua família por vingança, uma vingança que nem é sua.

— Já chega, vocês dois. — Lucy interrompeu a discussão.

— Eu não vou mais me envolver, mas você está sendo egoísta. — Kit levantou do sofá e saiu da garagem. Johnna observou sua saída, mas não disse nada, apenas continuou bebendo sua cerveja.

— Como Jenna vai reagir quando descobrir a verdade? — Lucy mudou de assunto, tentando evitar conflitos. Johnna observou Lucy por um momento, pensando se deveria responder.

— Se fosse comigo, eu ficaria enlouquecida. — Johnna falou e suspirou, lembrando-se de algo semelhante que aconteceu com ela.

— É difícil imaginar. — Lucy riu discretamente e Johnna fez o mesmo.

— Pela primeira vez, eu teria medo de mim mesma. — Johnna olhou para Lucy, que estava prestando atenção em cada palavra.

— Não sei se Emma vai conseguir lidar com isso. — Lucy falou com apreensão, lembrando que estava conversando com Johnna, uma mulher que nunca aceitou a ideia de que seu sobrinho é filho da filha de seu maior inimigo.

— Eu preferia que as coisas permanecessem como estão. No entanto, Lucy, em breve eu vou deixar o país, e Emma, teimosa como sempre, não está mais na casa dos meus pais. Jenna será minha única opção para Me mante informada sobre Emma e Ethan. — Johnna falou calmamente, terminando sua cerveja e descendo do capô do carro.

— Como você vai obter essas informações com a ajuda de Jenna? — Lucy perguntou confusa. Johnna tirou o celular do bolso e procurou uma foto em sua galeria. Quando encontrou, mostrou para Lucy.

— Lucy, esses dois homens são algumas das minhas maiores armas. Eles fazem parte da Força de Elite e foram treinados para matar. Eu diria que são até piores do que eu. — Johnna riu.

— Nunca os vi antes.

— Josh e Noah. Esses são os nomes deles. É tudo o que você precisa saber por enquanto. Assim que eu estiver longe, você terá acesso a todas as informações necessárias para sua segurança e a de sua família — ela suspirou — Eu preciso ver Ethan, Lucy. — disse Johnna enquanto pegava as chaves do carro em sua bolsa.

— Vou logo atrás de você, vou chamar Kit. — respondeu Lucy. Johnna assentiu e dirigiu-se ao seu carro, destravou e entrou, saindo da garagem em seguida.

Três carros aceleraram na estrada. Desde que entrou para o FBI, Lucy desenvolveu um bom gosto para carros, pois sempre andava com Johnna, que é apaixonada por automóveis, e Kit, que também compartilha dessa paixão.

Ao chegarem na casa de Emma, estacionaram o carro em frente. Johnna foi até os seguranças e conversou com eles para saber como estavam as coisas por ali. Depois de uma longa conversa, ela se dirigiu à campainha, esperando encontrar Emma. No entanto, quem atendeu a porta foi Jenna, com Ethan dormindo em seu colo.

— Emma está lá em cima dormindo, ela teve um dia longo. — disse Jenna, dando espaço para que entrassem na casa.

— O que aconteceu? — perguntou Johnna.

— Ethan teve início de febre ontem à noite. Hoje o levamos ao médico, que receitou alguns medicamentos para ele. Emma não conseguiu dormir nem por um instante, preocupada com ele. Eu, Osmar e Naomi nos revezamos para acalmá-la e fazê-la dormir. — explicou Jenna, sentando-se no chão com as pernas cruzadas, ainda com Ethan no colo.

— Naomi e Osmar já foram? — perguntou Lucy.

— Eles estão na cozinha. — Jenna bocejou, observando Kit e Lucy se dirigirem à cozinha. Johnna permaneceu na sala, observando Jenna com Ethan no colo.

— Jenna, quais são suas verdadeiras intenções com Emma? — Johnna fez um esforço para não fazer essa pergunta, mas foi inevitável. Ela queria ter pelo menos a certeza de que Jenna tinha mudado.

— Como assim? — Jenna olhou para ela confusa.

— Eu sei que você quer voltar para Emma. Eu tentei não aceitar isso em minha cabeça, mas o que acontece é que você faz bem para ela e para Ethan também — Johnna respirou fundo depois de dizer tudo aquilo. Era difícil para ela admitir o que estava sentindo.

— Eu não sei se é isso que ela quer — Jenna falou, acariciando os cabelos de Ethan.

— Apenas me diga quais são suas intenções.

— Para ser sincera, eu me apeguei a Ethan, mesmo sabendo que Emma não iria querer nada comigo. Mas então eu me apaixonei por ela, de uma forma mais intensa do que antes. No fim das contas, eu só quero estar ao lado dela e de Ethan. Sinto algo tão forte por ele, e por que não ser a outra mãe dele? — Johnna respirou fundo naquele momento, pensando qual seria a reação de Jenna ao descobrir que também era mãe de Ethan.

— Só não machuque minha irmã nem meu sobrinho. Caso contrário, eu mesma acabo com você — Johnna disse calmamente, observando Jenna engolir em seco.

— Vou colocar Ethan no quarto — Jenna levantou-se e dirigiu-se às escadas. Ao chegar no quarto de Ethan, colocou-o em sua cama e saiu logo em seguida.

