Capítulo 50

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Não consegui dormir por muito tempo, pois meu corpo tremia de frio

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Não consegui dormir por muito tempo, pois meu corpo tremia de frio. Os calafrios que me percorriam eram decorrentes da febre que me atormentou por horas. Meu corpo mal respondia aos meus comandos. Nunca havia sentido tanta fraqueza. Não comia nada desde o treinamento no CTF, e o sono, certamente, não era meu melhor aliado ali. Eu conseguia sentir meu corpo se deteriorando, célula por célula.

"Que situação nada formidável", sussurrou a mesma voz que eu não ouvia há dias.

Olhei ao redor, pois a ouvi claramente. Mas não havia ninguém além do breu incessante. Minhas pálpebras estavam pesadas e fecharam-se involuntariamente.

— Devo estar delirando por causa da febre — murmurei.

"Deixe-me ajudá-la", sussurrou novamente a voz.

— Não está cantando hoje — rebati, certa de que falava unicamente com o vento.

"Quer que eu cante para você?"

— Quero que vá embora. Não estou disposta a dar ouvidos à minha loucura no momento... — Um gemido escapou de minha boca ao tentar mudar a perna de posição.

Seguiu-se um breve silêncio.

"Eu voltarei."

Suspirei. O silêncio reinou novamente. Senti a fraqueza se intensificar. De repente, ouvi a grade se abrir, e as tochas se acenderam. Eu estava fraca demais, mal conseguia manter os olhos abertos. Vi um dos Marcados — ou outra pessoa que pensei reconhecer — chutar um homem para dentro da cela, jogando-o aos meus pés. Suas costas estavam ensanguentadas, cobertas de feridas que pareciam ter sido causadas por chicotes. O Marcado se retirou, mas as tochas permaneceram acesas.

Sacudi a cabeça algumas vezes, tentando me manter acordada. Olhei para o homem aos meus pés. Ele gemia de dor. Percorri seu corpo quase inerte, dos pés à cabeça, e quase fiquei sem ar ao reconhecer quem era. Nem todos haviam conseguido fugir.

— Eldric! — chamei, com a maior força que minha fraqueza permitiu, enquanto as lágrimas assumiam o controle da minha visão. — Pelos deuses... Eldric!

Seu corpo estremeceu, e, com muito esforço, ele levantou a cabeça. Vi o desespero em seu rosto ao me ver. Tentei puxar as correntes, em vão. Eldric se arrastou até mim, segurando meu rosto. Meu corpo deu um sobressalto involuntário; suas mãos estavam mais frias do que de costume.

— Você está viva... — suas palavras saíram como um gemido de dor. — Graças aos céus, você está viva...

Algumas lágrimas lavavam o sangue em seu rosto.

— Você está machucado — um soluço escapou de mim. — O que fizeram com você, El? Por que não conseguiu fugir com os outros?

— Você está muito machucada... — ele exclamou, sua expressão mudando para raiva. — Eu vou matar esses desgraçados.

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