Prólogo

858 122 255
                                    

"Há milhares de anos, a mais bela e jovem das deusas, que tinha uma curiosidade imensa em relação às criaturas extraordinárias aos seus olhos, mais conhecidas como seres humanos, desejou visitar nosso pequeno — comparado ao seu — e finito mundo, p...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Há milhares de anos, a mais bela e jovem das deusas, que tinha uma curiosidade imensa em relação às criaturas extraordinárias aos seus olhos, mais conhecidas como seres humanos, desejou visitar nosso pequeno — comparado ao seu — e finito mundo, para contemplar todas as suas maravilhas. Assim, decidiu pedir permissão ao seu pai, Shyn, o criador de todas as coisas conhecidas.

'— Jamais permitirei algo tão ultrajante, Kaa!' foi a resposta de seu pai. '— Como posso permitir que uma princesa, uma deusa, confraternize com seres criados para nos servir?! Se você for, quem cuidará dos bosques, dos rios e dos animais destinados aos servos?'. A jovem deusa argumentou que poderia cuidar de suas responsabilidades mesmo que deixasse os céus por um tempo. Mas seu pai, desprovido de qualquer sentimento, não se compadeceu das súplicas entre as lágrimas de sua filha.

No entanto, sua determinação era tão grande que ela desobedeceu às suas ordens. Com a ajuda de suas irmãs mais velhas Preen, Zharfin, e a mais velha de todas, Solar, ela conseguiu aventurar-se no mundo dos mortais. Deram-lhe apenas um dia. E um único dia teria sido o suficiente, se Kaa não tivesse ousado apaixonar-se por um mortal. Seu coração foi entregue completamente. Ela estava disposta a renunciar a todo o seu poder e glória pelo amor de seu amado. No entanto, Kaa foi traída; a inveja de Solar suprimiu seu amor pela irmã mais nova. Após ver Kaa sendo aceita por quem amava, após ela ter sido rejeitada completamente pelo seu, a ira tomou conta e ela contou tudo ao pai.

As quatro irmãs foram punidas severamente. Foram destituídas de seus cargos, expulsas de seu lar e tiveram seus poderes completamente arrancados de suas almas. Condenadas a viver no mundo dos mortais, partiram. A jovem deusa — ao contrário de suas irmãs — não se importou com tudo o que perdeu, pois a única coisa que almejava era encontrar-se com seu amado.

As irmãs, brigando e culpando umas às outras, separaram-se, prometendo nunca mais se encontrarem. Kaa, já conhecendo o caminho, foi ao encontro de Darian, seu grande amor. No entanto, à medida que se aproximava, seu pequeno coração ia se dilacerando, como se uma flecha fulminante o atingisse sem piedade. A jovem deusa caiu em seu maior desespero ao ver toda a vila do seu amor em chamas. Chamas que ela conhecia bem, pois nada se comparava ao poder de fogo concedido à sua irmã mais velha — que obteve o privilégio de manter seus poderes por ter sido a delatora. Ninguém, nem mesmo as belas árvores que Kaa havia ajudado a criar, sobreviveu.

Do alto do céu, uma voz bradou: "a você, reservei o mais cruel dos castigos. Viverá para sempre sem seu amado mortal. Ao contrário de suas irmãs, jamais morrerá. Sua alma está condenada a voltar mesmo quando seu corpo físico for engolido pela terra. Viverá com essa dor para todo o sempre! Essa é a sua maldição".

A deusa gritou. Sua voz ecoou por toda Celestria e sua dor foi ouvida por todas as criaturas vivas. Um poder tenebroso e grandioso despertou em seu coração, que se tornou tão frio quanto o gelo. Seus belos cabelos dourados tornaram-se negros; sua pele cor de oliva tornou-se completamente alva; seus olhos azuis vibrantes se tornaram inteiramente brancos como a neve, capazes de gelar qualquer um que ousasse olhar para eles. Ela jurou então que se vingaria de todos que lhe causaram dor.

Além da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora