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Tempo atual...

Caminho pelo túnel cercado por bichos...seres das trevas, formando um corredor, todos de cabeças baixas ao passarmos, Matthew na frente, era principalmente a ele que estavam se curvando, Nick ao seu lado e eu atrás, mesmo aqui não sendo não sendo território de seu reinado, ele parece ser tão temido quanto também. Estamos aqui para falar com Alifer, o Rei dos Reis, ele é o mais poderoso e saberá me dar respostas.
    Há alguns anos, matei o filho da puta que diz ser meu pai e quero localizar o corpo, para caso ele seja encontrado não ter provas diretas contra mim, me livrar das coisas como Rex é mais fácil juntamente com o cuidado que tenho em relação a minha identidade, mas deixar o cadáver dele pode ser ruim. Eu o joguei no maldito rio, vi o sangue se espalhando, fiz questão de assistir seu corpo sumir pelas margens do rio...sim fui inconsequente e não podia ter feito aquilo. À uma notícia recente de corpos encontrados no rio, eu e Nick fomos no necrotério, porém não o achamos, não achamos nenhum corpo decomposto na água e nem a anos...essa desgraça até depois de anos me dá trabalho.
     Estou tentando limpar meu exame de teste psicótico, marquei um exame para refazer e tentar ter um bom resultado, preciso conseguir ficar apto para a justiça já que só assim consigo adotar uma criança. Mas aqueles desgraçados sabem quando eu estou mentindo...como? Eu fico revoltado, tem tantas crianças precisando de família e eles não as liberam, eu tenho dinheiro, uma ótima casa para as crianças, elas terá uma mãe também...o que falta? Nada! Mas agora se o maldito aparecer como um lindo cadáver no rio e a notícia vazar antes que Hanna consiga parar, fudeu. Ódio de ser estéril, não pode nem matar mais, porque aí não posso ter a merda de um filho. Eu quero meu bebê e pronto, nem que eu roube de alguém, Hellory deixaria? Não! Mas tudo bem, dou um jeito.
     Adentro a sala que se abre magicamente e fito diretamente os olhos cruéis e totalmente vermelhos de Alifer. Todos nós nos ajoelhamos diante ao ser com chifres enormes, olhos esbugalhados e chamas envolta já que essa palhaçada é um costume e ele apenas assente em respeito a todos nós também — eu não sei onde, mas sei como achar, qual o preço está disposto a pagar? — pergunta com seu timbre horripilante diretamente a mim, ele já sabia o que iria dizer, Nick disse que demônios superiores podiam prever coisas ou senti-las por perto, mas Alifer era pior, ele consegue controlar o passado, presente e o futuro dos mortos e as vezes dos vivos adiantando suas mortes, porém é proibido um demônio interferir nisso.
Cerro meu maxilar, pensando no meu propósito e ele me olha atentamente.

— muito! — ele sorri de canto assentindo, algo de bom não viria por aí, sei disso.

— ok, já aviso que será alto e você pode...morrer.

† †

— Hayley, você estava sendo meu cupido aquele tempo todo? — questiono e ela sorri assentindo, enquanto andávamos para a cama e nos jogamos na mesma.

— juro que foi assim a primeira conversa de verdade com Henrique, ele amoleceu todinho por você — faz biquinho me tacando um travesseiro em provocação — aliás no dia você foi de roupas largas mesmo, não é possível? — nego e ela sorri — sabia, já estava caidinha né safada, não julgo, faria o mesmo — sorri em humor.

— Hayley...quero lhe perguntar uma coisa — aproveito o breve silêncio que se formou olhando em silêncio para a mesma — você se casou, mas...como teve certeza de que era aquilo que queria para o resto da vida? — ela pensa — eu amo Henrique...mas estou com medo, e se no final acabarmos como aqueles casais que não se servem para conviver juntos? Porque nós dois temos nosso lado difícil de lidar, e...se ele deixar de me amar, depois de conseguir o que quer? — ela suspira e segura a minha mão.

— olha, eu fiquei com medo também confesso, mesmo que já era uma coisa normal nós convivermos juntos, porém fiquei insegura, mas percebi que era apenas coisa da minha cabeça. Nick queria me fazer sua mulher, coisa que hoje em dia poucos querem, todos os dias antes e depois ele me prova que ele tinha certeza do que queria, de que me queria — sorri parecendo imensamente contente em poder dizer isso — Henrique parece ter certeza também, mas quem saberá me dizer se ele de fato tem é ele e você...ele demonstra que ama você? — sorri me lembrando de cada pequena e grande demonstração de amor — pois então é isso que você precisa em sua vida, não pense no amanhã, pense no que está se passando hoje e o amanhã é consequência disso — assinto pensativa e ela ri — sem contar que você já colocou na coleira, aquilo alí não te deixa nem se o inferno congelar — dou risada.

My wife Onde histórias criam vida. Descubra agora