Capítulo 6

347 67 273
                                    

Após atravessar o extenso jardim coberto de neve, cheguei ao grande roseiral do castelo, que possuía apenas rosas brancas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Após atravessar o extenso jardim coberto de neve, cheguei ao grande roseiral do castelo, que possuía apenas rosas brancas. A estrutura era feita completamente de mármore, e havia colunas detalhada sustentando os altos telhados. Havia quatro caminhos que serpenteavam entre as rosas e levavam ao centro, onde um lindo gazebo, também de mármore, com um banco confortável ficava.

O lugar era tão vasto que qualquer um que não o conhecesse facilmente, se perderia. Era um dos poucos lugares que me proporcionavam sensação de paz, por isso, ninguém no castelo ousava ir até lá. O chamávamos de "Palácio das Rosas".

Sentei-me no banco do gazebo e deixei que todas as minhas emoções fossem liberadas através das lágrimas.

"Se uma princesa de apenas 12 anos está sendo prometida em casamento, então o nome que não deu tempo de ler só pode ser o da Ava", pensei, sentindo a dor em meu peito crescer.

Eu sabia que meu pai daria a vida pelo reino, mas vender a própria filha era algo que eu nunca pensei que ele fosse capaz de fazer. Ava ainda era uma criança e já estava sendo prometida a alguém que não conhecia. Pensei em Laya também, e em como o poder de escolha estava sendo arrancado de ambas, antes mesmo de poderem reivindicá-lo.

Abracei minha barriga. Senti meu estômago revirar, como se fosse sair pela minha boca. Me senti enojada. Todo o meu corpo reagiu ao pensar em minha irmãzinha subindo ao altar contra a sua vontade. Só conseguia pensar em protegê-la. Mataria quem fosse preciso para impedir que isso acontecesse.

De repente, senti um enorme calor em todo o meu corpo. Eu já havia sentido algo parecido quando estava próxima de Solarianos como Laya ou o rei, mas nunca tão forte como naquele momento. Senti que meu corpo estava praticamente entrando em ebulição. Quando levantei os olhos, uma figura distinta estava a me encarar. O príncipe de Solaria me observava com uma expressão séria. Me levantei rapidamente, enxugando as lágrimas do rosto. Odiava chorar na frente das pessoas, ainda mais na frente de um Solariano que estava invadindo meu único lugar de paz.

— Príncipe Hendry — inclinei a cabeça em uma pequena reverência e o encarei.

Hendry tinha uma aparência semelhante à de Laya. Sua pele parecia estar reluzindo; seus cabelos dourados, muito arrumados, pareciam fios de ouro refletindo com qualquer fresta de luz; seus olhos verdes possuíam o poder de prender qualquer um; e seu maxilar, levemente marcado, contrastava perfeitamente com suas maçãs do rosto. Os Solarianos possuíam a beleza avassaladora como sua principal característica, mas eu sempre achei que isso não passava de presunção e puro ego.

Ele era alto, e apesar do traje vermelho e dourado — assim como meu vestido —, podia-se notar que seu corpo era um pouco musculoso. O que não fazia sentido para mim, já que o príncipe não parecia fazer esforço algum além de sentar em seu trono, participar de bailes e ser "perfeitinho".

— Princesa Kaalyndra — O príncipe inclinou seu corpo em reverência. — Eu não sabia que havia mais alguém aqui.

— É o único lugar em todo o castelo que qualquer pessoa, que não seja eu ou os podadores, está proibido de visitar — falei, friamente. — O que faz aqui?

Além da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora