ninety-three

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Ponto de vista Félix, cinco anos atrás...

Estou muito ansioso, nunca pensei que de fato daria certo, Hellory finalmente conseguiu que as freiras liberassem visitas e pudesse me levar. Lorry e eu sempre conversamos por mensagens, ela tem um celular escondido, já que lá não pode usar, nós nos sentimos os próprios criminosos por isso, é legal sentir que estamos fazendo algo radical, mesmo não sendo. Há dois anos que fazemos isso, desde que ela foi para lá, Hellory está há cada dia se tornando a guerreira mais foda e claro...a preferida de todos, nisso ganhou até um quarto só dela. Mas ela faz questão de dividir com Cler, então eu ficarei com elas separado das outras meninas. Não havia homens no convento, mas Hellory conseguiu que deixassem apenas eu, por dois dias como um milagre, acho que foi uma ameaça de que ela sairia e etc, elas não querem perder a melhor guerreira em potencial. Então...aqui estou eu, em um carro à caminho de um convento. Estou morrendo de vergonha, não só devido a ser o único homem, mas sim porque vou conhecer minha outra melhor amiga pessoalmente, uma pessoa na qual nunca vi por trás das câmeras. Clare, eu já a conheci por chamada, nos tornamos muito próximos devido a isso, mas, e se ela não gostar de mim pessoalmente? E se elas ficarem me excluindo, afinal acontecem casos de meninas se preferirem por serem meninas.

Por algum motivo gosto muito de meninas, não da forma que todos queriam, mas eu me identifico com elas, Lorry sempre foi minha melhor amiga desde criança e gostava de fazer as mesmas coisas que ela, como: boneca, ajudá-la a pintar unha...falar sobre meninos bonitos e etc. Ela por algum motivo não me fazia sentir estranho por gostar disso, por isso a amo, somente elas sabem minha sexualidade, mesmo que eu sinceramente ache que todos ao meu redor também, eles me olham estranho.

Fito ao longe um local, com uma cruz enorme estampada nos portões maiores ainda, um frio percorre em minha barriga, mas suspiro e me viro para o meu celular, mandando uma mensagem para ele dizendo que havia chegado. Mamãe para o carro e me olha do banco da frente, com um sorriso largo.

— chegamos, está pronto? — eu olho em volta e engulo em seco quando os portões se abrem, me viro para ela novamente e assinto — filho, vai ficar tudo bem, é a Lorry e a Cler, elas não vão te deixar na mão. Sem contar que vocês planejam esse dia a dois anos — sorri me lembrando — vai se divertir, daqui dois dias estarei aqui para buscá-lo, te amo filho! — se inclina para mim, me dando um beijo na testa.

— também te amo mãe! — ela sorri. Depois disso, pego minha mochila e saio, entrando no portão e vendo o carro sair. Suspiro seguindo reto até a porta se abrir e sorri largamente vendo Lorry correr em minha direção. Ela pula mim, minha mochila cai no chão, ela rodeia os braços e pernas em meu corpo, me envolvendo em um abraço apertado. Sorri retribuindo.

— Que saudade de você — me dá um beijo na bochecha.

— também senti, muita. A ponto de nem o convento te salvar — pisco e ela ri se soltando. Olho para os lados à procura de Cler, mas não a vejo — cadê...

— Cler, ela está em treinamento, Keila não a liberou, ela está tentando fazer Cler melhorar. Mas ela está louca para te ver — diz sorrindo — juro, estou começando a ficar com ciúmes, ela está ansiosa para te conhecer pessoalmente — sorri — vem, vamos deixar as coisas no quarto, talvez a encontramos lá, ela disse que me mata se eu te levar para conhecer os trainings sem ela — pega na minha mão, me puxando para dentro animada.

— aí eu tô ansioso, quero conhecê-la e conhecer a rotina de vocês, ela disse até das corridas de carro — ela assente

— sim, terá uma hoje dá Cler, podemos ver com ela se ela deixa nós ir de carona.

— ah ela vai deixar sim, tem que deixar, parece legal — falo animado, olhando ao redor, parece um convento normal até então, até entrarmos em um elevador e descer.

My wife Onde histórias criam vida. Descubra agora