Capítulo 1 - Trabalho.

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Nossa! É tão lindo

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Nossa! É tão lindo. 

Admiro o acordar lento das árvores, as folhas secas caindo sobre os bancos de pedra no lado de fora, o cheiro de terra úmida, o Sol batendo nas flores: brancas, amarelas e rosas no grande canteiro. — Cancún é lindo no outono, ninguém deve discordar — dá impressão de viver nas grandes e rústicas cidades de filmes americanos, onde é tudo chique e com um toque de beleza natural. Nossa cidade também é bem conhecida por rachas ilegais e apostas de grande estilo, mas isso tudo é à noite. De dia, é apenas uma grande vila, repleta de adolescentes bagunceiros, adultos gananciosos e a beleza mal apreciada.

Encosto minha cabeça na parede, ao lado das janelas, desviando meus olhos para a porta ao ouvir um pequeno estrondo, compactando a madeira tingida em cinza no batente. Impossível não notar um silêncio se formando, cessando as vozes altas presentes na sala. David, o nosso professor, entra com um olhar sério e preguiçoso, o mesmo de sempre — ele está realmente desesperado para se aposentar e sumir daqui — um suspiro fundo, quase como um rosna, lhe escapa, ele bufa e caminha até sua mesa, depositando sua caderneta e bolsa, então, se posiciona frente à turma e pigarreia um mesmo” Bom dia, turma” capenga de sempre.

— Bom dia! — respondemos em uníssono, ele sorri pela primeira vez desde que entrou, com a sincronização impecável — devo comunicar à classe duas notícias — os alunos cochicham entre si, já esperando o pior — Silêncio! — ordena quase em um berro e todos se calam, diante do seu tom cortante — Como ia falando, temos um aluno novo na classe! Apresento a vocês o senhor Henrique Wistcher — aponta para a porta, anunciando como uma celebridade. Segundos depois, um garoto de cabelos negros e lisos caindo levemente em seus olhos entra, incomodado o suficiente com os fios, para passar a mão grande na cabeça, jogando-os para trás, estilosamente, mesmo que aparente ser inconsciente. Ele é enorme e musculoso, usa um jeans preto e moletom da mesma cor, com a estampa de uma caveira cravada em seu peito. Arqueio as sobrancelhas. Ele paira com os olhos frios na sala, seu semblante sério e impenetrável enquanto olha para todos com uma certa insignificância e raiva. Seu olhar me parece cruel. 

— Quer se apresentar, Sr. Wistcher? — O professor pergunta, ele nega, vindo em minha direção. Franzo o nariz sem perceber, estranhando, mas olho para a carteira à frente, vazia, entendendo o porquê, é a única em toda a sala. Ele colocou a mochila preta, de couro, ao lado e sentou-se. Seu perfume com fragrância cara rapidamente preencheu minhas narinas.

Ele senta-se apoiando as costas na parede, assim como eu, e cruza as pernas masculinamente para fora da carteira, ficando ao meu lado, de certa forma, já familiarizado. Pisquei meus olhos, me virando novamente para o professor, ainda raciocinando a curiosidade sobre o fato duvidoso em que, absolutamente do nada, um aluno novo surge na Brook, aqui não costuma haver. Além disso, estamos no final do segundo semestre, é quase o fim do ano. Olho para trás, ouvindo murmurinhos vindo das garotas, risadas assanhadas e comentários de pura inveja, como: “nossa, tinha que ser bonito assim? Se já não pegávamos as meninas antes, agora piorou.”, “Bem que eu poderia trocar de lugar com a Lorry”, “Justo do lado daquela sonsa?”,“ Aí que gostoso…”

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