Cinquenta e Cinco

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Bruna Dias.

Corri pelo morro, procurei em todos os cantos e nada, sair daqui, não saiu, está tudo cheio de vapores, a não ser que, ela se escondeu em algum lugar, eu ja estou em desespero, jajá minha Isabella sente fome, eu juro por Deus que eu vou matar quem fez isso. 

Subi pelo morro olhando todas as casas vazias, fui até la em cima olhando as casas do Kaio e nada, nenhuma viva alma e nem o chorinho da minha filha eu estou escutando, o desespero já esta batendo, por que eu deixei ela sozinha, eu não devia ter feito isso, eu sou um lixo de mãe, me encontrei com Kaio que estava falando com os vapores pelo radinho e um deles disse que viu a piranha subir o morro. 

- E quem autorizou ela a entrar aqui? - Ele falou com o Paulista e Babilônia que estavam na sua frente. - Falei que a Aline e a mãe dela estavam proibidas de entrar aqui.

- Ela disse que estava indo ver a amiga, como íamos desconfiar que ela seria louca a esse ponto? - Paulista tentou se defender, peguei pela corrente dele o encarando.

- Qual amiga? - Ele me olhou assustado e eu gritei. - QUAL AMIGA CARALHO?

- Calma Dama, ela disse que era a Amanda. - Olhei para o Kaio e soltei o Paulista, sai andando na frente deles batendo o pé.

- Bruna calma. - Kaio veio atrás de mim e tentou me segurar. - Deixa que eu vou lá resolver. 

- Eu vou fazer com essa piranha, o que você não foi capaz de fazer. - Me soltei dele que tentou pegar no meu braço de novo e fui direto para a casa da Amanda que ficava a uns segundos da quadra. 

Cheguei no portão da bonita metendo o pé e entrei, a senhora que estava na cozinha me olhou assustada e então subi indo para o andar de cima procurando pelos cômodos até que entrei em um quarto onde elas duas estavam sentadas na cama, Aline me olhou e tentou pegar a Isabella no colo de novo mas não dei nem chances para ela. 

- Sua vaca. - Peguei ela pelos cabelos e a joguei na parede. - Eu vou matar você. 

Kaio, Babilônia e Paulista entraram correndo atrás de mim, ficaram na porta olhando, Kaio pegou a Isa na cama e Paulista puxou a Amanda junto do filho dela a mandando sair dali, Isa foi cm o Padrinho dela e os dois saíram de perto a mando do KG.

- Aqui dentro não Bruna. - Kaio falou e eu olhei para ele, minha mão foi direto no pescoço da Aline e apertei com força. - Eu não vou repetir, aqui dentro não.

- Então eu levo ela arrastada, sem problemas. - Peguei ela pelo cabelo e fui puxando, a piranha ficou tentando se soltar e foi me dando tapas e cada tapa dela era um murro meu. 

Assim que chegamos na rua eu a joguei no chão e fiquei olhando para ela, meu ódio e raiva estavam me fazendo sair de mim, olhei as pessoas em volta, as crianças assustadas e alguns crias tentando chegar perto, Kaio apareceu e entrou na minha frente, ele segurou em meu rosto.

- Se acalma, vamos levar ela la pra cima e você faz o que quiser com ela, mas aqui não. - Ele se aproximou mais de mim. - As crianças da comunidade estão assustadas.

Balancei a cabeça concordando com ele e então passei pela vaca da Aline no chão e cuspi nela, Kaio mandou os menor pegar ela e levar la pra cima, ela foi gritando e implorando para pararem, mas dessa vez ela não vai se livrar fácil. 

Esperei a piranha subir com os vapores e já deixei o lugar dela arrumadinho, vou fazer a mãe dessa piranha sentir o que eu senti quando ela sumiu com minha filha, querem o lado ruim da Bruna, é o lado ruim que vão ter. Colocaram ela na cadeira e eu fui atrás, Kaio tentou me segurar mais eu insisti, ele teve chance de acabar com essa palhaçada, não fez então eu mesma faço.

- Olha Aline, você teve chance de sumir e tomar seu rumo. - Kaio falou e se abaixou perto dela. - Tu ta ligada que eu te dei varias chances e deixei muita coisa passar, mas tu e tua mãe não aprendem né, querem sempre estar na vantagem. 

- Eu fiz por você, essa puta da Bruna e essa maldita criança roubaram tudo de mim. - Ela falou olhando para ele e chorando. - Eu te amo Kaio, era pra ser nossa filha, nosso casamento, nosso futuro, você me trocou por essa desgraçada.

- Nunca existiu a gente Aline, sempre deixei isso claro. - Ele se levantou e parou do meu lado. - Prometi pro seu pai que nunca faria mal a você e assim vai ser, não vou por a mão, mas não vou impedir a Bruna de defender a filha dela.

- Kaio por favor. - Ela implorou e ele deu as costas me deixando ali sozinha com ela. - Pelo amor de Deus, eu prometo que nunca mais volto aqui, minha mãe ta com câncer, ela precisa de mim. 

- E minha filha só tem um mês de vida. - Me abaixei puxando o cabelo dela fazendo ela olhar para mim. - Pensasse na sua mamãe antes de se meter com a minha filha, que nem se defender sabe ainda.

Os olhos dela estavam vermelhos de tanto chorar, mas a minha raiva era tanta que eu não conseguia sentir nada além de nojo e ódio por ela, peguei a maquininha de cabelo e liguei a mesma próximo ao rosto da piranha e ela se assustou, o cabelo da Aline é enorme e muito bonito alias.

- Vou te devolver sem cabelo para sua mamãe, alias acho que vou devolver só a cabeça, ela nem vai precisar se preocupar com o velório. 

...

Estavam com saudades da Bruna? Pois eu estava. 

O que uma mãe não faz pelo seu filho não é mesmo?

Dama da Maré (Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora