Capítulo 49

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— Vamos, lindeza, abra esses lindos olhos — aquela voz sinistra sussurrou em meu rosto

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— Vamos, lindeza, abra esses lindos olhos — aquela voz sinistra sussurrou em meu rosto.

Abri os olhos lentamente. Minha visão, inicialmente turva, começou a se clarear e finalmente pude ver o rosto do Marcado, que agora eu sabia se chamar Vorak, me encarando como se eu fosse uma presa há muito almejada e, enfim, capturada. Seu rosto não tinha sinais de queimaduras ou machucados, e o ferimento que eu havia causado com minha adaga também havia desaparecido.

— SEU MALDITO! — rosnei, tentando avançar em sua direção, mas fui imediatamente impedida.

Só então percebi que correntes prendiam meus pulsos e tornozelos, impossibilitando qualquer movimento. Todas elas estavam fincadas na parede de pedra atrás de mim. Tentei entoar um feitiço para me libertar, mas runas antimagia brilharam ao redor das correntes. Gritei, tentando me soltar, mas foi em vão.

— Eu realmente adoro sua ferocidade, princesa — um meio sorriso surgiu em seus lábios.

O lugar cheirava a mofo e era mal iluminado por duas tochas em cada canto. Havia uma grade atrás dele. Eu estava de joelhos diante daquele ser repulsivo, com seu olhar imponente fixo em mim. Sua risada macabra ecoou nas paredes repletas de manchas e símbolos estranhos. Senti algo quente escorrer pelo meu rosto e soube que era sangue pelo cheiro. Ignorei a dor pulsante na minha cabeça e o encarei com os olhos ardendo de raiva.

— Se fez mal à minha irmã ou a qualquer um dos meus amigos, eu vou sair daqui carregando a cabeça de todos vocês! — bradei, sentindo a fúria me consumir.

Ele desferiu um tapa forte no meu rosto, causando uma dor aguda; logo depois, senti o gosto metálico de sangue na boca. Vorak levantou meu queixo bruscamente, apertando minhas bochechas com força.

— É encantadora toda essa sua força bruta, mas não abuse da minha paciência, menina — sua voz era gélida e penetrante.

O medo que ele causava em mim superava até mesmo o medo de August. Tudo nele era aterrorizante o suficiente para me tirar o fôlego. E o medo se intensificou ao lembrar de Avalyn, Éry, Hendry e os outros no meio daqueles monstros — e não me referia apenas aos Trovarghouls. Muitos Marcados estavam ali, e temi que o pior tivesse acontecido. Procurei a voz de Éry em minha mente, mas só encontrei silêncio. Tentei sentir o calor de Hendry, mas não havia nada além da fria sensação do medo. Ele sempre pensava em mim, Éry garantiu que sim. Por que eu não o sentia então? Será que...

"Não, ele está bem... Todos eles estão bem. Precisam estar", pensei, inquieta.

— Se está tentando se comunicar com o seu dragão de estimação, desista, lindeza — ele sentou-se em uma cadeira à minha frente, cruzando as pernas e retirando as luvas de suas mãos. — Você está coberta de runas que impedem até mesmo que ele saiba sua localização. Infelizmente, aqueles idiotas deixaram seus amigos escaparem, mas isso não é problema. — ele sorriu novamente. Não deixei transparecer o alívio ao saber que eles haviam conseguido fugir. — Quando eu os encontrar novamente, farei com que sofram tanto quanto você vai sofrer aqui. Principalmente o dragão, por me fazer sentir o cheiro de minha própria pele queimada por dias.

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