Cinquenta e Seis

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Bruna Dias.

Depois de passar a maquininha na cabeça dela e tirar todo o cabelo, Aline não parava de chorar e implorar para deixar ela sair dali viva, juntei todo o cabelo dela no chão e coloquei em um saco, ela ficou me olhandoe então me abaixei perto dela.

- O que você ia fazer com a minha filha? - Ela ficou me olhando e não respondeu, dei um tapa na cara dela. - Fala porra, o que você ia fazer com ela.

- Eu... - Ela gaguejou em meio as lagrimas. - Eu ia entregar ela para um casal de estrangeiros, eles me pagaram.

- Você é doente. - Me levantei andando de um lado para o outro pensando no que fazer com ela. - Você ia vender uma criança por causa de um homem Aline, qual a porra do seu problema?

- Eu o amo ta, eu amo ele, sempre amei e eu faria de tudo pra ter ele. - Ri enquanto ouvia aquilo e peguei um pedaço de madeira. - Você acabou com a minha vida Bruna, e agora vai acabar com a da minha mãe também.

- Eu não acabei com nada caralho, você é doente, precisa se tratar, maluca. - Bati com o pedaço de madeira na perna dela com força e ela gritou. - Você e sua mãe estão tendo tudo o que vocês merecem.

- Para Bruna. - Ela tentou se soltar. - Você acha que isso que você faz aqui é o que? Se eu vou pro inferno, você também vai.

- Vou sim Aline, mas eu vou sabendo que eu fiz com quem merecia de verdade. - Segurei no rosto dela apertando. - Aquele imundo do Allison, e você sua porca, gosta de se aproveitar de criança.

Empurrei ela a fazendo cair de costas no chão e voltei a bater nela com a madeira, acertando nas pernas, braços e barriga, ela gritava de dor, e cada grito dela meu corpo pedia mais, a sensação de poder devolver cada dor que a pessoa me fez sentir, é gostoso.

Eu queria poder explicar isso, mas é inexplicável, o tanto que isso é prazeroso, continuei batendo nela até não ouvir mais nenhum gemido de dor dessa vaca, olhei para ela, estava cheia de sangue, as pernas em carne viva e os braços do memso jeito.

Sai olhando para os meninos do lado de fora, Kaio estava parado me olhando, minha roupa cheia de sangue, nos encaramos e encostei nele, passei a mão em sua cintura e puxei a arma.

- Bruna. - Ele me segurou e olhei para a mão dele e depois voltei para o seu rosto. - Deixa que outro faz isso.

- Não. - Me soltei dele que não insistiu. - Eu vou terminar isso.

Voltei para dentro e destravei a arma, apontei ela para a cabeça da piranha que virou abriu os olhos e me encarou, ela abriu a boca toda ensanguentada e tentou falar algo mas começou a tossir.

- Te encontro no quinto dos infernos, vadia. - Dei um disparo certeiro no meio da testa dela que morreu com os olhos me encarando.

Não demorou muito e os meninos já estavam lá dentro, Kaio parou ao meu lado e tirou a arma da minha mão, ele olhou para os menor e balançou a cabeça para eles e em seguda me puxou.

- Deixa que os meninos limpem isso. - Olhei para ele e neguei com a cabeça.

- Quero isso aqui na mão da Jacira. - Entreguei o saco com o cabelo dela. - Essa piranha ia vender minha filha, que a mãe dela sinta o que é ter seu filho tirado de você.

- Ta bom. - Ele acenou para os meninos e me tirou dali, fomos para rua e estava vazia. - Vamos pra casa, você precisa de um banho.

- Eu preciso de você. - Falei puxando ele e o beijando, Kaio sorriu com o lábio calado no meu e retribuiu o beijo.

Ficamos por alguns minutos ali nos beijando até que ouvimos algumas vozes e paramos, Kaio olhou na rua e algumas crianças estavam passando, ele tentou me esconder para ninguém ver o sangue e começamos a rir enquanto entramos em um dos becos correndo para casa.

...

Horas depois

Jacira.

Cansada e sem forças para levantar, escuro alguém na porta, Aline sumiu desde ontem, não atende minhas ligações, eu pedi tanto para ela parar de ir atrás daquele vagabundo do KG.

Tentei me levantar devagar e senti aquelas malditas dores de novo, nenhum remédio faz passar, nem mesmo as Quimioterapias estão ajudando como deveriam, por que meu Deus.

Abri a porta e um rapaz estava com uma caixa, eu e Aline assim que saimos do morro, fomos para um lugar mais tranquilo, nenhum outro morro parceiro do KG nos aceitou, ficamos de mãos atadas.

Peguei a caixa e fiquei olhando para ele que ficou esperando, abri a caixa e dentro só tinham cabelos, fiquei olhando sem entender nada, até o rapaz falou.

- A Dama da Maré disse que é um presente. - Encarei ele. - Bom dia.

- Manda aquela vaca se foder. - Ele sorriu e então estendeu a corrente, essa correndo. - Não, o que ela fez com a minha filha?

- Bom dia. - Ele me deu as costas e então perdi todas as forças que ainda me restavam, a caixa foi ao chão.

- Eu vou matar aquela piranha, nem que isso seja a última coisa que eu faça. - As lágrimas escorreram pelo meu rosto sem muito esforço.

Olhei para o chão, os fios de cabelo espalhados pelo chão da minha sala, olhei aquilo e me deixei levar pelo peso do corpo que me jogou para baixo, beijei a corrente dela.

- Você vai pagar Bruna, eu vou fazer você e esse verme cair. - Gritei para que todos pudessem ouvir.

Senti meu coração acelerar, minha visão ficar escura e vozes estavam a minha volta, mas não conseguia ver ninguém, senti meu corpo ser carregado até que tudo ficou mudo, a dor no meu corpo já não estava mais la, mas a angustia e dor no peito não se foram com o resto das vozes.

...

Meu coração está apertadinho com esses últimos Capítulos.

Dama da Maré (Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora