Capítulo 47

181 28 45
                                    

Éry sobrevoava entre as nuvens, tomando cuidado para que ninguém o visse, mas sem perder de vista Kellan, Hendry, Eldric e Valandriel, que iam a cavalo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Éry sobrevoava entre as nuvens, tomando cuidado para que ninguém o visse, mas sem perder de vista Kellan, Hendry, Eldric e Valandriel, que iam a cavalo. Kellan pediu que não abríssemos portais, pois o odor da nossa magia se exalaria — o que só confirmou minhas suspeitas sobre o que iríamos encontrar. Ýüny tentava acompanhar Éry, que subia e descia, acelerava e rodava no ar conforme os pedidos de uma Avalyn completamente eufórica e sorridente.

Olhar para ela me fez lembrar a primeira vez em que voei com Éry. Fechei os olhos e me permiti reviver aquela emoção novamente: o vento fazendo meus cabelos esvoaçarem, a sensação gélida das nuvens tocando minha pele, o frio na barriga quando Éry girava no ar, o coração acelerado quando a velocidade aumentava. Cada toque da magnificência de voar com Éryagonn quase me fazia esquecer das coisas ruins que estavam acontecendo com todos. Eu poderia ficar ali, sobrevoando o mundo com as pessoas que amava; mas sabia bem que os problemas que me perseguiam jamais permitiriam que algo tão relativamente simples durasse para sempre.

Não soube calcular quanto tempo havia passado desde que deixamos a montanha, mas pude ver uma espécie de planície nevada. Éry começou a descer assim que os cavalos pararam. Ajudei Avalyn a descer e saltei das costas de Éry.

— Chegamos — Kellan falou com a voz baixa, como se nos instruísse a fazer o mesmo.

Avalyn segurou minha mão direita e olhava ao redor com os olhos franzidos. Um odor de medo exalava dela. Acredito que Éry também sentiu, pois se colocou ao seu lado e nos protegia com uma de suas asas. Ele estava muito mais protetor do que de costume. Olhei ao redor e não conseguia ver nada além da sombra de algumas poucas árvores na linha do horizonte. Como era um local aberto, a lua iluminava bem, mas tudo o que eu via era um deserto nevado. O ar do local estava pesado, o que dificultava levemente a respiração.

— E onde é exatamente aqui? — Ýüny questionou, falando no mesmo tom de voz que o menino.

— Venham comigo — ele respondeu, passando por todos nós.

O seguimos devagar. Após passarmos de um ponto, o ar rarefeito se intensificou e, por algum motivo, senti um arrepio na espinha. Ava apertou minha mão; sua respiração estava ofegante. Seu olhar vagava de um ponto a outro.

— Está tudo bem, Ava? — sussurrei, abaixando-me. Ela virou-se para mim.

— Está sentindo isso? — sua voz soou ainda mais baixo.

— Eu sei, por alguma razão o ar aqui é mais pesado e...

— Não, não é isso — ela me interrompeu e olhou para onde Kellan seguia. — Deixa pra lá.

Franzi o cenho. Eldric se aproximou.

— O que está acontecendo? — perguntou, olhando de forma preocupada para Avalyn.

— Ela está sentindo alguma coisa — respondi, e todos pararam de andar.

— Talvez seja melhor ela voltar, Ka... estou com um pressentimento ruim — Eldric falou firme, olhando ao redor.

Além da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora