7

1.2K 131 2
                                    

— Disseram que eles estavam aqui! — ouvimos uma voz grave, quase em um sussurro, e eu aceno para ele que está do outro lado da porta. A porta se abre lentamente e eu bato com o cano da arma na cabeça do cara, que cai e atiro, estourando seu crânio. A mulher fardada atrás mira em mim, mas cai no chão imediatamente quando o som da arma de Rex dispara. 

— É, nós estávamos! — zomba e passamos pelo corpo dos dois, ele não faz questão nem de saltar, pisando nos mesmos. No fundo da escada, um policial bota a cara e eu atiro, me abaixando quando uma bala passa de raspão. O cara atira de novo e eu acerto-o no meio da testa. 

— Toma essa, babaca! — Comemorei e um silêncio surge, me fazendo arrepiar, lembrando-me da bala que passou de raspão. Escuto barulho e aperto os olhos, olhando para o fim da escada onde o cara caiu — Rex? Não me diz que você foi atingido? 

— Não fala merda. Cola na parede! — obedeço, virando-me e percebo que ele está olhando para cima, para onde viemos, o que é estranho já que sabemos que não há ninguém lá. Um cara chega silenciosamente na porta e Rex atira em sua perna, fazendo-o cair. Franzo o nariz — não é que tinha mesmo gente vindo pelas costas — ele atira no peito do cara, subindo novamente, confiro o lado de baixo, vendo mais dois chegando e atiro em ambos, não os dando tempo nem para revidar. — Vão chegar reforços? — questiona enquanto enforca o cara banhado em sangue. — Não irei perguntar novamente! — aponta a arma para sua testa e o cara chora feito criança, ele dá mais um tiro em seu peito, em persuasão.

— Só daqui a 15 minutos — assume em agonia — por favor, me poupe, eu imploro! — Rex me olha sadicamente.

 — Quem falou que estávamos aqui? — rosna impaciente.

— Mike, ele é informante da polícia. É tudo que sei, não me mata — o jovem homem implora e eu olho para o outro lado ao escutar um suspiro sem planos de piedade, seguido por um tiro. 

 — Temos um informante diabinha — ele fala naturalmente e eu desço as escadas em silêncio — Own...não me diz que ficou com dó? — olho para ele que desce atrás de mim.

 — Dó? Não. Não terei quando matar você, então não lhe julgo por não ter quando o matou — seus olhos brilham e eu bufo — sádico desgraçado! — reviro os olhos ao sairmos pela porta cuidadosamente. 

 — Foram seis, faltam oito — me abaixo, mirando nos policiais que estão revistando e prendendo algumas pessoas que não conseguiram fugir, atiro, derrubando dois. Rex derruba três do outro lado e as pessoas correm desesperadas. Um policial dentro do carro saca a arma e Rex aponta para sua testa — eu não faria isso se fosse você! — encosta o cano da arma em sua testa e estala a língua em diversão, quando o cara larga a arma e ergue as mãos em rendimento — diabinha? 

— Hum? — respondo ao apelido tosco, me abaixando, à procura dos últimos dois e avisto-os abaixados atrás de uma das viaturas. 

— Cuide deles, quero fazer umas perguntinhas ao nosso amigo! — Ele abre a porta e eu dou cobertura para que ele entre, atirando nos outros que tentam nos atingir. Ele entra e eu me abaixo novamente, revirando todos os cantos com o olhar, fito o pequeno edifício onde estávamos e corro para trás do mesmo, contornando e saindo nas costas dos dois imbecis que estão abaixados à minha procura, me aproximo devagar e encosto o cano da arma em suas nucas. 

 — Me procurando? — debocho e eles viram-se devagar. —  Larga a arma! — eles me obedecem e erguem as mãos em rendimento — tenho uma pergunta! Tem um informante, correto? — Eles assentem com olhos arregalados — descobriram alguma coisa sobre o Rex? Identidade, amigos? 

— Nada! Ele é um fantasma completo, assim como... você! — o cara fardado responde e eu bufo.

— Quais são os planos da polícia? 

— Não querem matar vocês, querem os levar sob custódia e descobrir todos os seus esquemas, para derrubar a máfia e as gangues de todo o país — cospe as palavras. Nada que me surpreenda.

— Por favor, eu tenho uma filha de dois meses — a mulher fala em lágrimas e eu inclino a cabeça, olhando rapidamente para o carro, de onde Rex acaba de sair sujo de sangue, batendo a roupa. 

— Aconselho vocês a não deixarem ele descobrir que sobreviveram...— aperto os olhos, vendo seu olhar totalmente frio e impiedoso de longe — E parabéns pelo bebê — ela sorri agradecida e eu dou dois tiros no chão, assustando-os. Rex me olha e eu vou em sua direção, batendo roupa, fingindo limpar-me. Ele inclina a cabeça para o lado, olhando para atrás de mim, e aperta os olhos. Me recuso a olhar também, sabendo que seria a confirmação de que não os matei. — Conseguiu suas respostas? — Ele me olha fixamente e assente, seus olhos são totalmente vazios e desumanos, tão gélidos quanto a neve. 

 — Ele disse que fomos capturados e o reforço não virá, bom...pelo menos não há tempo, todos conseguirão fugir, tem muitos pirralhos de menor aqui, inclusive você, diabinha — ele roda a pistola em uma mão, brincando em entretenimento próprio, eu paraliso um instante — antes que me pergunte, é só um palpite — debocha.

— O que me entregou? A carinha de neném, certeza — zombo — o que perguntou? Duvido que só queria livrar a cara de " pirralhos " — ele me olha em diversão.

— Tem razão. O Mike está com a polícia, está fazendo eles de otários para nos tirar do caminho e ele assumir tudo, querem levar nós em cana e talvez nos obrigar a trabalhar para eles — Franzo o nariz, nada surpresa — o exército, a polícia e a gangue dele estão atrás de nós. Toma cuidado para não morrer para ninguém a não ser eu, disseram que têm uma máquina de tortura nova, se formos pegos...— faz uma pausa debochadamente dramática — ferrou — concluí, passando o cano da arma lentamente por meu corpo, pego sua arma e o empurro contra o carro. Devido à grande diferença de altura, eu ergo meu pescoço completamente, pressionando a arma em seu pau. Ele me olha sem nenhum medo visível, ao contrário, seus olhos transmitem tesão e divertimento. 

— Não ache que, porque nos ajudamos com a polícia hoje, que terei pena de você. Não somos aliados e, piorou, amigos, Rex, acho melhor você  tomar cuidado. Estou atrás de você e vou tirar tudo que você gosta ou ama, não vai ter ninguém com quem você se importe no final — ouço uma risada sem humor, sou rapidamente desarmada e virada de costas, prensada contra o carro. Ele se aproxima do meu ouvido. 

— Que falta de consideração, gatinha, nosso beijo não significou nada para você? — Finge frustração e pressiona seu membro contra minhas costas, me fazendo arfar. Por que me sinto assim? Por que gosto dessa sensação dele contra meu corpo? — Não vou te matar hoje, gostei da sua coragem, mas lembre-se, estarei na sua cola! — um gemido escapa de minha boca e tento sair, mas ele me prende firmemente contra o carro. — E antes que perca seu tempo, não existe nada! 

 — O quê? — pergunto sem saber de fato do que ele está falando. 

— Não existe ninguém que eu ame, sou um monstro, lembra? — sussurra em meu ouvido e me solta. Viro-me rapidamente, encontrando seu olhar frio em mim —quero continuar nosso joguinho, monstrinha, que tal no galpão que você fez questão de queimar? Espero que saiba usar uma katana! — diz e eu inclino a cabeça com um sorriso.

— Ah, eu sei sim. Sábado, às 1:00 da manhã — ele assente e nós nos viramos em direção aos nossos carros. 

 — Ah, diabinha, havia me esquecido... — paro ao escutar sua voz metálica e grossa, me viro para ele — deveria ter ficado de olho no seu amigo, ele pode se meter em uma...furada — avisa. Arregalo os meus olhos, lembrando-me de Félix, e ele vira-se, indo a passos largos até sua Ferrari vermelha. Caminho até o meu, tremendo e tentando me acalmar, deslizo a tela, entrando no contato de Félix e ligando para o mesmo, sentindo meus olhos arderem.

Não pode ser. Ouço a caixa postal. Não, você não, Félix...

My wife Onde histórias criam vida. Descubra agora