eighty-three

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⚠️ não revisado ⚠️

— rindo de que meu bem? — Henrique questiona em bom humor

— dos idiotas do grupo, inclusive, eles já estão indo, vamos também? — ele assente, mas eu aperto os olhos, sei que tem algo de errado, mas ele disfarçar muito bem — certeza que quer ir? Não se sinta pressionado a fazer nada que não queira, por favor! — ele me fita serenamente

— não te deixo ir sozinha mesmo, vou aonde você for — brinca e eu dou uma risada sincera, me levantando.

— meu carrapatinho favorito.

— ei, carrapato é sacanagem — fala fingindo mágoa e fico em pé parada à sua frente. Segundos depois ele se prosta ao meu lado e nós nos despedimos de todos. Mamãe falou sobre no dia seguinte, haver o tal jantar oficial e que nós estávamos convocados à comparecer. Eu confesso estar muito Feliz por eles, mas vai ser estranho ver todos namorando e por mais que eu esteja dormindo na mesma cama, agindo como se estivesse em um relacionamento, não estou. Por culpa minha, então vai ser um pouco triste passar esse momento solteira, por culpa minha para piorar. Olho para minha mão sem o anel que me apeguei, mas devido a minha raiva, devolvi dizendo com todas as palavras que não queria e jamais usaria novamente. Enfim, um erro. Henrique com certeza não iria insistir em me dar novamente, ele me disse que seria a última vez que perguntaria e com certeza era a última vez, que insistiria para que eu namorasse com ele. Será que viveremos apenas como ficantes daqui para frente? Ou apenas convivermos na mesma casa? Enfim, não sei.
     Félix me exigiu que depois da manhã eu ficasse com ele, já que teremos a apresentação daqui dois dias e ele quer aquecer antes da peça. É pretexto para que passemos meu aniversário juntos também, sim, daqui dois dias é meu aniversário. O lado bom é que como minhas notas são excelentes, não precisarei ir para escola, já é dia 20 de novembro, às aulas já estão quase acabando, sem contar que é meu último ano.
    Ao acabar as despedidas, saímos em direção ao carro, sorri de canto e o olhei, arrancando-o um olhar de questionamento — eu dirijo! — declaro e ele abre a boca para se opor a minha fala, mas o lanço um olhar de desafio e ele a fecha, cerra o maxilar e bufa.

— sim senhora! — fala com deboche, destravando o carro pelo controle, arremessa a chave para mim e abre a porta do motorista, para que eu entre. Sorri satisfeita.

— assim mesmo que educo, por isso que te amo! — dou um selinho nele, com uma gargalhada de seu olhar com um leve ódio por eu falar " assim que educo ". Adoro provocar. Entro e ele dá a volta entrando também, ligo o carro ouvindo o motor roncar e sorri admirada, dirigir nunca vai perder a graça para mim, olha que faço isso com frequência desde os treze. Acelero rumo a casa de kaden e desvio o olhar rapidamente ao sentir que Henrique me encara. — que foi? — questiono e ele balança a cabeça em negação, torcendo os lábios em um sorriso breve — qual foi? Fala logo!

— eu só estou admirando minha mulher, não posso? — sorri sem o olhar, concentrada na estrada e ouço um suspiro ardo, parecendo pensativo — é a primeira vez, sabia?

— primeira vez, o que, meu bem? — questiono sem entender, o que ele quer dizer com isso? Passo meu olhar inspecionando o mesmo, que agora fita a janela tranquilamente.

— que eu olho para a janela e me sinto satisfeito. Te ver dirigindo, conhecendo suas duas versões e sabendo que as minhas também foram aceitas, é legal. Achei que nunca saberia a sensação. É a primeira vez que me sinto completo 100% passarinho! — fala relaxado e eu suspiro contra o banco em um sorriso. Nunca pensei que me identificaria tanto com alguém, encontrar alguém igual a mim é de fato bom, me completa.

— nós nascemos para isso gatinho, um para o outro. Até nossas segundas versões foram criadas para isso, para pertencer ao outro. Apenas eu e você!

My wife Onde histórias criam vida. Descubra agora