Bruna Gomes
As semanas se arrastaram, fiquei na casa da Carlinha com ela e o Kaio por alguns dias, mas ter ele por perto me irritava, e não era por que ele é insuportável e nojento, mas sim por que ele é exatamente o tipo de homem que eu evito pra minha vida.
Eu já estava melhor, no meu rosto não tem mais nenhuma marca, hoje é a primeira vez que eu vou sair de casa sozinha, e não era por estar com medo, mas sim porque os insuportável não deixavam.
Kaio ficou me pressionando para contar quem foi e me deixou avisada que a desconfiança dele eram as duas piranhas mãe e filha, mas eu falei pra ele que não era. Se a Aline pensa que eu não vou me vingar, ela está muito enganada, e a minha vingança vai ser a pior, porque mesmo querendo distância do Kaio, vai ser com ele que eu vou fazer ela comer o pão que o diabo amassou.
Precisei cancelar muitos trabalhos, então eu estava com muitas publis em atraso, a minha sorte é que eu sempre deixo alguns vídeos prontos para ir soltando com o tempo, mas agora já tinham todos se acabado, eu precisava gravar novos.
Sai de casa indo para a quadra, hoje vai ter um show de pagode, e vai ser aí que eu vou começar os trabalhos, se para fazer a Aline sofrer eu preciso pagar de marmitinha, então eu ia. Mas vai ser so na frente dos outros mesmo, Kaio tá tão acostumado a usar mulheres, que não vai nem ligar de ser usado por um tempo.
A dois dias atrás eu contei todo o plano para a Carla, de início ela achou que não seria uma boa, mas agora ela já está querendo até me ajudar, então vai ser mais fácil do que eu esperava.
Fui chegando perto da quadra e o som estava alto, na entrada já estavam as vagabundas, provavelmente esperando o Macho delas passar pra pagar de Mulher de traficante.
Passei por elas fingindo que não estava vendo as bonitas e segui meu caminho vendo algumas pessoas que já conheço, Arlequina e Carlinha já estavam lá dançando e bebendo, eu me juntei às duas.
- Fala minhas vidas. - Falei com as duas que me abraçaram.
- Kaio deve chegar jaja, combinei que vou pro camarote hoje, então ele sabe que você vai comigo, já está tudo certo.
- Assim que ele chegar a gente vai junto, preciso chegar antes dela. - Ela sorriu pra mim e me entregou uma cerveja, peguei e dei um gole, comecei a dançar com elas e depois de umas meia hora o KG chegou, ele estava com vários vapores a seu redor e assim que ele subiu eu e Carlinha o seguimos.
Eu fiquei ali na ponta da entrada olhando para ver se as piranhas iam subir e foi dito e feito, vi elas de longe e fui para perto do Kaio que estava com alguns meninos fumando e tomando Whisky com gelo de coco, ele me encarou e eu me inclinei.
- Tava pensando um pouco hoje, e me deu uma saudade daquele dia.
- Qual foi novinha, bateu com a cabeça? - Ele riu e então olhei para ele e quando percebi que a Aline já estava na entrada do camarote eu me sentei de frente pra ele e o puxei para um beijo.
Kaio não tentou recuar, ele colocou o copo em cima da mesa ao lado e passou as mãos sobre a minha cintura apertando e me ajeitou em seu colo arrumando minhas pernas uma de cada lado do seu corpo, o beijo dele tinha gosto de whisky com maconha, e não vou negar que isso era bom.
Apertei a nuca dele e ficamos ali por alguns minutos até eu perder o fôlego e ele também o que fez afastamos nossas bocas, olhei para ele que sorriu e passou as mãos na minha bunda apertando, olhei disfarçadamente para o lado e Aline estava lá nos encarando.
- Acho que sua mulher não tá gostando disso aqui, não para de me encarar. - Falei no ouvido dele.
