Capítulo 20

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Quando o último Trovarghoul caiu no chão sem a cabeça, permiti-me cair no chão de joelhos

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Quando o último Trovarghoul caiu no chão sem a cabeça, permiti-me cair no chão de joelhos. Meu corpo finalmente cedeu ao cansaço. Nunca havia estado em uma batalha tão intensa quanto aquela, e me sentia ótima. O silêncio voltara a se instalar na floresta; só conseguia-se ouvir nossas respirações ofegantes, o gélido vento uivando entre as árvores e os corações palpitando fortemente no peito.

Hendry estava apoiado em sua espada e em um de seus joelhos no chão; Valandriel estava sentado com o corpo inclinado para frente; Ýüny sentou-se com as pernas cruzadas ao meu lado. Estávamos todos suados e cobertos de sangue de Trovarghouls. Em Frosthaven, eu sempre tinha que andar, me vestir, sentar, falar, agir e pensar como a princesa perfeita; mas, pela primeira vez, eu estava sendo eu mesma em meio a uma batalha contra criaturas bestiais como aquelas. Meu cabelo estava coberto de sangue e emaranhado, vários arranhões e machucados enfeitavam meu corpo, mas eu nunca estive tão feliz.

"Se Elara me visse agora, morreria do coração", pensei, rindo internamente.

Os guardas elfos que Elowen havia convocado chegaram através de portais e ficaram completamente atônitos com o que viram. Alguns passaram pela barreira para verificar os civis, enquanto outros foram verificar se ainda haviam Trovarghouls vivos.

A brisa fria da floresta bateu em meu rosto, mas ainda não era capaz de esfriar o sangue que pulsava em meu corpo. Olhei para meus companheiros, que pareciam tão satisfeitos quanto eu, e senti que algo importante havia se formado naquela noite.

— Como vocês estão? — Elowen perguntou, aproximando-se, acompanhado de Faeryn, que correu em direção à sua filha.

— Com sede e fome — respondi, limpando minha espada na manga da blusa, e pensando nos pães que Zerphy costumava fazer para mim.

— Vou precisar dormir dentro da água por uma semana para tirar todo esse sangue — Ýüny reclamou, fazendo cara de nojo enquanto tentava remover o sangue de seu braço.

— Estou exausto! — Hendry falou, sorrindo. — Impedir que o orelhudo ali fosse morto foi a parte mais exaustiva!

— Você é hilário — Valandriel ironizou. — Fui eu quem teve que lutar em dobro para salvar seu rabo. Mal conseguia cortar a cabeça de alguns.

— Com licença! — Ýüny pigarreou, indo em direção aos meninos. — Mas vocês devem toda a gratidão e devoção a mim. Eu matei vários de uma só vez!

— Com a ajuda da Kaly! Não se gabe tanto — Hendry rebateu, fazendo Valandriel gargalhar alto.

Observar aqueles quatro em plena discussão me fez sorrir. Fiquei feliz por todos terem sobrevivido, mas minha felicidade durou muito pouco. Senti um cheiro de magia diferente. Era tão forte que me deixou tonta e desnorteada.

— KALYNDRA! — Hendry gritou.

Olhei para trás e vi um Trovarghoul, muito maior do que os outros, vindo em minha direção. Pulou para me atacar tão rapidamente que não tive reação alguma para desviar ou me defender. Na mesma hora, a sombra da espada de Hendry passou a milímetros do meu rosto, acertando um dos olhos da criatura, que soltou um grito doloroso.

Hendry correu a uma velocidade absurda em direção ao Trovarghoul com minha espada em sua mão. Como se não estivesse nem um pouco cansado, pulou na cabeça da fera e perfurou o outro olho. Em seguida, retirou as duas espadas dos olhos da criatura. O Trovarghoul se balançava de um lado para o outro, tentando tirar Hendry de sua cabeça, fazendo o chão tremer. Em uma questão de segundos, lançou Hendry no ar, que por sua vez, deu um giro e caiu novamente na cabeça do Trovarghoul, partindo-a ao meio. O corpo do monstro caiu bem na minha frente, levantando uma leve poeira devido ao seu tamanho. Eu estava completamente sem reação.

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