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— Henrique? Esse eu não conheço, quer contar? — pergunta e eu assinto, arrancando um sorriso da mesma. Adoro conversar com minha mãe, ela, diferente da maioria, me entende. Sem contar que ela ama conhecer meus amigos ou dar conselhos amorosos constrangedores, porém úteis e engraçados. 

— Ele é um menino novo na sala, chegou há dois dias. Antes de ontem, fizemos um trabalho na casa dele. 

— Na casa dele, Hellory? — pergunta e eu assinto — rolou...

— Não! — falo constrangida e Hanna gargalha.

— Desculpa, conta, meu bem — diz, empolgada para ouvir o resto.

— Ele é meio frio, mas parece ser um ótimo amigo. 

— Amigo é? — arqueia a sobrancelha.

— Mãe! — ela ri — ele é fofo e muito, muito bonito. Mas não acho que tenho chances, ele literalmente é a pessoa mais desejada do colégio. 

— É gato mesmo — Félix grita.

— Cala boca, animal — Cris dispara, ganhando um tapa na nuca do mesmo. 

— Parecem cão e gato esses dois! — Mãe os olha em reprovação e eles sorriem amarelo, temendo que ela brigue.

— Mas eu concordo com o Fé, é gatíssimo —  Hanna afirma.

— Eita, estou curiosa. E não fale isso, você é a coisa mais linda desse mundo e não digo isso porque é minha filha, ele quem tem que ser inseguro por uma chance com você! — assinto, sorrindo — mas ele é tão assim mesmo? 

— Quer foto? 

— Claro, em fofoca eu só trabalho com imagens, áudios e prints, minha filha — soa curiosa e eu abro a conversa com a Hanna, pegando a imagem que ele mesmo tirou. — Nossa! — ela abre a boca e eu suspiro — tá, ele é um partidão!

— Sim, mas não vai rolar e não quero nada além de amizade, homem só dá trabalho — ela bufa.

— Dizia a mesma coisa com seu pai e, olha só, não deixei ele até o último segundo — soa triste — mas então, filha, acho que ele não quer só amizade não. Ele te mandou uma mensagem " linda " respondendo story, não vai responder ele? — soa sugestiva e eu pego meu celular. 

Mensagem onn:

Lorry: Obrigado.

Mensagem off

Olho para minha mãe, apreensiva, e nós duas encaramos o celular, ansiosas. Por que estou esperando uma mensagem? 

Chega, não vou ficar ansiosa, vou voltar a nadar tranquila...agarro meu celular que chega notificação. 

Mensagem onn:

Henrique: Nada, falo a verdade sempre que precisar.

Lorry: Ah, tá Kk.

Henrique: Ainda está com eles?

Lorry: Sim, por quê? 

Henrique: Ia te chamar para sair...mas deixa então.

Lorry: Hum... você quer a presença de uma nerd como eu? Em choque.

Henrique: Ah, para, sabe que é minha nerd favorita. 

Lorry: Olhando assim, até parece um fofo. Para onde vamos?

    
Henrique: Quer ir ao Mac Donald's? Passo aí para te buscar e pago.

Mensagem off

— Pode, mãe? — pergunto, com receio.

— Pode, claro! Ele está fazendo questão de te buscar, isso é fofo, filha. Aceita, mas não de cara, não pode demonstrar muito interesse. 

— Aí, eu quero ver — Hanna se aproxima, fitando a tela.

— Tá, sem dar na cara.

Mensagem on:

Lorry: Está tarde! Não sei se quero. 

 Henrique: São 18:45, isso é tarde para você? Nossa, estou me sentindo rejeitado.

Lorry: Aí, que falso, nunca levou uma rejeição na vida. Duvido ser a primeira que você escolheu mandar mensagem. 

Henrique: Se surpreenderia, gatinha. Vai...quero companhia e a sua especificamente. Podemos assistir um filme aqui em casa...

Lorry: Aí, que papo de sequestrador tarado. 

Henrique: Jamais, não sou sequestrador.

Lorry: Vai negar só isso, Sr. Wistcher? 

Henrique: Não me pronuncio sobre o resto.

Lorry: Kkk, tenho quanto tempo para me arrumar?

Henrique: O tanto que quiser, gatinha. Vai se arrumar, é para mim mesmo. 

Lorry: Vai se lascar, não vou me arrumar para você, só tomar banho e colocar roupa, já que estou na piscina.

Henrique: Tô ligado! Roupas largas para demonstrar desprezo e zero interesse, né?

Lorry: Kkk, não é isso. Se chama: " xô, tarado! "

Henrique: Kkkk, passo aí em uma hora, pode ser, gatinha? 

Lorry: Está ótimo. 

Mensagem off.

Olho para minha mãe, que parece pensativa, e eu franzo o nariz. 

— Que foi, mãe? 

— Wistcher? Eu conheço esse sobrenome de algum lugar... — parece pensativa — ah, lembrei, há dez anos atendi a uma mulher...e parando para pensar, ele é a cara dela, ela era linda também. Tadinha, teve um destino tão triste. Ela tinha um filho pequeno...era ele.

— Quê? O que houve? Conheceu a mãe dele? — Curiosidade em meu tom. 

— Sim, coitada, ela morreu de suposto câncer, parecia mais envenenamento em minha teoria, ele chorou tanto. O pai dele é quem me assustava, não derramou uma lágrima e era horrivelmente sem educação. Bom... não tenho certeza, mas que ele não prestava é fato. O menino era um amor, educação pura, espero que tenha continuado assim — Franzo o nariz por não descrever exatamente Henrique como educação pura, mas está ótimo.

— Eita, mais um para o grupo dos sem mãe — Cris fala.

— Eu sou o que de vocês, suas pestes? — mamãe rosna e ele sorri amarelo.

— Minha mamãe! — diz, fazendo um coração para ela, que sorri e olha para Hanna, que dá um beijo nela.

— Mas agora vai tomar um banho e se arrumar — me aconselha — filha, preciso repetir o assunto sobre se prevenir e que você só tem dezessete anos para engravidar? 

— Não, com certeza não! — afirmo envergonhada e aponto para meu corpo todo roxo — está vendo, não vai precisar. Não vou deixar que ele me veja assim! Não que, se eu não tivesse, eu deixaria... eu... não, só não. — ela sorri.

— Meu Deus, ela só se complica — Cris fala e Hanna concorda. Félix riu brincando com Katy.

— Filha, eu já tive sua idade e confio em você. Mesmo se um dia você quiser virar uma mulher nesse sentido, eu sei que escolherá a pessoa certa! Sem contar que nem se ele quisesse te forçar a fazer algo, ele conseguiria — dou risada.

— Te amo, mãe! — abraço a mesma e ela me dá um beijo na bochecha.

— Eu te amo mais, meu bem. Agora se troca, vai! — diz animada e eu sorrio, saindo da piscina, pegando minha toalha e correndo para o quarto. Jogo meu biquíni molhado no chão do banheiro e ligo o chuveiro, sentindo a água cair sobre meus cabelos, escorrendo em meu couro. Lavo meu cabelo, ensaboando o corpo com o shampoo de morango. 

My wife Onde histórias criam vida. Descubra agora