Doze

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Bruna Dias.

Eu fiquei nervosa ao ver a Aline saindo da casa do Kaio, mas quem sou eu pra falar algo, não nasci pra ser marmita de traficante.

Terminamos de comer e eu falei pra Carla para a gente ir la na quadra cer os meninos jogar, e ela topou, pegamos açaí e fomos, nos sentamos o mais longe possível da quadra pq meu pavor era de tomar uma bolada na cara, me conhecendo, se isso rolar eu vou meter a porrada em alguém.

Estávamos olhando os meninos e não demorou muito para o Kaio aparecer com a piranha da Aline, sério que ele ia ficar fazendo isso de propósito?

Eu não sirvo pra isso, não tenho sangue de barata e perco a linha com qualquer tapinha no meu ombro, sou cria da Maré, ou como diz a Carlinha, Bruninha perigosa.

Encarei ela que ficou rindo da minha cara e respirei fundo, olhei em volta, preciso arrumar um jeito de pegar ela no meio desta quadra, nem que seja um tapinha pra tirar sangue.

Mas pensando bem, se eu fizer isso, vai parecer que eu to brigando por causa do Kaio, ou é por ele, caralho eu já to toda confusa e tilt das ideias, que ódio desse desgraçado.

Terminei de tomar meu açaí e me levantei, olhei pra Carlinha e pedi pra ela ficar me esperando, desci e fui para o meio da quadra com os meninos que estavam dando um tempo do jogo e pedi para deixarem eu entrar e nem precisei insistir.

Prendi o cabelo e tirei minha blusa ficando apenas de top, arrumei o shorts e joguei o chinelo pro lado, os meninos me deixaram na defesa junto do Paulista que estava me encarando.

- Tem certeza loirinha? Você pode se machucar.

- Fica mec, eu sempre joguei com os meninos.

O jogo começou e eu sai correndo com os meninos e comecei a jogar, a Carlinha não parava de gritar meu nome, depois de alguns minutos um dos meninos que se chama Pedro fez um gol e eu pulei no colo dele pra comemorar, o safado me agarrou e pulou comigo e o Kaio so faltava puxar meus cabelos e me arrastar dali, seu olhar era de uma raiva.

Voltamos a jogar e quando a bola parou no meu pé eu me virei para chutar e foi certeiro, certeiro no meio da cara da Aline que colocou a mão no nariz e eu fiz cara de espanto indo até ela

- Nossa me desculpa. - Falei toda cínica e ela veio pra cima de mim, mas a mão do Kaio foi mais rápida e a segurou.

- Qual foi Aline, o bagulho nem foi por querer, segura essa tua marra ai por que eu não vou te defender.

Ela me encarou e encarou o Kaio, quando tirou a mão do rosto o nariz dela estava sangrando e eu dei de ombros e me virei para voltar a jogar, mas a mão do Kaio no meu braço me impediu.

- Você vem aqui. - Ele me arrastou dali e todo mundo ficou nos olhando, tentei me soltar mas ele me agarrou e me jogou no ombro, fiquei me debatendo.

- Me solta caralho, desgraçado de merda, tá achando o que Kaio, me deixa no chão inferno.

Ele não tava nem aí, continuou a andar e me levou para um dos becos distantes dali e me soltou me prendendo na parede, ficamos nos encarando por alguns segundo e ele tirou a camisa me entrega do.

- Coloca essa porra. - Comecei a rir e continuei parada. - Vai caralho, coloca.

- Não vou por nada, está muito calor e eu estou muito bem assim.

- Se você não por, eu mesmo coloco. - Comecei a gargalhar na cara dele.

- Fica mec bebê, todo mundo nesse morro ja viu mais que isso, é só você olhar meu insta.

Empurrei ele e sai andando, mas em segundo ele me puxou de volta e dessa vez ele apertou meu pescoço e seu olhar era o mesmo daquela noite, o olhar de quem queria devorar sua presa.

- Não to gostando desse papo Bruna, esse joguinho seu de desinteresse ta me irritando e eu não sou otário pra ficar correndo atrás de mulher nenhuma.

- Não pedi pra você correr atrás de mim, ja falei que aquela noite foi um erro e eu não me envolvo com homens como você.

- Foda-se, ou você é minha, ou é minha, não existe outra opção.

- No seu mundo não, mas no meu sim, e eu não sou de ninguém.

Ele sorriu com aquela malícia que me deixa toda molhada, e agarrou meu lábio, começamos a nos beijar com desejo, a mão dele.percorria o meu corpo e foi até a minha bunda onde ele depositou tapas e apertões, soltei gemidos e o empurrei tentando afastar todos aqueles pensamos obsessivos da minha cabeça.

Olhei para ele e sai correndo dali, ele tentou me alcançar mas eu fui mais rápido, fui para casa e tranquei tudo, apaguei as luzes e me enfiei debaixo dos lençóis.

Eu não vou passar por isso de novo, não vou me machucar mais uma vez.

Dama da Maré (Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora