Nas misteriosas terras de Celestria, haviam onze reinos que eram únicos a sua maneira. Quatro deles, eram os mais próspero e dominantes. Em um desses quatros reinos, chamado de Frosthaven, onde o inverno incessante era sua principal característica...
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— Alteza, talvez não seja a melhor escolha para o jantar — repreendeu-me Elara, enquanto eu prendia meu cabelo no alto da cabeça.
— Como assim? Está perfeito — respondi, olhando-me no espelho.
Meu "traje real" consistia em uma blusa cinza claro de mangas longas — para ocultar minha nova coleção de cicatrizes —, uma calça preta que Ýüny descaradamente colocou em minha bolsa, botas de couro e um corselete também na cor preta. O padrão usual para alguém que passou meses em Dracária.
Vi Elara arfar quando, por hábito, comecei a colocar duas adagas em cada uma das botas. O lema que adotamos enquanto estávamos em Dracária era:
— Enquanto estivermos vivos, tudo pode acontecer — pisquei para a criada.
— Mas é só um jantar, alteza.
— E são só adagas, Elara — sorri para ela. — É por precaução, apenas.
De repente, Avaly irrompeu no cômodo com seu rosto sorridente e radiante. Uma sensação breve de déjà vu inundou minha mente. Elara se retirou após abraçá-la.
— Você está deslumbrante, Lyn!
— E você é a princesa mais linda de toda Celestria! — ela abriu um largo sorriso ao se sentar na cama, mas logo ficou séria.
Ela fitou o chão por um tempo.
— Conversou com o Eldric? — perguntou, de repente.
— Ainda não tive a chance. Sabe me dizer há quanto tempo ele retornou?
— Não muito tempo depois de você desaparecer... Ficamos muito preocupados — ela suspirou.
Ava começou a enrolar uma mecha de seu cabelo entre os dedos, um hábito que sempre fazia quando algo a incomodava. Seu rosto ficou um pouco mais sombrios.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntei.
— Ele não procura mais insetos comigo — ela olhou para mim, seus olhos brilhando com as poucas lágrimas que surgiam.
Assenti, pois sabia o quanto ela amava a busca à insetos com ele.
— Ava, você sabe que agora Eldric tem responsabilidades aqui no palácio como guarda real — ela assentiu. — Tenho certeza de que, quando ele tiver um tempo, irá procurar todos os insetos que conseguir encontrar com você.
Ela continuou olhando para o chão. Às vezes, ela ficava absorta em seus próprios pensamentos, o que me preocupava. Rapidamente, no entanto, ela abriu um sorriso contido.
— Você está certa! — respondeu. — Podemos descer? Quero sentar perto da torta de mirtilo antes da Laya.
— Claro, podemos sim.
Ela segurou minha mão enquanto descíamos, falando sobre a mais recente adição à sua colmeia: um adorável besouro chamado Bony — palavras dela. Enquanto ela detalhava os atributos do novo membro da colmeia, tentei pensar sobre o verdadeiro motivo para Eldric não ter participado da caça mensal de insetos dela. Todos os guardas tinham duas folgas durante a semana, e não importava o quão ocupado ele estivesse, ele nunca deixou de participar. Nem uma única vez.
