Capítulo 16

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Entrei no cômodo, e a grande cama que costumava ficar ali havia desaparecido

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Entrei no cômodo, e a grande cama que costumava ficar ali havia desaparecido. Desembainhei minha espada e a mantive à frente do meu corpo. Um forte aroma de lírio-d 'água invadiu minhas narinas. Eu conhecia bem aquele cheiro e não iria permitir que ela vencesse.

— Ýüny, não é um bom momento! Seja lá o que estiver aprontando, pare agora mesmo! — bradei, olhando ao redor.

Continuei olhando em volta. Utilizei um feitiço que revelava qualquer coisa invisível. Observei de soslaio uma silhueta se aproximando de mim, virei-me rapidamente, parando o golpe da Ýüny com a minha espada. Ela ostentava um sorriso travesso no rosto. Girou seu bastão, que tinha uma lâmina de cada lado, sobre a cabeça e tentou acertar minha perna esquerda; desviei para trás. Em seguida, tentou atingir meu ombro, girei e desferi um golpe em suas costelas com o lado não cortante da espada, fazendo-a cair no chão. Ela se levantou rapidamente, reduziu seu tamanho e voltou a ficar invisível.

— Fada desgraçada! — murmurei.

Ouvi sua risada ecoando por todo o quarto. Sentei no chão, com as pernas cruzadas, e procurei me concentrar no cheiro de sua magia e nos sons produzidos por suas asas. No momento em que ela tentou se aproximar de mim, lancei runas que formavam uma gaiola — aprisionava qualquer ser mágico, impedindo o uso de magia.

— Não é nada justo! — Ýüny reclamou, ficando visível novamente. — Eu não usei magia dessa vez!

— Mas usou todas as outras vezes — embainhei minha espada e a coloquei perto da cômoda. — Não é um bom momento, Ýüny.

— Aconteceu algo? — perguntou, preocupada.

— Você não deveria estar ajudando as outras fadas? — mudei de assunto.

— Hoje está cheio, duvido que sintam minha falta. E quem é que gosta de ficar servindo velhos ranzinzas que ficam reclamando de tudo para o meu pai? — retrucou, com mal humor.

Entrei no banheiro que havia no quarto, joguei água no rosto e comecei a curar os leves ferimentos que eu havia conseguido no treinamento com o Hendry.

— O seu pai é literalmente o protetor das fadas, é o dever dele — mencionei, gemendo de dor ao fechar um corte no braço.

— Não deixa de ser chato! — Ýüny reclamou. — Agora, dá para me tirar daqui?

— Traz a minha cama de volta!

— Pode deixar! — exclamou.

Ýüny soltou um sorrisinho travesso que eu reconhecia bem. Descobri que fadas realmente não sabiam disfarçar seus sentimentos ou mentir; isso me foi de grande ajuda todas as vezes em que Ýüny tentou pregar uma peça em mim. Também explicava o fato de a Sra. Tini nunca esconder bem que meu pai não queria que eu me tornasse uma feiticeira completa. Na verdade, elas eram sinceras demais e super vaidosas.

— E sem pegadinhas, ou eu arranco cada uma de suas asas! — gritei, ela ficou em silencio.

Voltei para o centro do quarto, onde ela estava, cruzei os braços e cerrei os olhos.

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