Kaio Gomes
Depois de tomar café com a Bruna eu me mandei pra boca, porra a novinha toda apavorada, qual foi daquela noia dela. Será que ja aconteceu alguma parada com ela que deixou ela assim?
Desde a hora que ela falou daquele jeito isso ta na minha cabeça, nenhuma mina vai agir assim do nada, vou pedir pro Babilônia ver isso ai pra mim, se alguém daqui do morro fez algo vai pagar, eu não admito agressão com mulher assim.
Os caras querem agir na judiaria com as novinhas e acha normal, ta maluco, no meu morro não. Cheguei na boca dando o toque com os meno e chamei o Babilônia que entrou na sala atrás de mim, me sentei e puxei um baseado oferecendo outro para ele que pegou.
- Fala ai KG. - Ele se sentou e acendeu o baseado, fiz o mesmo.
- Tu ta ligado na novinha, a Bruna. - Ele assentiu com a cabeça. - Hoje de manhã ela tava com umas paranóia, chorou e os crl falando sobre eu ser traficante e me drogar e que ia bater e pegar a força.
- To ligado, o que tem? - Ele ficou me olhando e dei uma pausa puxando um e voltei a falar.
- Então, quero saber quem foi que fez isso com ela. - Ele ficou em silêncio.
- KG, o bagulho é o seguinte, quem tem que te contar é ela dessas paradas aí, mas o quê eu posso te adiantar é que não é do morro, ta ligado. - Ele.puxou mais um e relaxou na cadeira. - O cara é de facção rival, enquanto eu estiver aqui ela tá protegida pq já dei o papo pra ele.
- Ela é ex de traficante então, quero o nome, pede pros meno puxar a ficha, quero completa. - Ele balançou a cabeça.
- Para que mexer no bagulho que ta quieto? KG o cara é obcecado por ela.
- E eu sou obcecado em matar, ai vai ser ele e eu cada um apontando a arma na cara do outro. - Terminei o baseado e me levantei. - Vê o que consegue, quero entender qual é desse cara.
- Beleza, mas não traz isso de volta pra Bruna, essa porra destruiu ela.
Balancei a cabeça concordando e ele saiu da sala, tirei a .50 da bermuda e o celular deixando sobre a mesa, coloquei as mãos na cabeça pensando no que fazer.
To ligado que eu não tenho nada com a novinha, mas ver o desespero dela, parecia a Carla quando aquele filho da puta fez o que fez com ela, e maldade eu não vou deixar passar com nenhum morador meu.
Um dos Vapores entrou na sala e eu levantei os olhos o encarando e ele logo abaixou os ombros com medo, eu estava tão irritado em pensar que a Bruna pode ter passado por tudo aquilo que fica nítido na minha cara.
- Desculpa chefe, mas o Titã pediu pra avisar que eles e os caras do CV vai colar ai mais tarde, dizem que é importante.
- Ja é, manda um rádio pros meno ficar ligado hoje, tem cara do CV que vem na sabotagem, não quero ninguém dando mole. - Falei e ele logo saiu da sala me deixando sozinho de novo.
Fiquei ali a tarde toda fazendo as contagens e vendo se estava tudo certo, eu confio pra caralho nos moleques aqui, mas é sempre bom manter o olho aberto.
...
Quando percebi ja era quase sete da noite e recebi um rádio dos menor avisando que o Titã e mais uma galera chegou, ajeitei a arma na cintura e me levantei pegando uma lata de energético na geladeira, e os caras começaram a entrar, fui dando o toque com cada um.
- Fala ai meno, lili cantou parceiro. - Titã falou me olhando e eu ri.
- É, o lado negativo do crime. - Me sentei de volta no meu lugar. - Mas e aí, o que vocês querem.
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Dama da Maré (Morro)
General FictionEle é tudo aquilo que ela odeia, e ela tudo aquilo que ele mais precisa... Essa história contem violência verbal e física, abuso sexual e sexo explícito. Plágio é crime.