Capítulo 15

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Hendry me cercava com a espada em suas mãos

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Hendry me cercava com a espada em suas mãos. Em seguida, avançou na minha direção, atacando-me pelas costas; abaixei-me e girei os calcanhares, defendendo-me com minha espada. Desferi um golpe em sua costela esquerda, mas ele desviou abaixando-se. Rapidamente, ele girou no chão com a perna esticada e aplicou uma rasteira, da qual não consegui desviar, caindo de costas no chão, enquanto ele apontava a espada para minha garganta.

— Você precisa se concentrar em proteger seus pontos cegos — instruiu. — Utilize magia, se necessário, mas nunca deixe seus pontos cegos desprotegidos.

Ele estendeu a mão para me ajudar a levantar. Estávamos em mais um dia de treinamento matinal em uma das arenas de treino que havia em Dracária; ela estava parcialmente destruída, mas era incrível para treinamento. Possuía um formato redondo e, por toda a sua volta, havia arquibancadas. Por algum motivo, ela ficava flutuando entre duas cachoeiras. Era um lugar muito bonito.

Já haviam se passado quatro meses e meio desde que chegamos em Dracária. Eu aprendi centenas de feitiços, tendo que usar magia para adicionar muitas páginas ao meu grimório. Os dias aqui passavam tão devagar que pareciam ter se passado anos. Nossa rotina basicamente consistia em estudar feitiços e treinar. Hendry se tornou meu treinador desde o dia em que descobri que ele era o melhor espadachim que já havia visto.

Na nossa primeira semana aqui, um Trovarghoul surgiu à nossa frente enquanto caçávamos com Éry e Ýüny — aparentemente, o Trovarghoul estava sem seu dono. Antes que Éry pudesse nos socorrer, Hendry matou o Trovarghoul com grande maestria. Ele ficou insistindo por semanas que havia sido sorte, mas eu sabia exatamente o que tinha visto. Naquele dia, descobrimos as fraquezas de um Trovarghoul, que eram completamente diferentes do que nos ensinaram a vida toda. Desde então, ele estava me treinado. Tive que implorar muito e deixá-lo me chamar de "minha deusa", ou "esquentadinha", enquanto nossos treinos durassem, mas valeu muito a pena.

— Dá um tempo, estamos treinando a horas — retruquei.

— Você está distraída — pontuou, colocando na bainha a espada que achou no palácio.

Guardei minha espada na bainha e deitei-me no chão da arena, usando o braço para proteger meus olhos do sol. Hendry sentou-se ao meu lado, senti seus olhos sobre mim. Ficamos alguns minutos aproveitando o sol em Dracária — que acabei descobrindo gostar. Costumava pensar que muita exposição ao sol me mataria, como quase aconteceu com Hendry na tempestade, mas eu me sentia bem, tanto no sol quanto no frio.

— O que está distraindo você? — Hendry perguntou.

Me levantei e sentei.

— Dry, você quer voltar? — ele franziu o cenho. — É, sei que parece loucura... eu só não sei se estou pronta para abandonar isso. Se mesmo em ruínas esse lugar é incrível assim, dá para imaginar como era na época do Éry... eu me sinto livre aqui.

— Eu entendo você. Aqui nada pode nos alcançar. Nos preocupamos unicamente com um ou dois centauros arruaceiros, fadas pregando peças — ele encarou o palácio, que estava majestosamente brilhando com a luz do sol. — Sem acordo, sem cobranças...

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