Quinze

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••• Esse Capítulo contem Violência •••

Bruna Dias.

Depois do café eu decidi deitar e ver algum filme, estava tão sem ânimo, postei algumas coisas no insta, algumas publis e só, nem nos Storys eu apareci hoje.

Aquela sensação de medo voltou, mas meu medo maior era dele me achar, me obrigar a voltar e tudo aquilo se repetir. Kaio ficou a manhã toda tentando me fazer contar sobre o Allison, mas eu não queria ficar relembrando.

Ele disse que pode me proteger, mas sei la, parece que isso nunca tem fim, vez ou outra ele arruma uma maneira de falar comigo, ou contas fakes no insta, ou consegue meu numero, vivo trocando de whatsapp por isso.

Acabei dormindo e quando acordei ja era mais de seis da tarde, então me levantei, eu não podia ficar o dia todo ali trancada. Me arrumei e sai um pouco, desci ir na Dona Ana e comprei um salgado para comer e uma Coca, me sentei e fiquei olhando para a rua distraída.

- Qual foi? - Me assustei virando para ele. - Ta devendo novinha?

- Não, pago minhas contas em dia, graças a Deus. - Ele riu pelo nariz e se sentou ao meu lado, Dona Ana veio até a mesa.

- Oi meu filho, quer alguma coisa? - Ela perguntou toda gentil e doce, ele sorriu para ela e respondeu da mesma forma, com doçura.

- Quero Dona Ana, trás uma Coca e mais Salgados, pode trazer uns cinco. - Olhei pra ele enquanto mordia o meu. - Qual foi? Sei que você vai querer.

- Pode deixar. - Ela nos olhos e sorriu. - Pelo jeito você encontrou uma uma mulher de verdade para cuidar de você Kaio.

Eu e o Kaio nos olhamos e eu me engasguei com o refri que eu acabei de por na boca, ele bateu a mão de leve nas minhas costas e eu me recompus.

- A gente não… - Quando fui começar a falar ela se virou e foi andando para dentro do restaurante, olhei para ele. - Ta muito gentil pro meu gosto, aconteceu algo?

- Não, agora eu tenho que ser escroto o tempo todo? - Ele se ajeitou na cadeira passando o braço atrás de mim.

- Não, so é estranho, a cada 10 palavras sua, 9 é boceta, sexo, me comer e ser sua. - Ele começou a rir e a Dona Ana colocou as coisas na mesa, ela deixou e saiu.

- Você só conheceu um lado meu, aí não conta. - Terminei de comer e ele pegou um salgado, quando ele ia dar a primeira mordida a piranha apareceu.

Respirei fundo e a Aline veio direto na nossa mesa, ela cruzou os braços e ficou me encarando, ri com o nariz e passei a língua sobre os lábios.

- Eu tava te procurando KG, por que você some? - Ela falou e ele me olhou, voltei meu olhar pra ela.

- Por que ele tá com a namorada dele, você não tá vendo piranha? - Levantei e me coloquei na frente dele. - Acha que só porque abriu as pernas ontem ele é seu?

- Quando ele tava me comendo, ele não falou que tinha namorada, muito pelo contrário, ficou pedindo pra falar que eu era dele. - Ela falou enquanto levava a mão até o meu cabelo e passava os dedos puxando de leve.

- Marmita é assim mesmo, se ilude com tão pouco, pode ter certeza Aline que ontem foi a última vez que ele comeu essa sua boceta podre e bichada. - Dei um tapa na mão dela e a empurrei com força, ela deu alguns passos pra trás e ficou me olhando.

- A loira burra tá achando que vai ser mulher de bandido de novo? - Ela começou a rir alto e eu respirei fundo. - Ama apanhar né vadia, tu gosta de homem que te espanca né?

Eu tentei me segurar, mas aquela merda de assunto era a porra do meu trauma e só de lembrar o quando eu sofri e me calei, tirei o celular do bolso e coloquei na mesa, dei passos na direção dela.

- Repete isso filha da puta. - Fui chegando mais perto dela que estava com os braços cruzados no meio da rua. - Vai Aline, repete o que você disse e eu vou te mostrar quem é que ama apanhar aqui.

Ela fez cara de deboche pra mim e eu não aguentei, peguei ela pelos cabelos e joguei no chão, a raiva é tanta que eu não me controlei, dei murro, tapa e quando ela não parou de gritar e começou a gemer de dor eu me levantei, dei duas bicudas na barriga dela e cuspir em cima do seu corpo.

- Lembra o que vocês fizeram comigo? - Peguei ela pelos cabelos e sai arrastando pela rua até a casa da mãe dela.

Kaio nem se mexeu, todo mundo ficou olhando, e quando eu estava na porta da casa dela eu deixei ela lá caída e bati palma chamando a Jacira que saiu de casa olhando para a filha no chão.

- A próxima vai ser você, e manda essa vaca da tua filha ficar longe do meu namorado, ou eu faço você e ela meter o pé desse morro, entendeu Piranha mãe?

Ela ficou em silêncio pegando a filha para por pra dentro, dei as costas e voltei para o restaurante, Kaio do jeito que estava comendo ficou, arrumei meu cabelo e me sentei ao lado dele de novo.

- E você Kaio se eu sentir que você ta me fazendo de otária, eu mesma faço a MC Carol e dou dois tirar na sua cara.

Ele me olhou e começou a rir, todo mundo saiu andando e peguei meu celular mexendo no mesmo e fingindo que nada aconteceu.

Eu em, não vou ficar brigando nessa porra toda hora não, um bando de mamitinha achando que é piranhan criada, não sabem nem limpar a bunda.

Dama da Maré (Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora