Após longos minutos entediantes, meu pai lançou-me um olhar que dizia "mexa-se, agora!". E eu, como um cão na corrente, precisava obedecer.
Segui até onde Avalyn e Laya estavam experimentando todos os doces da mesa, o que me fez repreendê-las, pois poderiam ter dor de barriga no dia seguinte. Com muitos protestos, as duas retiraram-se e foram sentar para saborear o que tinham pego.
— Deveria interagir com os convidados, querida — minha mãe falou, aproximando-se de mim.
— Não acho que tenha alguém interessante aqui — respondi, fazendo uma cara de tédio que fez minha mãe sorrir.
— Eu disse que você iria passar a odiar os bailes reais — minha mãe falou, entrelaçando seu braço no meu e nos conduzindo pelo salão.
— E você estava certa, como sempre.
— Sabe, querida, sei que odeia quando seu pai lhe obriga a fazer coisas que não gosta — ela começou, depois de sorrir para alguém que passou por nós duas. Provavelmente aquele assunto era por causa do café da manhã. —, mas ele faz tudo pensando em protegê-la. Mesmo com um jeito brusco de demonstrar, ele a ama imensamente.
— Há quanto tempo vocês sabiam sobre mim e o Eldric? — perguntei, sem rodeios.
— Desde o início — a encarei surpresa, o que a fez sorrir. — Você não é muito boa em esconder seus sentimentos, floquinho de neve — sorri do meu apelido de infância.
— A Colheita, não é?
— Exatamente. Você sempre ficava triste com essa época do ano, porque seus amigos sofriam por seus pais irem para aquele lugar — começou a explicar. — Mas, há quatro anos, pareceu insuportável para você quando a Colheita chegou. Seu pai passou a observa-la melhor após isso, foi como ele descobriu.
Ergui minhas sobrancelhas, completamente atônita. Não sabia que eu era tão ruim em esconder meus sentimentos.
— Mas não entendo o porquê meu pai é tão contra eu ficar com ele — confessei. — A senhora era uma plebeia, mãe, isso é pura hipocrisia — senti um nó se formar em minha garganta.
— Acha que seu pai é contra por ele ser um plebeu? — minha mãe parou e me olhou profundamente nos olhos. Assenti com a cabeça. — Meu amor, a última coisa que seu pai pensou foi no título dele.
— Você estava lá, mãe, ele deixou bem claro que eu deveria me casar com um príncipe ou um nobre — algumas pessoas começaram a nos olhar, mesmo que estivéssemos conversando baixo.
— Apenas para te proteger, Kaalyndra — ela respondeu, nos fazendo andar para perto do palanque, onde havia poucas pessoas. Ela me olhou séria, como dificilmente fazia. — Há coisas que seu pai teve que abrir mão para colocar sua segurança e a da Avalyn em primeiro lugar. Sei que não concorda, mas devia confiar mais nele.
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Além da Neve
FantasyNas misteriosas terras de Celestria, haviam onze reinos que eram únicos a sua maneira. Quatro deles, eram os mais próspero e dominantes. Em um desses quatros reinos, chamado de Frosthaven, onde o inverno incessante era sua principal característica...