capítulo 3 - medos que assombram

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Ele voltou, mamãe" Ouço barulho de batidas fortes na porta, corro para atrás do grande sofá, me encolhendo no pequeno espaço

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Ele voltou, mamãe" Ouço barulho de batidas fortes na porta, corro para atrás do grande sofá, me encolhendo no pequeno espaço. Fecho os olhos, tentando controlar a respiração para que não seja notada. " Ainda está choramingando, sua cadela nojenta?", um estrondo surge entre os móveis e eu espio entre meus dedos, vendo mamãe jogada no chão chorando e ele a chutando sem piedade. Soluço entre lágrimas silenciosas e ele para com o pulso no ar, meu esconderijo havia sido descoberto. Uma risada sem humor, que exala maldade, é presente e ele caminha em minha direção lentamente, fazendo um gesto negativo com a cabeça. Papai se abaixa perto de mim e o cheiro de bebida alcoólica cara, perfume de mulher barato e suor preenche minhas narinas. " Péssimo esconderijo, seu merdinha " Não...

Um calafrio percorre minha espinha e acordo quase em um pulo da cama. O suor escorre em minha testa, o coração acelerado e o escuro que preenche o quarto me prova que estou sozinho e este pesadelo jamais terá um fim.

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— Estou te falando, eu jurei que era xixi, aí eu saí de cima dele...

— Estou chocada, você gozou pela primeira vez com um beijo? — Incredulidade e empolgação em sua voz — e você esperou dar 13:30  para me contar, sua puta? 

— Eu precisava dormir, fofoqueira! — ela sorri — mas e agora, o que eu faço? Ele é tipo a pessoa que quero matar e sei que ele também...

— Aí, minha nossa, não estou crendo que vocês...

— Vocês, quem? — Ouço a voz familiar vindo de trás da gente e arregalo os olhos. Me viro rapidamente, vendo a figura loura de olhos azuis, seus cabelos molhados e pijama preto como quem acabara de sair do banho, logo atrás dela, Cris com minha irmã no colo. 

— M-mãe? — falo e a mesma sorri, abrindo os braços. Vou até ela dando um abraço apertado. — Você chegou, plantão acabou mais cedo? — Minha mãe é enfermeira e não a vejo há três dias. Ela teve apenas duas horas de folga por dia e ficou lá mesmo, para dormir. Se não, não daria tempo. 

— Sim, graças a Deus. Já estava virando trabalho escravo, quase recebi chicotada — ela ri, sentando-se em minha cama — como vocês estão, minhas meninas? — ela pega minha mão e de Hanna. 

— Bem! — falamos juntas com um sorriso amarelo e ela aperta os olhos. 

— Estão aprontando alguma coisa, ou escondendo algo, eu sei! — negamos, sinicamente — nem vou perguntar a quem se refere o " vocês " que Hanna falou. Vai te matar, machucar ou explodir a casa? — nego. — Então está ótimo, não é da minha conta — ri de seu jeito de falar. 

Mamãe é literalmente minha melhor amiga desde que nasci, sempre falo qualquer coisa a ela, mas não sei se estou preparada para falar um: gozei apenas com um beijo, de um desconhecido, e é importante dizer que queremos nos matar. Sem contar que eu estou roxa até hoje, da penúltima luta com ele. 

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