Capítulo 51

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— Sempre fazendo o que bem entende

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— Sempre fazendo o que bem entende... — Vorak murmurou com frieza, seus olhos penetrantes observando Eldric.

— Não ferra, eu quase consegui! — Eldric rebateu, erguendo-se com um movimento brusco, a frustração estampada em seu rosto. Ele se virou, enfrentando o olhar gelado do homem à sua frente.

— E estragou tudo, como sempre — Vorak disse, com uma voz áspera. Permaneci sentada no chão, o corpo paralisado pela incerteza e pela dor. — Eu estava preocupado com você. Sumiu quando estávamos na colina, depois de me ajudar. Faz um dia inteiro...

"Um dia inteiro?", pensei, sentindo um nó apertar-se em meu peito. Como aquilo era possível? O desespero começou a crescer em mim.

— Precisei garantir que eles não suspeitassem de mim — Eldric respondeu. Vorak o olhava com seus olhos semicerrados, avaliando-o com uma mistura de desconfiança e curiosidade.

— E por que está tão machucado? — questionou.

— Um dos seus malditos liderados me confundiu com aqueles idiotas — Eldric respondeu, com uma frieza que me surpreendeu. Ele cruzou os braços atrás das costas, assumindo uma postura rígida e controlada, como a de um soldado.

— E o que fez quanto a isso? — a voz de Vorak era um sussurro ameaçador, carregada de uma expectativa sombria.

— Arranquei a cabeça dele fora... como você me ensinou, pai — Eldric respondeu, apático.

O rosto de Vorak endureceu, seus olhos tornando-se duas fendas sombrias.

— Matou um Marcado? — Vorak repetiu, seu tom cheio de tensão. Eldric apenas assentiu com um movimento lento de cabeça, como se aquilo não fosse nada demais. Então, um sorriso sombrio se formou nos lábios de Vorak, e ele estendeu a mão, pousando-a sobre o ombro do filho. — Sua agressividade o torna poderoso. Não poderia esperar menos do meu filho... meu sucessor.

Vi Eldric apertar o punho. Eu não conseguia — ou talvez não quisesse — acreditar no que ouvia. Contive os soluços com a mão e tentei me arrastar para longe dali. Sabia que nem toda a força do mundo me faria levantar e correr.  Enquanto me arrastava, desejei que aquilo fosse apenas um pesadelo, algo que poderia acabar se eu fechasse os olhos forte o suficiente. Mas, quando Eldric se aproximou e puxou as correntes presas aos meus tornozelos, a realidade me atingiu com força. Isso estava acontecendo. Eu estava à mercê do homem que amei por tanto tempo, e ele havia me traído de uma forma que eu nunca imaginaria.

— Deixou as correntes com as runas para que ela não conseguisse usar magia? — Vorak começou a rir, uma risada profunda e cruel que ecoava pelas paredes do corredor. — Quanta perspicácia. Coloque-a de volta na cela e depois venha para a sala de reuniões. Ele está aqui e quer falar com você.

Quando Eldric me pegou no colo, comecei a me debater freneticamente, mas era inútil. Meus gritos ficavam presos na garganta, sufocados pelo pânico e pela dor. A dor física não se comparava à sensação de ter meu coração esmagado. Como eu pude ser tão cega? Eldric me lançou sobre os ombros e seguiu em direção à cela sem dizer uma palavra. Não demorou muito para chegarmos. Ele me colocou de volta na cela com uma frieza que não reconheci nele. As correntes me puxaram automaticamente contra a parede. Um grito de dor escapou de mim, rasgando o ar. Eldric não olhava para mim em nenhum momento, aquele desgraçado havia acabado comigo e não se dava o trabalho de olhar para mim.

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