Trinta e Sete

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Bruna Dias

Foi como algo automático, quando percebi, já tinha feito, o ódio que.percorria meu corpo ouvindo todas aquelas palavras fizeram todo o sangue do meu corpo entrar em chamas, e eu pensei que ficaria em choque.

Mas a realidade é outra, dei cinco disparos na direção do tal Titã, ele caiu e o policial atrás dele reagiu e deu um disparo e caiu com o tiro do Kaio, estavam todos no chão.

Olhei para o lado sorrindo porque eu sabia que o Kaio ficaria orgulhoso de mim por ter conseguido, mas quando olhei ele não estava de pé, ele estava no chão, desacordado e com sangue a sua volta, foi nessa hora que eu entrei em Pânico.

...

Minutos antes

- Carlinha, eu não sei como contar para ele. - Falei pegando na gaveta uma caixinha com o teste de gravidez e o papel do exame de sangue.

- Ele vai pirar com isso, Kaio vai ficar tão feliz. - Ela disse olhando a caixinha com o exame e um sapatinho do Flamengo.

Eu queria que ele pudesse ter visto isso antes de toda essa loucura de invasão, peguei a caixinha deixando ao lado da cama e me sentei de novo.

A sensação é tão estranha, sabe, até eu entender que aqui dentro de mim tem um serzinho, um brotinho que vai precisar de mim, é perturbador e ao mesmo tempo eu fico sorrindo atoa de lembrar.

Fico imaginando a reação do Kaio quando descobrir, vai querer fazer festa e chamar esse morro todo pra contar que agora vai ser pai e que vai ser o companheiro dele de futebol.

- Espero que ele chegue logo para eu contar. - Falei sorrindo e passei a mão na barriga, até que escuto um barulho enorme lá embaixo na porta e em segundos alguém entra no quarto apontando uma arma e perguntando do Kaio.

...

Agora.

Me abaixei perto dele tentando fazer ele acordar, passei a mão em seu rosto e as lagrimas rolavam no meu, ouvi passos correndo e gritos a minha volta, mas a unica coisa que eu consegui focar foi no Kaio.

Senti uma mão me puxando e lutei contra ela, eu quero estar com ele, me debati até me soltar e me deitei em cima dele, fui dando beijos em sua boca, passando a mão em seu rosto.

- Acorda amor, eu preciso de você. - Meu desespero começou a me sufocar por dentro. - Kaio você não pode me deixar, eu e o bebê precisamos de você.

Olhei em volta, estavam todos me olhando, me levantei olhando para eles e voltei a me abaixar tentando pegar o Kaio e puxar ele comigo.

- Me ajuda, a gente precisa levar ele, chama a porra de um médico. - Eu gritava e eles parados me olhando.

Até que a Carla me segurou e tentou me acalmar, ela me abraçou e choramos juntas, eu não acredito no que está acontecendo, eu não acredito que o dia que era para ser o mais feliz de nossas vidas agora está se tornando um pesadelo.

Olhei para traz e algumas enfermeiras do postinho entraram com um médico , começaram a fazer os primeiros socorros nele e eu peguei a caixinha que agora estava no chão.

Meu coração estava em chamas, minha respiração pesada, olhei para o corpo dele caído e eu não podia fazer nada, eu não podia salvar ele e eu estava sozinha.

Todo a minha dor foi se misturando com o ódio e a raiva, olhei para a porta e o corpo do Titã estava ali ainda. Me levantei e fui até ele, olhei para o Paulista que estava ao lado do filho da puta.

- Leva ele lá pra cima, vou fazer ele sentir cada dor que eu estou sentindo. - Ele assentiu e olhei para a Carla. - Fica com ele, me dá noticias.

Ela acenou com a cabeça e eu fui com o Paulista e o Chaveirinho, prendi meu cabelo e subi com eles para os barracos la de cima, eles prenderam o Titã em uma cadeira e o arrombado estava acordando, os tiros que ele levou nenhum pegou em um ponto letal.

- A princesa acordou. - Falei e ele ficou me olhando e encarando os meninos do meu lado. - Vamos relembrar o que você disse de mim?

Sorri para ele e nesse momento eu só conseguia pensar em como vou fazer ele pagar por tudo que fez com o Kaio e estava fazendo.

Peguei uma fala e me ajoelhei na frente dele, passei a lâmina no seu joelho devagar até ver que tinha feito um corte e joguei álcool, ele gritou.

- Tu sentiu prazer em me ouvir gritar de dor né? - Passei a faca no outro joelho e joguei mais álcool. - Só esqueceram de contar que eu também sinto o mesmo prazer quando vejo homens porcos como você sentir dor.

Dama da Maré (Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora