Cinquenta

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Bruna Dias

Depois de alguns segundos os barulhos de tiro ficaram muito mais fáceis de ouvir, olhei para os meninos que ficaram me encarando e então corri para o andar de cima, peguei uma das pistolas do Kaio que estava guardada no guarda roupa e então tentei me esconder.

Eu não vou tentar sair, minha barriga está enorme, e se eu fizer isso é loucura, vou estar colocando a minha e a vida da Isa em perigo, o melhor é me esconder e na pior das hipóteses, atirar em alguém, meu celular não parava te tocar e quando olhei era ligação de um numero desconhecido, atendi tentando fazer o mínimo de barulho possível.

- Carlinha? - Perguntei mais ouvi uma risada do outro lado.

- Não piranha, seus guarda costas não estão mais aqui pra te proteger. - Aquela voz. - Eu vou te achar, pode correr, mas não vai se esconder.

- Qual foi sua vaca, vem aqui, eu não corro de você e sabe muito bem disso. - Me levantei devagar e sai do banheiro, caminhei pelo quarto olhando para a janela e pude ver os meninos todos trocando tiros.

- Você me tirou tudo, agora eu vou tirar de você o que mais ama. - Ela disse com tanto ódio, e automaticamente minha mão foi na barriga.

- Eu vou matar você, tenta encostar um dedo que seja na minha filha e você vai conhecer o inferno cedo. - Rosnei na ligação e ela riu e desligou.

Olhei em volta e então peguei a chave do carro do Kaio, peguei uma bolsa e coloquei algumas coisas, meus remédios e desci as escadas, a casa estava vazia, a não ser pelos gritos e tirar lá fora, fui para a garagem e entrei no carro dele e dei partida saindo dali, acelerando e indo em direção a saída do morro.

Eu preciso proteger minha menina, tirar ela dessa loucura, afastar ela de tudo o que pode fazer mal, desculpa Kaio, eu te amo, mas a Isa não merece passar por tudo isso, ela merece muito mais, merece o mundo e toda a paz que ele pode proporcionar a ela.

...

Babilônia

Aquele barulho ensurdecedor foi do nada, a gente não esperava por isso, meu primeiro instinto foi correr e o segundo pegar o Chaveirinho, esse não vai escapar tão fácil, ele correu para o meio do mato, e eu o segui, conseguia ouvir os passos dele correndo e fui mirando a pistola.

Não demorou muito ele tropeçou e pude ouvir seus gritos, corri na direção e ele estava caído se contorcendo, olhei para seu pé e estava com sangue, me abaixei perto dele e o encarei, ficamos alguns segundos nos olhando até que ele acaba com o silencio.

- Por favor, Babilônia, ele vai me torturar. - Ele implorou e começou a chorar. - Me ajuda.

- Ele cuidou de você como um filho, quando tu perdeu tudo ele ficou com você. - Falei tentando não dar um tiro na cara desse filho da puta traidor. - É o crime Chaveirinho, ou tu ta com a gente, ou tu morre.

- Eu fiz sem pensar, por favo, eu imploro. - Me levantei puxando ele pelo braço e fomos caminhando para a direção dos nossos carros, até que começam os tiros, estavam próximos e eu conseguia ouvir as vozes do KG e o Juninho.

Levei ele pro carro e pedi para o Paulista junto da Carlinha olharem ele e meterem o pé pro morro, não tem como cuidar de todos ao mesmo tempo, e com ela ali, eu vou me distrair e perder o foco, ele foram e eu me enfiei no meio do mato, fui seguindo os tiros até que vi um apontando a arma pro outro e uma terceira pessoa apareceu, estava de costas.

Tentei me aproximar devagar, quem é aquele, parece ser alguém conhecido, mas não consigo me lembrar, eu já vi esse meno de outros carnavais, mas aonde, eles começaram a conversar mas estavam falando baixo e estava difícil de entender, fui aos poucos me mexendo para não fazer barulho, até que escuto um deles falando, era o que esta de costas.

- Você da muito mole KG. - Ele disse zombando. - Você esqueceu de conferir, mas sem problema, eu só quero o que é meu de volta. - Aquela voz, eu conheço ela, não pode ser, como ele conseguiu.

- Não tem nada seu. - Kaio retrucou e continuou com a arma apontada na cara do Juninho, enquanto duas estavam apontadas para ele. - Você nunca vai ter nada de volta, todos sabem o que você é.

- Vejo que não aprendeu direito com seu pai. - Fui abaixado tentando não fazer barulho, até KG me ver e eu pedir pra ele mudar a posição da arma quando eu desse o sinal.

Me aproximei mais dele e assim que dei o sinal os nossos movimentos foram rápidos, peguei o Juninho por trás segurando em seu pescoço e Kaio mirou sua arma para o homem na sua frente, apontei minha arma na cabeça do filho da puta e ele tentou se soltar.

- Solta essa porra, ou eu mato você aqui mesmo. - Destravei a pistola e ele soltou a arma. - Como ele é obediente.

- Igual sua mulher, alias muito gostosa viu. - Ele falou sorrindo e eu respirei fundo pra não acabar com ele ali mesmo.

- Não, eu não vou matar você aqui, um tiro pra você é pouco. - Apertei o pescoço dele que começou a sufocar. - Você merece um tratamento especial, igualo do seu filho, alias tenho vídeos, vamos mostrar pra você.

Comecei rir e ele fui o arrastando para um dos nossos carros que estava próximo a estrada, o lugar estava cercado dos nossos crias e muitos ainda estavam por ali esperando, os barulhos de tiro pelo mato não sessaram, e não demorou muito as sirenes começaram a tocar.

...

Oi amores, tava pensando em criar um cap pra contar um pouco sobre o que o Kaio fez pelo Chaveirinho, vocês querem?

Alguma sugestão de quem seja o homem?

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Dama da Maré (Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora