Sete

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Bruna Dias

Me arrumei e tirei uma foto pro Insta, eu não vou dar meu braço a torcer pra aquele filho da puta, ele pensa que é quem pra falar comigo daquele jeito? Eu vou pegar os amigos dele e mostrar que eu não sou de ninguém.

Sai de casa indo na direção da casa da Carla, estava muito calor o que era normal no Rio de Janeiro, um sol pra cada. Um dos meninos passou do meu lado de moto, quando vi era o Chaveirinho.

- E aí doidinha, tá indo aonde? - Ele desligou a moto e ficou me olhando, dei o toque com ele.

- Oi amo, to indo pra casa da Carlinha, vou jantar com ela.

- Sobe aí, te deixo lá. - Ele me00ppp ofereceu e então subi sem nem reclamar, se tem uma coisa que eu não quero hoje, essa coisa é me cansar em subir até a casa dela.

Ele acelerou a moto e eu me segurei na cintura dele, depois de alguns minutos já estávamos na frente da casa dela, desci da moto e lá estava cheio de vapores vigiando a casa, assim que entreguei o capacete para o Chaveirinho o Kaio apareceu no portão.

Em vez de dar o toque com ele, eu o puxei e beijei sua boca, ele ficou surpreso mas retribuiu, e finalizei com um selinho me afastando, passei pelo Kaio com a cara mais cínica desse mundo e entrei.

Carla estava na cozinha e o cheiro estava ótimo, me juntei a ela e comecei a ajudar com a salada, fui lavando e cortando tudo para deixar tudo na travessa.

- Bru que história é essa que a Jacira foi la?

- Você sabe como aquelas duas são, a filha mexe e quando apanha vai chorando pra mamãe. - Começamos a rir e contei a ela sobre o que o Kaio fez, ela ficou indignada com a falta de noção do irmão.

Terminamos e arrumamos a mesa, cada semana a gente se dividia, uma vez era o jantar em casa e na outra na casa dela. Sentamos pra comer e não demorou muito para o Kaio aparecer e se sentar, ele ficou me olhando.

- Não sabia que você ficava com o Chaveirinho. - Ele falou e a Carla engasgou com o refrigerante, comecei a rir.

- E eu não sabia que devia satisfação de quem eu fico ou não. - Respondi e voltei a comer, Carla fez o mesmo e ele fechou a cara.

- O cara é meu parceiro e se você tiver dois papos com ele, a gente vai precisar resolver da melhor forma.

- Fica tranquilo Kaio, eu não sou marmita de bandido e muito menos a fiel de alguém.

Terminamos de comer e ajudei a Carla a lavar a louça, arrumamos tudo e subimos pro quarto dela, depois do jantar não vi mais o Kaio e também tanto faz, cara insuportável.

Fizemos brigadeiro e fomos ver um filme, quando me dei por conta já era 02:00 da manhã e eu precisava ir pra casa, amanhã tenho uma sessão de fotos e vários vídeos pra gravar de looks.

Desliguei tudo e peguei meu chinelo para não fazer barulho, sai pisando nas pontas dos pés e fechei a porta devagar, passei pelos meninos que estavam na contenção da casa, coloquei o chinelo e fui andando devagar.

Faltando algumas ruas pra minha casa ouvi alguns passos atrás de mim, quando me virei so senti um soco no meu rosto e sangue quente escorrer no canto da minha boca, quando olhei estavam Aline, Jacira e mais algumas meninas, elas me seguraram enquanto mãe e filha me batia, eu não conseguia nem me mexer.

- Não é gostoso vadia? Achou que ia ficar por isso mesmo? - Elas me batiam e ficavam me xingando sem parar.

Chegou um certo tempo que eu já não estava conseguindo ver mais nada, meu corpo não respondia meus comandos, elas me deixaram la jogada no chão, eu so conseguia gemer de dor, meu consciente estava se apagando e eu me perdi ali, apaguei.

...

Acordei com a luz no meu rosto, tentei me levantar mas minha cabeça estava latejando, meu corpo estava doendo tanto, ouvi a voz da Carla falando com alguém.

- Amiga. - Minha voz saiu fraca e ela segurou minha mão.

- Como vc ta meu amor? - Ela perguntou e eu respirei fundo antes de responder.

- Com dor. - Ri pra ela e senti meu pulmão queimar.

- Vou te levar pra casa comigo, te deixaram muito machucada. - Ela começou a falar sem parar, minha amiga quando estava nervosa era uma máquina de falar. - Babilônia encontrou você caída perto da praça, você se lembra quem fez isso?

De verdade? Eu lembro, mas eu não ia contar a ela, por que eu ia resolver isso do meu jeito e com minhas próprias mãos, elas agiram na judiaria comigo, então eu faria o mesmo so que do meu jeito.

- Não, me pegaram distraída e por trás, não consegui ver ninguém.

- Vamos, vou deixar vocês em casa. - A voz do Kaio estava mais grossa e sério, ele me olhou e eu virei o rosto, não queria ele me olhando com pena.

Saímos do hospital e fomos para a casa deles, Carla não queria me deixar ficar em casa sozinha com medo de irem lá atrás de mim. Ela me deixou na cama e saiu para pegar alguns remédios.

- Você sabe quem foi né Novinha, eu vou descobrir.

- Eu não lembro, e mesmo que lembrasse, eu sei me cuidar. - Carla voltou olhando pra gente.

- Deixa ela descansar Kaio, depois a gente vê isso.

Dama da Maré (Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora