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Desço do quadriciclo que nos trouxe até o pé da montanha passando por árvores e uma ponte linda até a beira do rio, onde eu dou de encontro com um canteiro de flores naturais, coloridas e cheias de vida. Uma malha quadriculada, vermelha e branca estirada no chão, com comidas, bebidas e almofadas, igual um piquenique dos sonhos — meu deus que lindo — ele segura minha mão e nos aproximamos. Me deito na almofada, Henrique do lado e admiro as comidas gostosas.

— que bom que gostou — sorri pegando um morango banhado no chocolate, parando frente aos meus lábios e eu dou uma mordida saboreando, isso é maravilhoso.

— hum...adoro — falo me jogando contra o conforto da almofada, pego um pedaço de bolo de chocolate com granulado e me delicio no mesmo. Aff, que fome.

— amor, nem te conto — Henrique fala rindo e eu o olho curiosa — nosso filho foi ficar com sua irmã em Artens, juntamente com Matthew que o ama também né e...— ele gargalha, me fazendo abrir um sorriso antes mesmo de saber o final, vem merda por aí, juntando Cler que é sua outra mãe irresponsável, um tigre bagunceiro e no inferno ainda, não tem como dar bom — Nick me mandou mensagem hoje quase morrendo, falando que Matthew está com ciúmes do irmão. Cler está ficando com eles na mansão, porque Matthew quer proteger Zion... inclusive ela é corajosa, lá me assusta — frustração — só que pelo jeito Alifer, gostou do "tigre".

— não é possível — dou risada — mano Clare não para nem morta — rimos — uma dúvida, lá ela tem sua aparência humana?

— seu corpo foi com deus né, mas pelo jeito lá a alma fica intacta. Dá para ela tocar as coisas diferentes de Artens dois, onde ela era só um fantasma — assinto — coitada — fala tranquilo levando um morango aos lábios e eu cerro os olhos, o mesmo paralisa, percebendo que ele está falando da morte de minha irmã como se fosse uma coisa normal, e não tivesse nada haver com aquilo. Seus olhos sobem até mim e ele mordeu o morango com cara de " desculpa vida, errei, fui moleque".

— babaca — falo comendo torta de frango e ele sorri aliviado por eu não ter ficado brava — se lá ela está com sua aparência intacta e não está como um fantasma, podendo ser tocada...ela pôde? — ele ri assentindo e gargalho.

— acho que ela gosta de mim por ter mandado-a para lá, afinal — assinto rindo — Matthew disse que Alifer falou que suas previsões, o avisaram de que Zion precisava de cuidados extras e sua proteção. Como Clare não pode deixar o filho sozinho com estranho...aí estão dormindo no mesmo quarto em pró de sua proteção — o olho processando a ideia — sim, nenhum dos dois dorme, são defuntos — caio na gargalhada.

— e ele acreditou? — ele assente.

— ele tem sete meses, mesmo que não pareça — fala rindo — acho que Alifer gosta bastante...de animais — debocha e eu dou risada.

— inacreditável — ele assente olhando para o lago e eu faço o mesmo — é fundo?

—  para mim não, tem 1,90 — arquei a sombrancelha.

— nossa eu dou pé tranquilo com meus 1,61 — deboche — quanto você mede em? — me viro para ele, vendo malícia em seu sorriso de canto — altura — específico e ele ri.

— 1,98 — arquei a sombrancelha

— te empurrar de um prédio é como empurrar de um degrau da escada — ele ri — avatar — brinco.

— eles são feios, fiquei ofendido — faz drama e eu ri — quer entrar? Pode ir! — fala e eu arquei a sombrancelha.

— sozinha?

— estarei aqui na borda — avisa e o olho sem entender, mas me lembro de que tenho quase certeza que ele não sabe nadar, acho que ele não curtia muito água ou qualquer coisa que lembrava chuva.

— você dá pé, vem! — ele engole o pão de queijo e olha o rio em análise séria.

— tá, mas se tentar me afogar...— sorri para ele, fingindo ser meu plano, ele ri pegando um último morango com chocolate, sujando o canto da boca — tá bom, vamos... até porque não quero que venha nenhum Tarzan lhe roubar — brinca.

— tem chocolate — aponto para os lábios e ele tenta limpar, falhando e eu sorri me aproximando e lambendo seus lábios lábios sutilmente, emendando em um beijo. Nossas línguas sincronizam e um beijo longo se inicia, mas se passou tão rápido e mágico como se fosse nosso primeiro beijo. Desaceleramos a velocidade e ele dá uma mordidinha em meus lábios, os puxando para si. Adoro isso — saiu! — afirmo me levantando e ouço sua risada baixa.

Olho para as pedras mais no alto e sorri diabólicamente, eu vou fazer isso!

Henrique entra com cuidado na água onde de fato dá pé, restando só dos ombros para cima de fora. Ele ergue os braços para me pegar, mas eu sorri amarelo.

— vou pular — aviso e ele assente sem entender.

— pula, eu te pego gatinha — fala e eu sorri.

— não, de lá — aponto e vejo seu brilho sumir, saindo para desespero.

— nem fudendo, não deixo mesmo! Está louca? — sorri amarelo e ele me olha em negação — não vai!

— deixa...— peço fazendo manha e ele nega — te deixo escolher uma recompensa por me apoiar em minhas loucuras — me olha incrédulo.

— tentador — fala e eu sorri assentindo — não! — fecha o semblante e eu bufo — e se você bater a cabeça em uma pedra e morre sua louca?

— não vai acontecer...mas se não quer deixar, tudo bem, você tem razão, você é muito sábio — ele aperta os olhos — eu só queria me divertir, aí depois divertiria você... já transou em um rio? — ele me olha fixamente cerrando o maxilar e eu seguro um sorriso. Ele olha para o arredor parecendo tentado com a ideia.
— mas chega de diversão por hoje né, já tivemos muita — chantagem.

— é nossa lua de mel, teremos muita! — afirma em tom sério.

— é, mas não hoje...nem amanhã...depois estarei indisposta...e depois...

— já entendi — rosna e eu sorri.

— não? — ele sorri de canto e eu quase pulo feliz, claro que é...

— não! — não? Como assim não? — é perigoso amor, faz isso não — diz e eu bufo.

— tá — ele sorri vitorioso — mas só de revolta você só me toca na Polônia! — seu brilho some novamente e eu vou para entrar na água.

— como você é baixa em! — diz bravo — mesmo assim é não!

— sério? — pergunto em choque

— não! Vai logo diabo — rosna e eu sorri quase correndo para as pedras altas.

† †

Acompanho Hellory subir com os olhos e ver seu sorriso de orelha a orelha subindo me tranquiliza, gosto de vê-la feliz, mas tô sentindo que pode dar merda, mas...é água né, não morre.

— dá para gravar? — pergunta animada e eu arquei a sombrancelha, mas dou risada ao perceber que a mesma não lembra o fato de estar pelada.

— claro, quer que faz live sua ou mande um nude? — ela se olha e ri.

— deixa para lá — ela grita animada.
— eu vou pular em um...dois... três....ahhhhhh— sorri ao ver a mesma pular. A água respinga em mim e eu enxugo o rosto.

— se divertiu passarinho? — pergunto abrindo os olhos, mas não a vejo. Olho para todos os lados e não a vejo — Hellory? — chamo em sua procura, já não era para ela ter subi... — paraliso ao ver a mesma subindo a superfície, de bruços e um fiapo de sangue começando a se espalhar....ela não se mexe, de cara na água — Hellory? Hellory...

*********

Dizem que " a felicidade do pobre dura pouco" mas as do rico também não né kkk Hellory e suas ideias geniais.

Estão gostando??

Boa noiteeee❤️






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