- Eu não tenho mulher, a não ser que você queira ser, sua boceta me deixa maluco, acho que fiquei viciado e eu só comi ela uma vez. - Ele sussurrou no meu ouvido, eu queria ter repulsa, mas eu amei ouvir isso.
- Eu não tenho vocação pra viver dando porrada nas marmitinhas que você come, e devem ser muitas.
- Ta preocupada de mais com essas piranhas, e eu preocupado em ouvir seus gemidos me implorando mais.
Ri alto fazendo cena para a Aline, mas ela não saia dali, muito pelo contrário, ela se aproximou da gente e cruzou os braços olhando para o Kaio que encostou na cadeira e me ajudou a me sentar em seu colo, ele depositou a mão na minha perna.
Aline fez menção de se sentar na outra perna dele e eu a barrei na hora, e me levantei impedindo mais um passo dela. Ficamos nos encarando por alguns segundos até ela encostar o lábio no meu ouvido e sussurrar.
- A surra foi pouca pelo jeito.
- Fica ressentida não marmitinha, quem sabe quando eu enjoar te jogo os restos.
Ela mordeu o lábio e voltou a me encarar, Kaio segurou na minha mão e olhei para ele que estava com um baseado na boca.
- Aline a gente conversa depois, não quero ver seus barracos aqui em cima, pega a sua mãe e suas amigas e some da minha frente.
Ela me encarou e seu olhar estava furioso, mas ela fez exatamente o que ele mandou e saiu dali, voltei a me sentar no colo dele e vi ela puxando a mãe e amigas para fora da quadra, dei um tempo ali e quando percebi que elas não voltariam mais eu me levantei.
Avisei a ele que iria dançar um pouco, de início ele não queria, disse que mulher dele não ficaria se exibindo, mas eu não sou mulher dele então ele não manda em mim, bati de frente e ele não retrucou.
Puxei a Carla que estava com o Babilônia e voltamos lá pra baixo, comecei a dançar e sambar, bebi cerveja, whisky e vodka, eu já estava revirando os olhos e solta de mais. Os meninos novinhos vinham toda hora me chamar para dançar e eu que não idiota ia.
Devo ter dançado com a metade ali, e o Kaio la de cima não tirava os olhos de mim, ele me fuzilava cada vez que eu me esfregava com alguém enquanto dançava ele virava uma dose de whisky para dentro.
...
Já era quase 21:00 da noite, eu estava consciente, Carlinha me fez comer e tomar bastante água, eu não poderia ir sozinha pra casa, tenho certeza que as piranhas deviam estar esperando um descuido meu pra me atacar, então subi pro camarote de volta e Kaio me chamou.
- Vai pra casa, vou pedir a uns dos Vapores pra te acompanhar, mais tarde eu vou la pra gente conversar.
- Não precisa ir, vou estar dormindo. - Ele suspirou e segurou no meu braço.
- Eu não to pedindo Bruna. - Comecei a rir e tirei a mão dele de mim. — Paulista, leva a Bruna até em casa, qualquer coisa me chama no radinho.
Ele assentiu e me seguiu até fora do camarote, me despedi da Carlinha que estava com o Babilônia em um canto e fui andando com um dos vapores do Kaio ao meu lado, passamos por algumas ruas e não é que as marmitinhas estavam ali, Aline foi dar um passo pra frente mas voltou quando percebeu que du não estava sozinha, nos encaramos.
Sorri para ela e mandei um beijo, a piranha estava se contorcendo de ódio me seguindo com os olhos, abri o portão de casa e agradeci ao Paulista pela carona, ele sorriu e me deu Tchau, entrei trancando o portão e fiz o mesmo com a porta de casa.
...
Breno Souza - 19 anos
Vulgo - Paulista
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Dama da Maré (Morro)
General FictionEle é tudo aquilo que ela odeia, e ela tudo aquilo que ele mais precisa... Essa história contem violência verbal e física, abuso sexual e sexo explícito. Plágio é crime.