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Coloco um conjunto de moletom vermelho, destacando meus cabelos.

- Filha, quer ajuda...? - Minha mãe para em frente à minha porta e me fita de cima a baixo, fazendo uma careta - nem por cima do meu cadáver que você irá assim! - a olho sem entender.

- Por que não? - ela revira os olhos, entrando e fechando a porta atrás de si.

- Filha, é seu primeiro encontro, não pode ir de moletom.

- Não é encontro, mãe! - ela arqueia a sobrancelha.

- Mesmo assim, não vai! Pode tirar agora! Vou te ajudar - ela vai até meu guarda-roupa e eu bufo, tirando o moletom - meu Deus, essa calcinha e sutiã...aff, nem sua vó usa isso, Hellory. Cadê os conjuntos que compramos?

- No guarda-roupa, vou trocar - ela assente.

- Vou colocar fogo nessas suas calcinhas de flor capenga - decepção em sua voz - Minha filha, conforto não é tudo, imagina se você sofre um acidente e as enfermeiras precisam rasgar sua roupa para o primeiro socorros e vê isso? Acredite, ficamos com trauma, já vi cada projeto de lençol que tenho pesadelo até hoje - frustração em seu tom.

- Meu Deus, mãe - ela me olha como se dissesse: o que eu fiz? - Você não é uma mãe normal.

- Obrigado, sei que sou bem melhor! - se gaba e dou risada, terminando de colocar o sutiã de renda. Eu até tenho roupas íntimas sexy, mas só uso como Max, parece fazer parte da personalidade dela, não da minha - coloca essa legging e essa blusa jeans linda, é o melhor que consigo com você toda rocha. Meu Jesus, eu criei uma tartaruga ninja.

- Mãe, é aberta nas costas, não vai aparecer? - Dou a volta e ela me analisa - É tomara que caia e se cair?

- Tá mais fácil ser arrancando, né, minha filha? - Olho fixamente e ela pisca três vezes, sinicamente - mas não está aparecendo nada, já que é bem decente, até demais para um decote, inclusive, suas costas são lindas. Mas você coloca uma jaqueta jeans também para evitar, ok?

- Tá! E no pé, mãe? - ela pensa - chinelo?

- Só se quiser matar sua mãe. Coloca aquele seu coturno lindo.

- Mãe, não vamos sair do carro, provavelmente é drive-in...e a casa dele não tem problema.

- Independente, coloque-o.

- Não, mãe, eu disse que não ia me arrumar - ela bufa pensativa.

- Ok, aquela sandália que a mãe te deu, que é só encaixar o pé e é uma graça.

- Boa, vai ser ela mesmo - escuto barulho de notificação. E vejo sua mensagem avisando que chegou - ele chegou, mãe.

- Ai, meu Deus, toma! - me entrega a jaqueta e eu a coloco. Corro para onde está o sapato, coloco e volto - Filha, vira rápido - me viro e ela coloca um pingente bem delicado de ouro que a mesma me deu há um tempo atrás, que super caiu bem no look. - Toque final, vira aqui - ela espirra perfume em todo o canto, até no meu olho - perdão, meu amor... não chora, se não a mãe chora também - sua voz já é de choro.

- Eu não estou chorando... está ardendo...porra, para um caralho - esfrego meu olho.

- Não xinga, te mandei para um convento por um motivo, porra - a olho incrédula - vai logo, ele está te esperando! - eu caminho sendo guiada pela mesma, já que não estou enxergando quase nada - ai, que gracinha, mamãe está tão orgulhosa, é seu primeiro encontro, filha. Que esse seja para casar!

- Meu Deus, mãe, já falei para você parar de ler fanfic... você está chorando? - enxergo mal, mas vejo as lágrimas em seus olhos.

- É que há uns dias eu estava te ajudando a se arrumar para ir ao parquinho com Maria Chiquinha, e agora, minha filha está saindo para encontros duvidosos. Como o tempo voa! - emoção em seu tom - traz para me conhecer um dia, meu amor... meu Deus, que nave. - fala em choque - vai, mulher, e não faça nada que eu não faria...- pigarreia - quer dizer, vai com Deus, minha filha, e não faça coisas sem pensar. Tome cuidado e me ligue caso aconteça qualquer coisa.

- Amém, mãe, e pode deixar - sorrio - e no caso, eu não faria o que você faria mesmo - digo, me afastando e ela ri - Te amo, mãe! - ela acena e eu saio do portão, escutando a mesma fechar a porta, pisco meus olhos para tentar diminuir o ardume. A porta se abre e Henrique vem em minha direção.

- Hellory, seu celular! - ela corre até mim, me entregando e acena para Henrique com um sorriso, que já está bem perto e volta correndo, por estar de biquíni ainda.

»»»»»»»»»»

Saio do carro ao ouvir seu portão se abrir e sinto algo se revirar em meu estômago, como se houvesse malditos insetos ao vê-la. É a primeira vez que a vejo de roupas justas e de fato arrumada. Sua legging delimita suas coxas grossas, quadris largos e puta merda...que bundão. Sua blusa jeans é colada, mostrando como sua cintura é fina e ombros largos, é um tomara que caia e pode ter certeza de que vai cair! Um colar delicado ronda seu pescoço e uma jaqueta evita que ela fique muito à mostra. Porra, ela é tão linda...- Hellory, seu celular! - uma loira de biquíni azul escuro, destacando sua pele bronzeada de Sol e seus peitos fartos, com amarração na cintura fina, corre até a mesma, entregando o celular pela brecha do portão que era em grade, acena para mim com um sorriso bonito e bem parecido com o de Hellory, acenando em cumprimento e corre para dentro novamente, bem provável por estar de biquíni e não querer demorar a se esconder. Acompanho com os olhos, vendo-a de costas, notando sua bunda redonda e farta também. Na próxima, quero ser convidado para essa festa na piscina.

- Aí, meu Deus! - Hellory fala, me fazendo voltar a atenção para a linda moça à minha frente. Franzo o nariz vendo ela chorar com os olhos vermelhos, abro a boca para questionar o que aconteceu - eu não estou chorando, é que espirrou coisa no meu olho - ela explica, esfregando os olhos e seguro a risada, pegando sua mão e a guiando para o carro. Abro a porta, ela entra e dou a volta, entrando e a fitando.

- Você está linda!

- Obrigado, você também não está nada mal -me fita e sorri.

- Pronta? - ela assente e eu ronco motor.

My wife Onde histórias criam vida. Descubra agora