seventy-two

466 54 35
                                    


Termino meu banho animada por sair um pouco de casa e vou até meu closet bufando ao ver que minhas roupas de sair estão lá, vou até o quarto de Henrique e bato na porta parada — entre! — fala e eu entro, me deparando com o mesmo de toalha também, ele me dá uma rápida analisada de cima abaixo e eu não resisti fazendo o mesmo, até nossos olhares ficarem fixos um no outro — o que precisa meu bem? — diz indo até o closet

— roupa, mas eu espero — ele me olha confuso e aperta os olhos apontando para a porta do closet como se dissesse " pode pegar ué? ", suspiro e adentramos juntos. Mantenho meus olhos fixos em minhas roupas e escuto ele mexendo nas suas — Henrique?

— hum? — questiona e eu me recuso a fita-lo, pois sei que ele está pelado.

— que tipo de roupa devo usar? — falo empolgada, pego uma saia preta e uma calça preta — pode virar? — questiono

— ué, pode! — me viro e fito o mesmo só de cueca Box branca...minha nossa senhora — fala meu bem? — me fita e eu saio de meu transe

— opções — ele assente — um look mais dama e delicada de saia — estendo a saia preta — o outro é mais uma vibe comporta e intimidadora de calça. Qual? Ou nenhum dos dois? — questiono e ele fica pensativo

— depende, você quer ir de moto ou de carro? — o olho empolgada por não saber que havia a opção de moto e ele sorri já sacando — então calça diabinha.

— tá bom, calça. — soei animada e recolho o resto de meu look.

— eu iria de jeans ou cargo também, mas tenho que usar terno, que inferno — dou risada — esse ou esse ? — me viro e aperto os olhos analisando as opções, aponto para o da esquerda.

— esse, é mais bonito! — ele assente

Coloco minha calcinha por debaixo da toalha, mas irritada com a dificuldade eu tiro, pego meu sutiã ignorando o olhar de Henrique e tento colocar, mas é de zíper — quer ajuda? — questiona sem tom de malícia e eu nego me contorcendo toda para tentar fechar, sendo mal sucedida e olho para o mesmo brava por não conseguir e ele ri vindo até mim e eu o dou as costas.

— para de rir — dou uma cotovelada de leve nele que fecha meu sutiã para mim — obrigado.

— nada! — me dá um beijo na bochecha e se afasta terminando de colocar a roupa

— dá pra parar? — ele me olha confuso — de me beijar, não quero — ele arqueia a sombrancelha.

— ah cala boca, foi na bochecha, sem contar que você se amarra em meus beijos, só que não admite quando está bravinha — faço dedo do meio e ele devolve — você me ama, garota — eu ri em humor.

— claro, pode acreditar, confia que você vai longe — debocho e ele revira o olho tentando colocar a gravata e eu franzo o nariz, me aproximando — tá tudo errado, deixa que eu faço — ele tira as mãos e eu começo a fazer.

— olha só habilidades? — sorri de canto

— fazia bastante isso antes

— é? E com quem? — rosna e eu o olho nos olhos.

— credo Henrique você é muito possessivo, com meu pai — falo e ele relaxa em uma risada tranquila — antes dele morrer, adorava fazer isso porque achava legal, acho que até hoje acho, o que é estranho né? — falo reparando uma tatuagem em seu pescoço pequena.

— talvez um pouco.

— tatuagens, por que tantas? — questiono e ele pensa

— quis mudar e ficar irreconhecível para mim mesmo, esse foi só o primeiro passo — diz calma, o que me faz pensar quais seriam os outros — ficar tão feio quanto sou por dentro, entende? — sorri de canto involuntariamente

My wife Onde histórias criam vida. Descubra agora