Capítulo 41

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O sol já atingia o alto do céu, sinalizando o início da tarde quando partimos do CTF em direção ao palácio

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O sol já atingia o alto do céu, sinalizando o início da tarde quando partimos do CTF em direção ao palácio. Permanecemos nos campos até o último soldado cruzar um portal rumo às suas casas; apesar da garantia de meu pai de que todos estavam seguros, pedi a Valandriel que abrisse os portais — apenas por precaução. Hendry acompanhava-me dentro de uma carruagem, enquanto Valandriel seguia com meu pai na carruagem à frente. August ia sozinha em outra mais à frente. Meu olhar repousava sobre as árvores cobertas de neve, que passavam como sombras cristalinas diante de nós através das janelas. Um silêncio pairava sobre nós, mas minha mente fervilhava incessantemente.

— Você está bem? — Hendry quebrou o silêncio, sua figura refletida no vidro da janela.

Assenti brevemente, desviando o olhar. A simples presença dele me trazia à mente as palavras do meu pai.

— Seus sentimentos estão tumultuados... posso sentir — ele continuou. — Ficou assim depois de conversar com seu pai? Ele disse algo desagradável?

Mantive meu olhar fixo na janela. Minha respiração embaçava levemente o vidro, dissipando-se em seguida.

— Estou bem... — respondi, com a voz quase num sussurro.

— Está assim por causa do término com Eldric? — finalmente encarei Hendry, mas seus olhos estavam fixos além da janela. — Notei sua tristeza quando teve que mencionar. Talvez você não devesse ter feito isso...

— Pensei que você, dentre todas as pessoas, ficaria feliz com isso acontecendo — minha resposta foi ríspida.

Seus olhos encontraram os meus.

— Isso está te machucando, causando sofrimento... você acha que eu ficaria feliz vendo você assim? — ele perguntou. Baixei o olhar, sentindo uma onda de sinceridade em suas palavras. — Já te disse que não me importo se não ficarmos juntos, se é ao lado dele que você encontra felicidade... Sou inexperiente nesse negócio de amor, mas acredito que isso faça parte. A felicidade de quem amamos é tão importante quanto a nossa própria. E eu te amo...

Um nó se formou em minha garganta. Aquelas três palavras derrubaram minha barreira de desconfiança em questão de segundos. Era difícil acreditar que alguém, que segundo meu pai, tinha coragem de matar seu próprio irmão, colocaria minha felicidade à frente da sua. Aquilo simplesmente não fazia sentido para mim.

"Eu disse que ele não era mal", Éry opinou.

"Isso não prova nada", contestei.

— Estou cansada... é só isso — foi tudo que consegui dizer. Ele me olhou por um momento e assentiu.

Desviei os olhos para a janela mais uma vez. As árvores passavam rapidamente, o som dos cascos dos cavalos ecoava na neve. Fechei os olhos, na esperança de evitar outra conversa com Hendry. Não conseguia dormir, então a conversa que tive com meu pai veio à mente.

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