Nas misteriosas terras de Celestria, haviam onze reinos que eram únicos a sua maneira. Quatro deles, eram os mais próspero e dominantes. Em um desses quatros reinos, chamado de Frosthaven, onde o inverno incessante era sua principal característica...
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Toquei no rosto de Hendry; ele começou a ficar gelado e estava suando frio. Entrei em desespero. O dragão aproximou o enorme focinho, que era muito maior do que eu, perto dele e começou a abrir a boca. Sem pensar duas vezes, peguei minha espada das mãos de Hendry, coloquei-me entre seu corpo e o focinho do dragão, preparada para atacar se necessário.
— Afaste-se dele! — gritei, tentando manter a voz firme.
"Não farei mal ao rapaz, filha de Dracária. Ele se cortou, e há fragmentos de daphirix por todo o ferimento. Preciso retirá-los, ou ele morrerá", disse o dragão.
Eu não entendi por que ele estava me chamando de "filha de Dracária", mas isso não era o mais importante. Comecei a procurar ferimentos no corpo de Hendry. No braço esquerdo do meu casaco, havia uma enorme mancha de sangue. Retirei o casaco, levantei a manga da blusa dele, e fiquei sem ar quando vi um corte que parecia estar queimando; ao redor do corte, haviam linhas pretas. Seu corpo parecia cada vez mais frio, e o corte, cada vez mais feio.
— Que droga! Parece que ele se esforça para morrer! — bradei, completamente apavorada.
"Me deixe ajuda-lo, ele não terá muito mais tempo", o dragão falou, como se tivesse invadido a minha mente.
Mesmo hesitante, me afastei e permiti que o dragão se aproximasse. Ele cheirou Hendry, abriu a boca e soltou algo parecido com uma névoa azul. Meus olhos se abriram completamente para o que vi em seguida; alguns fragmentos azuis muito pequenos começaram a sair com a névoa que retornava para a boca do dragão. Hendry começou a gritar de dor, se debatendo no chão, enquanto seu ferimento fechava à medida que os fragmentos saíam. Após toda a névoa retornar para dentro do dragão, Hendry parou de se debater e começou a abrir os olhos lentamente. Segurei seu rosto suado e suspirei aliviada por ele não ter morrido, sentindo a tensão deixar meu corpo. Sentei ao seu lado, tentando respirar normalmente.
— Dá para parar de tentar morrer?! — exigi, ainda tentando me situar.
— Dessa vez não foi por querer, eu juro... — defendeu-se, com muita dificuldade.
— Como você se cortou? — perguntei, após dar um tapa em seu ombro.
— Acabei escorregando no gelo e bati em um desses trecos pontudos.
Olhei para o dragão, que ergueu a cabeça para o alto, abriu a boca e lançou a névoa com os fragmentos no teto da caverna. Em seguida, chamas azuis saíram de sua boca, e uma nova estalactite de gelo se formou. Ele abaixou novamente a cabeça, apenas assim conseguia nos observar.
— Obrigada... — falei, quase sem voz, para o dragão, ainda atônita com tudo o que aconteceu.
"É um prazer ajudar as pessoas que me despertaram", foi sua resposta.
Ajudei Hendry a se levantar. O dragão deitou-se na posição que estava antes.
— É, muito obrigada por salvar a minha vida — Hendry agradeceu, dando uma leve reverência com a cabeça.
