Voamos por quase uma hora floresta adentro, com Ýüny guiando Éry. O reino das fadas ficava na parte mais densa da floresta, para a proteção delas. Quando chegamos a uma clareira, perto de uma grande árvore que possuía um tronco quase do mesmo tamanho de Éry, pousamos. Havia uma barreira invisível que só consegui perceber quando Ýüny se aproximou do tronco e começou a falar algo em Wälymor.
— Sülanlar rülanlar rethylarë, irëvlynda fayn hararëthlarë — Ýüny entoou, parecia uma canção.
Graças a aulas da Sra. Tini, consegui entender: "Como a lua e o sol sempre brilhará, uma fada para casa sempre voltará.
Em seguida, um pequeno feixe de luz circular começou a surgir no meio do tronco da árvore, e em seguida, uma pequena abertura. Ýüny ficou pequena novamente e passou pela pequena fenda circular luminosa no tronco da árvore. Após alguns segundos, a fenda se expandiu, abrindo-se em um portal grande o suficiente para eu e Hendry passarmos. Minha pequena amiga retornou em seguida, indicando, com um gesto de mão, o portal para atravessarmos. Fiquei apreensiva com a barreira, mas Ýüny garantiu que ela não fazia mal a quem tivesse permissão.
Dry estendeu o braço para mim; segurei-o e seguimos em direção ao portal. Ýüny estava com sua expressão boba, que ela sempre fazia quando Hendry e eu estávamos lado a lado, mesmo quando lutávamos um contra o outro em nossos treinos. Chegamos próximo ao portal, mas, por algum motivo, senti algo estranho vindo de Éry.
"Baixinha, posso falar com você um instante?", Éry me chamou.
Retirei meu braço do de Hendry, pedi que esperassem e fui até Éry, que estava afastado do portal. As árvores balançavam-se conforme ele se aproximava.
— Aconteceu algo? — perguntei, preocupada.
"Como você está?", franzi o cenho diante de sua pergunta. "Quero dizer, sobre o que descobriu hoje. Sei que deve ter abalado você de alguma forma. Não tivemos tempo de conversar mais sobre"
— Eu não vou fingir que estou bem, grandão... — senti um nó se formar em minha garganta. — Mas, como Ýüny falou, deve ter alguma explicação. E, honestamente, hoje não quero pensar em nenhum problema. Não quero nenhuma preocupação arruinando minha última noite aqui
"Então você realmente decidiu ir?", falou, tristemente. Balancei a cabeça afirmando.
Éry se mostrou contra a ideia de voltarmos desde quando aprendi o feitiço para abrir portais. Era um sentimento que compartilhávamos, pois eu também não queria deixá-lo. Nos últimos quase cinco meses que passamos ali, foram suficientes para eu considerar aquele lugar o meu lar; e a possibilidade de eu realmente pertencer a Dracária era um tentador convite para permanência. Mas, como Hendry disse, havia coisas a resolver.
"Se é a sua escolha... Bom, divirta-se. Quando acabar, me mande uma nota de fogo; envie uma caso precise de ajuda também, essas fadas às vezes pegam pesado. Não deixe aquele frouxo comer nenhuma erva que as fadas da floresta derem, ele pode acabar dando trabalho como sempre. E nada de lutas com a fada de cabelos azuis, ninguém vai a um baile para ver lutas. E...", ele parou, preocupado, ao ver lágrimas descerem em meu rosto. "O que aconteceu?"
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Além da Neve
FantasyNas misteriosas terras de Celestria, haviam onze reinos que eram únicos a sua maneira. Quatro deles, eram os mais próspero e dominantes. Em um desses quatros reinos, chamado de Frosthaven, onde o inverno incessante era sua principal característica...