— Ele já dormiu? — uma voz pôde ser ouvida por Jenna quando ela passava em frente a um quarto. Ela parou no corredor e viu Emma sentada na cama. — Vem aqui — Emma chamou Jenna, que prontamente atendeu ao pedido.

— Sua irmã e Kit e Lucy estão aqui — Jenna disse, observando Emma coçar os olhos.

— Johnna fez algo com você? — Emma perguntou preocupada, e Jenna riu de sua preocupação.

— Não, ela apenas teve uma conversa comigo — Emma olhou para Jenna com curiosidade.

— Que conversa foi essa? Senta aqui — Emma convidou Jenna para sentar em sua cama, e ela prontamente o fez. — Me conta o que aconteceu.

— Você é curiosa, Emma — Jenna riu e negou com a cabeça. — Mas não foi nada com que você precise se preocupar.

— Não, Jenna, não vem com essa de ficar guardando segredos com a minha irmã. Eu quero saber agora! — Emma fez birra e arrancou uma risada de Jenna.

— Você quer mesmo saber? — Emma concordou com a cabeça. — Bem, sua irmã apenas me alertou, dizendo que tomaria medidas drásticas caso eu machucasse você ou o pequeno Ethan. Mas não se preocupe, está tudo bem.

— Estou surpresa, não pela ameaça em si, mas pela forma como ela reagiu. Ela normalmente partiria para a agressão ao invés de conversar. Eu conheço bem a irmã que tenho.

— No começo, pensei que ela não reagiu assim porque eu estava com Ethan no colo. Mas ela apenas ficou pensativa e distante por um momento. Depois disso, tivemos uma conversa franca e aberta.

— Que bom que isso não aconteceu. — disse Emma, e Jenna concordou.

— Você está se sentindo melhor? — perguntou Jenna.

— Eu dormi um pouco, e isso já foi o suficiente para recarregar minhas energias. Mas você está com muitas olheiras, deitei aqui para descansar um pouco. — disse Emma com preocupação em sua última fala.

— Não, eu não quero te tirar da sua zona de conforto. — recusou Jenna. Emma revirou os olhos e puxou Jenna pelo braço, fazendo-a deitar na cama com certa força.

— Se estou pedindo, com certeza estou confortável. —disse Emma, deitando-se ao lado de Jenna sem dizer mais nada. — Você está respirando fundo, não parece que está descansando. O que está acontecendo? — perguntou Emma, virando-se para olhar Jenna, que fez o mesmo.

— Estou bem. — respondeu Jenna com um sorriso que não convenceu Emma. A mulher riu e se aproximou de Jenna, fazendo-a respirar ainda mais fundo.

— Tem certeza? — perguntou Emma, passando as mãos no rosto de Jenna para eliminar as gotas de suor. Jenna confirmou com a cabeça e Emma analisou seu rosto, lendo sua expressão. Era óbvio que Emma não era boba, ela havia notado o volume entre as calças sociais de Jenna desde que ela entrou no quarto. Ela sabia que aquele efeito era por causa da camisola de renda preta que ela estava usando, que mostrava perfeitamente sua calcinha.

Emma gentilmente acariciou os cabelos de Jenna, enquanto esta fechava os olhos por um momento antes de se aproximar e selar seus lábios. Ambas suspiraram, sentindo como se fosse um alívio, como se estivessem procurando aquele momento há muito tempo. Jenna levou sua mão até os cabelos de Emma, puxando-os suavemente, e seus corpos se movimentaram lentamente sobre a cama. O beijo se tornou intenso, e Jenna pediu passagem com a língua, que Emma prontamente cedeu. A falta de ar se fez presente, mas nenhuma delas queria se separar. Finalmente, Jenna desgrudou seus lábios dos de Emma e começou a beijar seu pescoço. Emma segurou firmemente os cabelos da morena, puxando com força, deixando uma marca na região do pescoço de Jenna, que ela sabia que ficaria ali.

Jenna sentiu um desconforto com a pressão de seu membro dentro das calças. Em busca de alívio, ela segurou as mãos de Emma e pressionou seu corpo contra o dela, fazendo com que Emma soltasse um gemido baixo. No entanto, ambas sabiam que não podiam ir além naquele momento, pois havia conhecidos no andar de baixo e a qualquer momento poderiam chamá-las para o jantar. O desejo estava dominando seus pensamentos, levando-as a considerar correr o risco, mesmo sabendo que poderiam se arrepender depois.

— Emma, se você não me impedir, eu não vou desistir do meu objetivo — Jenna falou com determinação, olhando nos olhos de Emma.

— Jenna... — Emma gemeu seu nome depois de ouvir as palavras de Jenna. Ao olhar profundamente nos olhos de Emma, Jenna teve certeza de que ela compartilhava do mesmo desejo. Ela sentia a intensidade do desejo de Emma pulsando dentro dela.

— Eu vou te dar tanto prazer, Emma. Vou fazer você se perder nas sensações e esquecer de tudo ao seu redor — Jenna falou com voz carregada de desejo, mantendo o contato visual.

As palavras de Jenna atingiram Emma em cheio, fazendo-a morder os lábios e fechar os olhos. Jenna, por outro lado, estava imersa em seus pensamentos, mas tinha uma coisa em mente: proporcionar prazer à mulher diante dela.

Forever Us (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora